O Ministro da Defesa Nacional reiterou, em
Chimoio, que os membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) não
pertencem a nenhum grupo étnico, a nenhuma região do país, a nenhuma religião e
a nenhuma cor partidária. Que eles são sim, e apenas isso, moçambicanos
dispostos e disponíveis para defender todo o povo do Rovuma ao Maputo e do
Zumbu ao Índico.
“A vossa religião é a paz, sempre a paz no
nosso solo pátrio. Este é o sonho do povo moçambicano, que vos incumbiu esta
missão desde o dia em que juraram a Bandeira!”, lembrou Salvador Mtumuke,
falando sábado em Chimoio no encerramento dos cursos de promoção a capitão e
complementar de alferes milicianos das FADM.
O governante defendeu, na ocasião, que no
actual contexto, em que se assistem às mudanças estruturais e substanciais de
âmbito nacional, regional e mundial, a garantia da defesa, salvaguarda da
independência e da integridade territorial continua a
constituir o cerne da
génese das FADM, facto que exige a elevação de níveis de conhecimentos técnicos
e científicos dos militares.
Fazendo jus às palavras do Comandante-Chefe
das Forças de Defesa e Segurança (FDS), Filipe Nyusi, o ministro da Defesa
Nacional recordou que a dinâmica “aconselha-nos a adequar o capital humano, o
grande recurso com que as FADM contam, aos novos desafios.
Neste contexto, disse ele, a formação do
capital humano constitui um dos quatro pilares eleitos pelo sector da Defesa
para o quinquénio 2015/19, além de infra-estruturas, logística e saúde militar.
Assim, de acordo com Mtumuke, a formação de
oficiais corresponde a uma evolução qualitativa das Forças Armadas, que se fundamenta
na progressão na carreira dos oficiais, por diuturnidade e na formação de
alferes milicianos para o seu melhor enquadramento na carreira militar.
“Com os conhecimentos e competências
adquiridos durante esta formação estes oficiais estão em condições de
contribuirpara a defesa nacional, enquanto função do Estado e direito
fundamental do povo moçambicano”, disse, exortando os graduados para entenderem
e interpretar correctamente o conceito de Defesa Nacional, “como um conjunto de
acções e medidas concretas que visam assegurar a integridade territorial, a
soberania nacional e os interesses vitais do país”.
“Com o término destes cursos estamos cientes
de que os mesmos constituíram uma mais-valia para a vossa formação
técnico-profissional, facto que acresce as nossas expectativas de ver em vós
consolidado, cada vez mais, o espírito de cumprir exitosamente o vosso dever e
missão”, advertiu o governante, exortando os oficiais agora graduados para
serem cumpridores abnegados das ordens e missões que lhes forem incumbidas nas
suas unidades assim como transmissores dos valores nobres de patriotismo,
civismo, humildade, humanismo e cidadania aos seus subordinados com vista a
reforçar e a consolidar a unidade nacional no seio dos militares e consolidar a
paz e o progresso do país. Exortou-lhes ainda a aplicarem os conhecimentos
adquiridos na sua formação em benefício das FADM, pautando por um comportamento
digno e leal, merecedor de respeito.
“Para tal, deveis, rigorosamente, observar e
pôr em prática os três pilares fundamentais que sustentam a organização
militar, designadamente a hierarquia, o comando único e a disciplina”, disse
Mtumuke, lembrando que a condição militar traduz-se, fundamentalmente, num
elevado sentido de missão e noção do dever, factores indispensáveis ao alto
grau de coesão e espírito de corpo que caracterizam as Forças Armadas.
Falando da necessidade de se garantir um
ambiente pacífico e tranquilo no país, o ministro da Defesa Nacional lembrou as
directivas do Presidente da República e Comandante-Chefe das FDS, Filipe Nyusi,
sobre o assunto, recomendando que o apelo e a exortação presidenciais não devem
ser protelados.
--------- Relacionada
12 outubro 2015, Jornal Notícias
http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)
Os professores da província de Inhambane
manifestaram ontem o seu regozijo pelo desarmamento, na sexta-feira (9), da
guarda pessoal de Afonso Dhlakama, na Beira, considerando o facto “uma luz no
fundo do túnel” para o desarmamento total e completo das forças da Renamo,
condição essencial para uma paz efectiva no país.
Numa mensagem por ocasião das celebrações do
12 de Outubro, Dia do Professor, os discentes de Inhambane saudaram a
iniciativa do Governo de desarmar a Renamo e apelaram para que a operação não
termine apenas com este acto, mas que deve ser um processo contínuo a ocorrer
em todo país.
“O professor é um agente pacificador. Pauta
pela paz e unidade nacional. Nós fomos formados para trabalhar em qualquer
ponto do país. Para tal, queremos trabalhar livremente com os nossos alunos. Em
paz, sem intimidações de raptos ou mortos por balas disparadas de qualquer
lado. Por isso, é urgente retirar as armas daquele grupo que por lei não as
deve possuir para fazer política”, afirma a mensagem da ONP em Inhambane, lida
pela responsável local da organização, Isabel Munguambe.
Num outro desenvolvimento, os docentes de
Inhambane, que em maior número marcaram presença na praça dos heróis para
prestar homenagem aos seus colegas perecidos em missões de docência, condenaram
com veemência os pronunciamentos intimidatórios que incitam à violência e ou ao
retorno à guerra.
“Nós queremos circular livremente em todo o
território nacional, que a Renamo entregue voluntariamente as suas armas e os
seus homens se juntem a todos nós para desenvolvermos o país. Nunca se faz a
democracia de armas em punho, mas com diálogo e entendimento. Por isso,
Dhlakama deve muito rapidamente responder positivamente ao convite para um
diálogo político franco e aberto, que lhe foi endereçado pelo Presidente da
República, Filipe Jacinto Nyusi, para definitivamente se enterrar o machado da
guerra”, apelam os professores.
O Dia do Professor, celebrado este ano sob o
lema “Unidos Pela Profissionalização Docente por uma Educação de Qualidade”,
foi caracterizado em Inhambane por actividades político-sociais e culturais.
Os professores reconheceram e saudaram o
esforço que o governo provincial está a imprimir para o melhoramento das
condições de ensino na província, através da expansão da rede escolar, bem como
o apetrechamento das salas de aula e em busca de alternativas para acelerar o
pagamento das horas extraordinárias e do segundo turno.
Como dificuldades, os professores apontaram a
persistência de métodos menos transparentes nos concursos de mudança de
carreiras, a necessidade de criar mecanismos para assegurar celeridade na
mudança de categorias, harmonização de números de alunos por turma com a
contratação de novos professores e a construção de infra-estruturas escolares e
criação de mecanismos que garantam a celeridade na atribuição do subsídio
funerário, assim como na assistência médica e medicamentosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário