7 junho 2014, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz
(Moçambique)
O reprsentante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta,
rejeitou terça-feira em comunicado, a ideia de que o tráfico de droga seja a
principal preocupação na Guiné-Bissau, tal como referido na segunda-feira pela
Interpol e por outro representante da ONU.
“Em mais de um ano de presença activa no país, José Ramos-Horta nunca
observou que este seja o principal problema”, escreve-se num comunicado do
Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau
(UNIOGBIS).
No documento, Ramos-Horta considera que os problemas mais graves “são a
rapina das florestas e dos mares, a má gestão dos recursos nacionais, a extrema
pobreza e a corrupção”.
“O tráfico de droga na Guiné-Bissau é diminuto comparativamente a outros
países da região, que certos interlocutores internacionais não têm a coragem de
identificar, arranjando no entanto coragem para apontar o dedo ao país mais
fraco, que é a Guiné-Bissau”, refere.
Ramos-Horta lamenta que ao longo de mais de um ano nunca tenha havido
resposta aos apelos, que fez para uma “mobilização imediata de recursos visando
à capacitação aérea e marítima para pôr cobro ao tráfico de droga e à pesca
ilegal” no país.
“A comunidade internacional tem de passar a ser coerente com o que diz,
realizando acções concretas na área do policiamento marítimo, formação e
equipamento da Polícia Judiciária, Polícia Marítima e sistema judicial para pôr
fim aos abusos e à impunidade”, sublinha
Para o representante da ONU, “África tem de deixar de ser o bode
expiatório para os produtores e traficantes de droga da América Latina e os
seus habituais cúmplices na Europa”.
Na segunda-feira, durante uma visita a Bissau, Ronald Noble,
secretário-geral da Interpol -- Organização Internacional de Polícia Criminal --,
referiu que o “tráfico de droga” continua a ser a principal preocupação do
ponto de vista do crime organizado no país.
Na mesma visita, Saidi Djinnit, representante das Nações Unidas para a
África Ocidental, concordou com a ideia e realçou até que nos últimos anos a
África Ocidental passou a ser também “uma zona de consumo e produção” de droga.
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