23 junho 2014, Macauhub http://www.macauhub.com.mo
(China)
A empresa
Soares da Costa, a primeira empresa portuguesa de construção civil com centro
de decisão em Luanda, pretende agora reforçar a sua posição em Angola, mas
também no Brasil, em Moçambique e noutros países africanos.
António
Castro Henriques, presidente da construtora, afirma que a empresa, que em Junho
realiza pela primeira vez a sua assembleia geral em Luanda, pretende “expandir
a actividade”, com
crescimento mais forte em Angola e Moçambique.
A intenção
é “crescer nos mercados nucleares (Angola, Moçambique, Portugal e Brasil) e
avaliar outros países africanos, beneficiando das ligações dos nossos
accionistas”, agora maioritariamente angolanos, disse Castro Henriques ao
jornal Expresso, em Lisboa.
A
construtora portuguesa atravessou uma situação financeira crítica, até que o
investidor angolano António Mosquito avançou no ano passado com 70 milhões de
euros, que lhe dão agora o controlo do capital.
Portugal
assistiu nos últimos anos a uma vaga de investimento angolano, que na
construção chegou também, através do empresário António Maurício, à Construtora
do Tâmega, que esteve igualmente à beira da falência.
Nas
telecomunicações, o exemplo mais assinalável é o da Zon, que tem como principal
accionista a empresária Isabel dos Santos, também detentora de uma participação
de referência no Banco BPI, cujo rival Millennium bcp tem como maior accionista
a Sonangol.
No caso da
Soares da Costa, os centros de competência ficaram em Portugal, mas o centro de
decisão passou para Luanda, onde residem quatro membros do conselho de
administração da empresa, em que Mosquito tem 67% do capital.
Angola é o
principal mercado da Soares da Costa, pesando este ano cerca de 60% na
facturação da construtora, estimada em 560 milhões de euros, após entrada de
capital fresco e profunda reestruturação operacional.
No final
do ano passado, a carteira de obras da construtora estava avaliada em 646
milhões de euros, com Angola a representar 57%, Moçambique 20%, Portugal 10% e
Brasil 4%.
A sucursal
da construtora vai agora evoluir para uma sociedade de direito angolano,
presidida por um quadro local – Roberto Pisoeiro – herdando os activos e os
passivos da empresa.
Paralelamente,
António Mosquito está a tornar-se também num empresário de referência na
comunicação social portuguesa, depois de entrar no capital do negócio de
comunicação social do grupo Controlinveste (Diário de Notícias, Jornal de
Notícias, O Jogo e a rádio TSF) com uma posição de 27,5%.
Em Angola,
em que Isabel dos Santos é o nome mais sonante entre os empresários, António
Mosquito, tem vindo a afirmar-se como uma referência, integrando a estrutura
accionista da FalconOil, uma empresa que possui 10% do Bloco 33 no mar
angolano.
É também
parte do núcleo que em 2008 acordou, em parceria com a Caixa Geral de
Depósitos, a compra do Banco Caixa Geral Totta Angola, ficando com 12% do
capital deste banco, onde a Sonangol possui uma posição de 25%.
É ainda
importador das marcas Volkswagen e Audi, sendo também conhecidas as suas
ligações à brasileira Odebrecht e à portuguesa Teixeira Duarte. (macauhub/AO/PT)
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