28 junho 2014, Página Global http://paginaglobal.blogspot.com (Portugal)
Díli
(Lusa) -- O antigo primeiro-ministro de Timor-Leste Mari Alkatiri disse hoje
que o país tem de mostrar que consegue fazer algo de "sustentável e
sustentado" nos seus dois anos de presidência da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP).
Timor-Leste
assume pela primeira vez a presidência da CPLP durante a cimeira de chefes de
Estado e de Governo da organização que se realiza a 23 de julho em Díli.
"Na
cimeira em si, acho que vamos sair-nos bem. O meu ponto não é a cimeira, mas os
dois anos da presidência. Temos de mostrar que também somos capazes de fazer
algo de sustentável e sustentado durante o tempo de dois anos. Não é só lançar
fogo-de-artifício durante a cimeira e depois ficarmos todos sem saber como
presidir realmente à CPLP", afirmou.
Segundo
Mari Alkatiri, Timor-Leste tem ainda "grandes dificuldades em termos
logísticos, mas são dificuldades naturais".
"Timor-Leste
é um país com 12 anos, embora viva alguma folga financeira, é preciso que as
instituições se capacitem, as pessoas se capacitem, mas a vontade nacional
supera as dificuldades", salientou em entrevista à agência Lusa.
Para
o secretário-geral da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente
(Fretilin), o maior partido da oposição, há vontade de fazer diferente, inovar
e de dar continuidade, mas manifestou algumas reservas sobre a capacidade
global do país para realizar grandes objetivos.
"Temos
uma estrutura muito pesada em termos de governo, temos as nossas dificuldades a
nível de comunicação verbal e escrita por causa dos 24 anos de ocupação indonésia,
que vão criar alguns obstáculos à dinamização de diversos setores e é
importante que saibamos exatamente o que se poderá fazer a nível bilateral para
reforçar a cooperação multilateral na área económica, financeira, na área de
exploração mineira e petrolífera", disse.
"A
CPLP é uma potência económica. Nas últimas descobertas na área energética, mais
de 50 por cento das são nos países da CPLP. Portanto existe uma potência, como
potenciar a potência é que é fundamental que Timor-Leste consiga fazer",
salientou Mari Alkatiri.
Questionado
sobre a criação de um consórcio de exploração petrolífera no âmbito da CPLP
para exploração em Timor-Leste proposta pelo primeiro-ministro timorense,
Xanana Gusmão, Mari Alkatiri lembra que a "exploração de petróleo não é
suficiente".
"Em
termos de consórcio temos conversado muito, o primeiro-ministro e eu, no
sentido de criar mesmo um consórcio, não só na área do petróleo, mas uma
'holding' que seria para atuar em diferentes áreas no domínio da economia. A
economia não pode ser reduzida só ao petróleo", concluiu.
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