20 outubro 2013, ODiário.info
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Os Editores
No dia 19 de Outubro realizaram-se
muito grandes manifestações em Lisboa, Porto (uma das maiores de sempre) e nas
regiões autónomas. A luta dos trabalhadores e das camadas populares atingiu um
elevado patamar, do qual não recuará: o da exigência da demissão do governo,
primeiro passo sem qual o caminho da superação da desastrosa situação nacional
não poderá ser iniciado.
O governo Passos/Portas e os seus patronos nacionais e estrangeiros estão conscientes de que, no quadro constitucional vigente, serão inevitavelmente derrotados. A miserável dupla campanha de chantagem e ameaça que empreenderam, por um lado tentando condicionar a intervenção do Tribunal Constitucional, por outro lado tentando contrariar a realização desta acção de massas, tem um significado claro: temem cada vez mais a luta dos trabalhadores e do povo português, odeiam os direitos sociais e democráticos que a lei fundamental consagra, são incompatíveis com o Portugal democrático que Abril configurou.
Pela primeira vez desde 1974 um governo não só tentou negar por via administrativa o direito de manifestação como se lançou numa insidiosa campanha de intimidação, provocação e confronto com
E se agindo como agiram ficaram ainda mais isolados, para isso contribuiu também a proposta de Orçamento do Estado para 2014 apresentada na Assembleia da República. Orçamento de autêntico massacre social e de descalabro económico, é essencial para o país que não passe. São de novo grosseiramente inconstitucionais numerosas medidas que contém, e por isso tanto os figurões nacionais da política de direita como a troika estrangeira abriram fogo contra o Tribunal Constitucional, tentando impedi-lo de desempenhar com honra as suas funções. Mas é sobretudo a perspectiva de aprofundamento de todas as orientações de política que vêm afundando o país que torna urgente a derrota do Orçamento e a derrota do governo fora-da-lei que o apresenta.
Este governo desacreditado,
política e socialmente isolado, sobrevive sobre dois apoios: uma maioria
submissa na Assembleia da República, hoje sem qualquer legitimidade, e um
Presidente da República incapaz de desempenhar as funções constitucionais que
jurou assumir. Mas nem essa maioria nem a cumplicidade presidencial poderão ter
mais força que a vontade do povo e das massas em movimento. Em 19 de Outubro de
2013 essa vontade teve uma poderosa expressão. A luta do povo não se irá deter
até à derrota do governo PSD/CDS e de todos os que, obstinando-se em mantê-lo
em funções, são dessa forma coniventes com a sua acção destrutiva.
O governo temia o 19 de Outubro. Tem acrescidas razões para temer ainda mais as lutas que se lhe seguirão.
Os Editores de odiario.info
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