23 outubro 2013,
Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao
Adelina Inácio
O secretário executivo da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Murargy, afirmou ontem em Luanda que
a organização “deve ser ajustada aos novos tempos para que possa consolidar os
seus espaços na arena internacional, dar visibilidade da sua existência e
responder aos anseios dos seus cidadãos”.
Murade Murargy, que falava durante a reunião dos embaixadores dos Estados
membros da comunidade, disse que a CPLP “não pode continuar a ser aquela que
era antes, porque uma organização quando é criada por Estados tem em vista em
última análise responder os anseios dos seus povos”.
O secretário executivo da CPLP reconheceu que “Angola tem jogado um papel determinante e importante para a construção da comunidade lusófona, que se quer sólida, unida e solidária”.
“É verdade que nos últimos tempos, após a criação da CPLP, os países membros, sobretudo os africanos, viviam situações complicadas. A organização era um projecto político importante para a valorização das nossas culturas, mas tinham prioridades internas e não houve um tempo para nos consagrarmos ao desenvolvimento dessa organização”, reconheceu. Murade Murargy disse esperar que na Cimeira dos Chefes de Estado da CPLP, marcada para Díli (Timor Leste), possa ser apresentado um novo projecto e uma nova visão para a organização.
Murade Murargy disse que o governo moçambicano vai saber gerir a situação política actual e restabelecer a normalidade no país, marcada pela denúncia pela RENAMO dos Acordos de Roma, que acabou com a guerra naquele país.
O secretário executivo da CPLP disse “não ser necessário a intervenção da comunidade internacional nesta questão. Os Estados membros estão disponíveis para, se houver necessidade de alguma intervenção política, decidir o que é necessário fazer”, referiu.
O coordenador do grupo de embaixadores da CPLP, Domingos Fernandes, confirmou que a questão da situação em Moçambique não esteve na agenda da reunião. O embaixador de Moçambique disse que o processo de diálogo ainda está aberto. “Moçambique nos próximos dias vai procurar solucionar a questão através de diálogo com a parte interessada”.
Domingos Fernandes afirmou que a reunião do grupo de embaixadores da CPLP é regular e tem servido para trocar impressões ao nível da comunidade. no encontro, os diplomatas foram informados sobre os desenvolvimentos e os desafios da CPLP. Murade Murargy deixa Luanda amanhã para cumprir uma missão em São Tomé e Príncipe.
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