segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Moçambique/É IMORAL E CRIMINOSO APROPRIAR-SE DA PAZ – PR Guebuza



Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)

O Presidente da República, Armando Guebuza, considerou ontem ser imoral e criminoso perigar a paz no país, reiterando que ela é um bem precioso e ninguém se deve apropriar dela, porquanto é direito inalienável de todos os moçambicanos, independentemente das suas diferenças.

“Não há ninguém que pode dizer que a paz é minha. É imoral e criminoso fazer isso, porque a paz é de todos, não é de ninguém e sobre ela, ninguém tem mais direito que o outro” – disse o Chefe do Estado, realçando que todos, incluindo crianças recém-nascidas, merecem a paz e ninguém pode se apropriar dela.

Falando num comício popular na sede da localidade de Mavende, que marcou o início da sua visita de trabalho de cinco dias à província de Manica, Armando Guebuza afirmou que a paz é uma das grandes conquistas colectivas dos moçambicanos, e à semelhança da unidade nacional, ela deve ser mantida, defendida e preservada por todos porque ela é um direito que nos dá a liberdade de espírito.

“Há conquistas que são individuais, mas há conquistas que são de todos, sobre as quais nenhum de nós tem mais direito que outro. Um desses direitos, segundo o Chefe do Estado, é a paz,
a qual mesmo as crianças recém-nascidas merecem desta conquista, à semelhança da unidade nacional, de Eduardo Mondlane, que nos deu o direito de sermos moçambicanos”, disse.

O mais alto dignitário da nação moçambicana lembrou a história do filho pródigo, afirmando que passado algum tempo fora de casa, ele regressou ao convívio familiar. Numa implícita referência ao líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que se encontra neste momento em parte incerta nas matas de Gorongosa, Sofala, Guebuza pediu aos que abandonaram a casa para regressarem, a fim de “junto da família, comerem a `sadza` que lhes fez crescer”.

Afirmou que a resolução das nossas diferenças deve provir do diálogo e ninguém deve pôr em causa a paz, sejam quais forem as suas razões.

Entretanto, depois de qualificar o comício como uma escola onde aprendemos a governar, Armando Guebuza explicou que o país está a mudar e a pobreza está paulatinamente a acabar, havendo sinais inequívocos de crescimento que indicam que este flagelo está passando para a história, a cada dia que passa.

 “Há uma coisa que notei em Moçambique. Uns querem combater a pobreza, outros, porém, nem sequer sabem ver os sinais de crescimento que estamos a registar. Indicou haver muitos que sabem que vão vencer a pobreza porque há sinais de que ela está a diminuir e, nos últimos tempos, mais rapidamente”.

O Presidente da República acrescentou que a pobreza deve ser combatida por todos, apelando aos moçambicanos para trabalharem, arduamente, visando vencer este flagelo nas suas famílias, através do melhoramento das suas condições de vida. Guebuza explicou que construir uma casa espaçosa, de alvenaria, comprar bicicleta, motorizada, viatura, a existência de escolas em todos lugares e de todos os níveis, estradas embora ainda não em número suficiente, são sinais que mostram que a pobreza está a acabar e nos últimos tempos, mais rapidamente.

Durante o comício, entre outras questões, a população apresentou problemas relacionados com a falta de uma ponte sobre o rio Save para ligar o distrito de Machaze e a província de Gaza, a partir do distrito de Massangena, a asfaltagem da estrada Muxúnguè - Save, o enquadramento dos ex-militares na vida civil e a reafirmação da fronteira Moçambique/Zimbabwe, na região de Masvissanga.

Ainda ontem, o Presidente da Republica reuniu-se em sessão extraordinária com o Governo Provincial de Manica, alargada a outros quadros, tendo dado nota positiva ao desempenho do Executivo liderado por Ana Comoane.

Victor Machirica


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Moçambique/Edson Macuácua em defesa DAS FDS: Constituição acima de tudo

Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)

A actuação das Forças de Defesa e Segurança (FDS) face aos ataques perpetrados por homens armados da Renamo tem amparo e cobertura constitucional, segundo defendeu sábado último o porta-voz do Presidente da República, Edson Macuácua.

Falando a jornalistas em conferência de Imprensa, Edson Macuácua disse que a não actuação das FDS é que seria inconstitucional por omissão.

Macuácua reagia a mais uma investida de homens armados da Renamo, ocorrida sábado na zona de Muxúnguè, na província de Sofala, na qual morreu pelo menos uma pessoa e outras dez ficaram feridas com certa gravidade.

Macuácua recorreu ao artigo 265 da Constituição da República que consagra o princípio estruturante da defesa do país para suportar a reacção das FDS face aos sistemáticos ataques.

“A actuação das nossas Forças de Defesa e Segurança face a estes atentados é legítima e tem cobertura constitucional. Mesmo qualquer cidadão pode agir em sua legítima defesa”, elucidou.

Referiu ainda que mesmo perante os insistentes ataques armados, o Presidente da República, Armando Guebuza continua aberto e disponível ao diálogo com a Renamo e com todas as forças vivas da sociedade para a busca de soluções aos múltiplos problemas que enfermam o país.

O porta-voz presidencial apresentou na ocasião condolências aos familiares da vítima do ataque ao mesmo tempo que repudiou os ataques cobardes da Renamo que resultam na perda de vidas, ferimentos e destruições de infra-estruturas sociais e económicas.

“É estranho que quando acontecem ataques da Renamo a civis, às crianças, à população civil, algumas pessoas se mantenham indiferentes. Qual é a agenda dessas pessoas? Que objectivos perseguem tais pessoas?” questionou.

Edson Macuácua reafirmou que mesmo perante esta escalada de ataques, as FDS deverão continuar a sua nobre missão de defender com a melhor eficácia e eficiência a Constituição da República.

Enquanto isso, o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Jorge Khalau, em breves declarações ao “Notícias” à margem da visita do Chefe do Estado e sobre este mesmo assunto, afirmou que a sua corporação continuará a trabalhar no sentido de garantir a manutenção da ordem e tranquilidade públicas.

“Continuaremos a perseguir os criminosos que atacam e matam inocentes”, disse Jorge Khalau.

Eliseu Bento

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