quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Moçambique/Destruida base central da Renamo em Marínguè



30 outubro 2013, Radio Moçambique http://www.rm.co.mz

As Forças de Defesa e Segurança moçambicanas tomaram ontem o controlo total do antigo quartel-general da Renamo, no distrito de Marínguè, em Sofala.

A acção, segundo escreve o matutino Notícias na sua edição desta quarta-feira, foi descrita por alguns dos seus protagonistas como tendo decorrido sem derramamento de sangue e levada a cabo por militares de diferentes especialidades e agentes especiais das autoridades policiais.

A ocupação daquele que era tido como o principal bastião da Renamo, desde o início da guerra dos 16 anos, de acordo ainda com o Notícias, foi feita em apenas cinco horas. O avanço das forças conjuntas em direcção ao local iniciou-se cerca das 13 horas da segunda-feira, terminando por volta das 17 do mesmo dia, tendo a clarificação da área sido concluída na tarde de ontem.

Aquela fonte refere ainda que, após a ocupação efectiva do local, testemunhou vestígios de presença recente das forças da Renamo e a sua saída apressada.

“Os indícios de uma recente presença de homens deixados na base, dão a entender que os guerrilheiros da Renamo que acabavam de abandonar o local sem, no entanto, poderem levar consigo os seus haveres, entre os quais vários documentos da vida do antigo movimento armado. Um outro elemento indicador de que os homens da Renamo acabavam de se retirar estão relacionados com a presença de restos de amuletos e algumas bebidas tradicionais, ainda frescas, tudo apontando que estariam ali envolvidos momentos antes em cerimónias tradicionais, vulgo “ku phahla”, escreve o maior diário moçambicano.

Um dos documentos deixados no terreno é um dos passaportes que era usado pelo Líder da Renamo, Afonso Dhlakama, durante a guerra dos 16 anos. No referido passaporte, Dhlakama fazia-se passar por um empresário de nacionalidade queniana com nome de Alfonsi Muanacato Barão. Com o documento terá viajado para alguns países do mundo, nomeadamente africanos, europeus, americanos e asiáticos, como, por exemplo, a África do Sul, Quénia, Suécia, Itália, França e Estados Unidos da América.

Na sua fuga, os guerrilheiros da Renamo também abandonaram igualmente na base algumas quantidades de munições, carregadores de metralhadoras e uma arma pesada já em avançado estado de obsolescência, fazendo presumir que não tenha sido usada há mais de 20 anos.

Alguns militares das forças governamentais ouvidos pelo Notícias pouco depois da tomada da base disseram que nesta operação tudo foi feito para que se evitasse que em nenhum dos lados houvesse baixas.

“Essa atitude deriva do facto de não estarmos em guerra, mas sim de uma acção de reposição da Constituição e da ordem pública que estava a ser violada”, comentou um dos oficiais.

Entretanto, a vila-sede de Marínguè estava deserta durante todo o dia de ontem. Alguns moradores e funcionários públicos não escondiam o seu ar de apreensão, temendo que fossem atingidos pelas balas devido aos confrontos entre as forças de defesa e os guerrilheiros da Renamo que na ocasião seguiram em diversas direcções, supostamente em busca de lugares mais seguros na região de Marínguè.

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Moçambique/Estranho que não se condene ataques da Renamo – Edson Macuácuá

27 outubro de 2013, Radio Moçambique http://www.rm.co.mz

O Porta-voz do Presidente da República, Edson Macuácua, disse hoje a jornalistas, na cidade da Beira, ser estranho e preocupante que quando acontecem ataques da Renamo contra todo o tipo de alvos, incluindo contra crianças, alguns membros da sociedade civil ‘fiquem em silêncio”.

Segundo Macuácua, é igualmente estranho que quando as forças de defesa e segurança reagem a estes ataques apareçam “discursos inflamatórios de condenação”.

De acordo com Macuácua, as forças de defesa e segurança tem legitimidade para defender a soberania e a todos os cidadãos moçambicanos sempre que forem atacados.

“Qual é a agenda desses organismos?”, questionou o porta-voz, admitindo a possibilidade de tais correntes ‘defenderem interesses inconfessáveis”.

Mesmo assim, Macuácua garantiu que, face a esta escalada de ataques, as forças de defesa e segurança continuarão com “a sua nobre missão, respondendo com a melhor e mais eficaz” actuação.

Quanto as vozes que advogam ser inconstitucional a intervenção do exército contra as acções da Renamo, no lugar de ser a polícia, Macuácua clarificou que esta intervenção tem amparo e cobertura constitucional.

“O contrário seria uma inconstitucionalidade”, disse ele, acrescentando que o exército está a cumprir com o consagrado nos artigos 265 e 266 da Constituição da Republica.

Macuácua garantiu que apesar destes ataques, o estadista moçambicano continua aberto ao diálogo e reitera o seu convite ao dirigente da Renamo, ora em parte incerta, para abandonar os ataques e a dialogar com o governo legalmente instituído. “A única solução de qualquer diferença é o diálogo”, afirmou Macuácua.

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