segunda-feira, 28 de outubro de 2013

ONU solicita a Angola apoio para saída da crise



28 outubro 2013, Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao

Garrido Fragoso

A subsecretária geral das Nações Unidas para a região dos Grandes Lagos, que termina hoje uma visita de três dias a Luanda, disse aos jornalistas que Angola “é uma referência para a paz e segurança na região”.

Mary Robinson salientou que por isso se deslocava a Angola para solicitar o apoio do Presidente José Eduardo dos Santos na resolução da crise na região dos Grandes Lagos, sobretudo no leste da República Democrática do Congo (RDC), onde “a situação é muito séria”.

Na região leste da RDC,
referiu, as forças do Presidente Joseph Kabila voltaram na sexta-feira a confrontar-se com a rebelião armada.

Apenas se as partes em conflito trabalharem com base nos acordos de paz assinados em Kampala, sublinhou, a crise pode ser ultrapassada rapidamente.

Mary Robinson é recebida hoje em separado pelo ministro da Defesa Nacional e pelo secretário de Estado das Relações Exteriores, com quem analisa aspectos destinados a encontrar uma saída para a situação na República Democrática do Congo.

Apesar da presença de um contingente militar da ONU, a RDC, em particular, e a região dos Grandes Lagos, no seu todo, vivem uma situação de instabilidade há mais de uma década devido à proliferação de milícias e por interferências estrangeiras.

A violência dos combates na RDC entre forças governamentais e grupos rebeldes armados já provocaram milhares de mortes e milhões de deslocados. O Vice-Presidente da República declarou recentemente que o Acordo Quadro de Paz, Segurança e Cooperação para a República Democrática do Congo e a Região dos Grandes Lagos assinado em Fevereiro, em Addis Abeba, é a melhor garantia para a estabilidade na região, salvaguarda da paz, segurança, soberania e integridade territorial daquele país.
Manuel Vicente, que discursava na altura, em representação do Presidente José Eduardo dos Santos, na 68ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, pediu aos signatários do acordo que respeitassem os compromissos e condenou as ameaças que “forças negativas” continuam a fazer a civis, principalmente na cidade e arredores de Goma.

O Vice-Presidente assegurou que Angola continuava a contribuir nos esforços de manutenção de paz e assumia as responsabilidades no plano internacional, em especial em África, no quadro regional e no da SADC, CEEAC, CPLP, Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos e a Comissão do Golfo da Guiné.

“Angola reitera a importância do papel das Nações Unidas como força motriz dos esforços globais para a manutenção da paz, estabilidade e do desenvolvimento económico e social, pelo que urge fortalecer a capacidade da ONU na prevenção de conflitos e na gestão de crises”, disse.

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