Brasil/PEC 241 é inconstitucional, diz nota da PGR encaminhada à Câmara
9 outubro 2016, Vermelho http://www.vermelho.org.br
(Brasil)
A Procuradoria-Geral da
República (PGR) encaminhou à Câmara na sexta-feira (7) uma nota técnica
classificando como inconstitucional a Proposta de Emenda à Constituição (PEC
241), que congela os gastos públicos por 20 anos.
A matéria, aprovada na
comissão especial na Câmara na mesma sexta-feira, já foi questionada pela
oposição em ação no Supremo Tribunal Federal (STF), que aponta a inconstitucionalidade da PEC 241.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avisa no texto que vai pedir o
arquivamento do texto que será votado em primeiro turno pelos deputados na
segunda-feira (10).
“As alterações pretendidas são flagrantemente inconstitucionais, por ofenderem
a independência e autonomia dos Poderes Legislativo e Judiciário, por ofenderem
a autonomia do Ministério Público e demais instituições do Sistema de Justiça
e, por consequência, o princípio constitucional da separação dos Poderes”, diz
odocumento da PGR.
“A PEC 241 institui o Novo Regime Fiscal pelos próximos 20 anos, prazo longo o
suficiente para limitar, prejudicar, enfraquecer o desempenho do Poder
Judiciário e demais instituições do Sistema de Justiça e, nesse alcance,
diminuir a atuação estatal no combate às demandas de que necessita a sociedade,
entre as quais o combate à corrupção, o combate ao crime, a atuação na tutela
coletiva, a defesa do interesse público”, diz o comunicado.
A PGR propõe alterações no texto em votação que prevê que o reajuste dos
orçamentos de todos os Poderes da República seja feito pela inflação do ano
anterior, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) por 20
anos. A sugestão prevista na nota da PGR é que a limitação seja por 10 anos com
revisão na metade deste prazo.
Além disso, o MPF propõe a distribuição ou transferência do saldo positivo de
receitas – resultado de um possível crescimento econômico – para as
instituições típicas de Estado, em especial do Poder Judiciário e outras
instâncias da Justiça. Esta fórmula, segundo os estudos da PGR, evitaria o
enfraquecimento ou paralisação de funções essenciais do Judiciário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário