27 outubro 2016,
EDITORIAL Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao (angola)
A estabilidade e a paz em África
são um assunto que continua a estar no centro da agenda de muitos
estadistas africanos, particularmente aqueles que estão directamente envolvidos
em processos de pacificação em regiões do continente marcadas por conflitos.
É positivo que continue a
haver por parte de estadistas africanos empenho em resolver muitos
problemas do continente, para se evitarem situações dramáticas. Perante
situações de conflito, é grande a responsabilidade dos estadistas
africanos, que devem prosseguir nos seus esforços para que se consiga
acabar com problemas de natureza política em África.
Os actores políticos africanos têm de tudo fazer para acabar com o sofrimento de vários povos do continente. Tudo deve ser feito para que os africanos possam levar uma vida normal e
Foi a ONU (Organização das Nações Unidas ) que decidiu passar para Angola a responsabilidade de dirigir o mecanismo, o que é prova de que a comunidade internacional reconhece o importante papel que o nosso país tem desempenhado nos processos de pacificação em África e acredita que a diplomacia angolana pode ajudar a encontrar soluções para os problemas que ocorrem, particularmente, no Congo Democrático. O conhecimento profundo da situação na RDC por parte da diplomacia angolana e a natureza das relações entre Angola e o Congo Democrático terão contribuído para a decisão da ONU de transferir para o nosso país a responsabilidade de evitar que os congoleses se envolvam em situações que possam pôr em perigo vidas humanas e mesmo causar a destruição de infra-estruturas.
Toda a África tem interesse em que o Congo Democrático esteja pacificado. A paz e a estabilidade são essenciais para o processo eleitoral na RDC. A violência não vai resolver os problemas do Congo Democrático. O Presidente José Eduardo dos Santos fez bem em assinalar, no seu discurso proferido ontem por ocasião da 7ª reunião de alto nível do Mecanismo Regional de Supervisão do Acordo-Quadro para a Paz, Segurança e Cooperação na RDC e na região dos Grandes Lagos, e dirigindo-se àqueles que querem chegar ao poder, que “valerá a pena esperar mais alguns meses para o fazerem em condições de segurança e tranquilidade, do que enveredar por caminhos incertos de violência, que se sabe sempre como e por que razão começam, mas nunca quando terminam”.
O Chefe de Estado angolano quis apelar ao bom senso dos actores políticos do Congo Democrático e convidá-los a salvaguardar os reais interesses do povo da RDC, nas actuais circunstâncias. O povo do Congo Democrático quer a paz e a estabilidade.
Como afirmou o Presidente José
Eduardo dos Santos, “aqueles que advogam a violência, é importante que saibam
que só em paz e com estabilidade é possível levar-se a cabo um processo
eleitoral sério, honesto e credível, tanto para o povo que vai votar como para
a comunidade internacional que o vai testemunhar. Para aqueles que aspiram
governar, é importante que saibam que é sempre melhor e mais fácil fazê-Io em
paz e com ordem, do que assumir o poder nas condições de um país devastado”.
Era importante que os actores políticos da RDC retivessem estas palavras do Presidente José Eduardo dos Santos, um estadista experiente que conduziu com êxito no nosso país um processo de paz que hoje é tido como um bom exemplo em todo o mundo.
O diálogo é pois a via que pode conduzir a RDC a resolver os seus problemas, até porque este país tem políticos e representantes da sociedade civil que estão em condições de protagonizar acções para que se acabe com a crise no território. O Chefe de Estado angolano recordou que “o acordo recentemente conseguido na RDC prova uma vez mais que o diálogo continua a ser a única via válida para se dirimirem contradições e se superarem crises e conflitos, por forma a garantir-se a paz dos espíritos e a estabilidade do ponto de vista político e social, no respeito das leis vigentes”.
Doravante na RDC deve haver vontade de todas as partes de avançar para a realização, com normalidade, do processo eleitoral, dentro dos prazos acordados, e nos termos da Constituição e da lei, na perspectiva de se consolidar o Estado democrático de direito no Congo Democrático. Vale a pena, a propósito, citar o Presidente José Eduardo dos Santos: “Os países do nosso Continente têm de assumir em pleno as nossas opções por Estados Democráticos e de Direito, consolidando as nossas instituições e respeitando a vontade popular livremente expressa, pois só isso vai permitir que as novas gerações se comecem a afirmar como legítimas continuadoras das políticas que visam o desenvolvimento dos nossos países e o progresso e bem-estar das nossas populações”.
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