24 outubro 2016, Odiário.info http://www.odiario.info (Portugal)
Uma retrospectiva da intervenção dos EUA no
Médio Oriente desde o 11 de Setembro mostra uma implacável marcha em direcção à
trágica perspectiva hoje colocada: o confronto militar com a Rússia, a segunda
maior potência nuclear. A previsível
eleição de Hillary Clinton será um passo mais em direcção a essa catástrofe.
Porque será que apenas ouvimos falar da
“crise humanitária em Alepo” e não da crise humanitária em todo o resto da
Síria, onde a perversão que governa Washington desencadeou os seus mercenários
do ISIS para trucidarem o povo sírio? Porque
será que não ouvimos falar da crise humanitária no Iémen onde os EUA e o seu
vassalo saudita estão a massacrar mulheres e crianças? Porque será que não
ouvimos falar da crise humanitária na Líbia onde Washington destruiu um país
deixando o caos em seu lugar? Porque será que não ouvimos falar na crise
humanitária no Iraque, que já se arrasta há 13 anos, ou a crise humanitária no
Afeganistão, que já vai em 15 anos?
A resposta é que a crise em Alepo é a crise de Washington estar a
perder os seus mercenários do ISIS perante o exército sírio e a força aérea
russa. Os jihadistas enviados por Obama e pela assassina criatura Hillary (“We
came, we saw, he died”; “Viemos, vimos, ele morreu”) para destruir a Síria
estão a ser destruídos eles próprios. O regime Obama e os
prostituto-jornalistas (“presstitutes”) ocidentais estão a tentar salvar os
jihadistas abrigando-os sob o manto da “crise humanitária”.
Este tipo de hipocrisia é padrão em Washington. Se o regime de
Obama tivesse um mínimo de preocupação acerca de “crises humanitárias” não
teria orquestrado crises humanitárias na Síria, Iraque, Afeganistão, Líbia e
Iémen.
Está a decorrer uma campanha presidencial nos EUA e ninguém
levantou a questão de porquê estarem os EUA determinados em derrubar um governo
sírio democraticamente eleito que é apoiado pelo povo sírio.
Ninguém perguntou porque é que o palhaço na Casa Branca tem
legitimidade para remover o presidente da Síria lançando contra o povo sírio
jihadistas abastecidos pelos EUA, que os prostituto-jornalistas apresentam
falsamente como “rebeldes moderados”.
Washington não tem, obviamente, resposta aceitável para tal
pergunta, e é essa a razão por que a pergunta não é colocada.
A resposta à pergunta é que a estratégia de Washington para a
desestabilização do Irão e depois das províncias muçulmanas da Federação Russa,
a anterior Ásia central soviética, e a província muçulmana da China, é a
substituição de governos estáveis pelo caos do jihadismo. Iraque, Líbia, e
Síria tinham sociedades seculares estáveis nas quais a mão firme dos governos
intervinha para prevenir o confronto sectário entre seitas muçulmanas. Através do
derrube desses governos seculares e do esforço actual para derrubar Assad,
Washington desencadeou o caos do terrorismo.
Não existia terrorismo no Médio Oriente até Washington o trazer com
as suas invasões, bombardeamentos, tortura.
Jihadistas como os que Washington utilizou para derrubar Khadafi
surgiram na Síria quando o Parlamento Britânico e o governo russo bloquearam a
invasão da Síria que Obama planeara. Como Washington foi impedido de atacar
directamente a Síria, Washington utilizou mercenários. Os prostitutos que fazem
de conta ser os media americanos fizeram a Washington o favor de propagandear
que os terroristas jihadistas são democratas sírios em rebelião contra a
“ditadura de Assad”. Esta gritante e transparente mentira tem sido repetida
tantas vezes que agora é confundida com a verdade.
Não existe qualquer espécie de ligação entre a Síria e a
justificação inicial de Washington para recorrer à violência no Médio Oriente.
A justificação inicial foi o 9/11, e foi utilizada para invadir o Afeganistão
com base na invenção de que os taliban davam acolhimento a Osama bin Laden, o
“cérebro”, que na altura estava a morrer por insuficiência renal num hospital
paquistanês. Osama bin Laden era um activo da CIA que fora utilizado contra os
soviéticos no Afeganistão. Não foi o perpetrador do 9/11. E os taliban também
não, com toda a certeza.
Mas os prostituto-jornalistas deram cobertura à mentira do regime
de Bush, e o público foi enganado com a frase de que devemos “derrotá-los lá
fora antes que nos ataquem em casa”.
Evidentemente que os muçulmanos não iam atacar-nos em casa, Se os
muçulmanos constituem uma ameaça, porque continua o governo dos EUA a trazer
tantos para cá enquanto refugiados das guerras de Washington contra os
muçulmanos?
O 9/11 foi o “novo Pearl Harbor” dos neoconservadores, aquele que
eles tinham escrito ser necessário para desencadearem as suas guerras no Médio
Oriente. O primeiro Secretário do Tesouro de Bush disse que ao assunto da
primeira reunião do gabinete de Bush foi a invasão do Iraque. Isto foi antes do
9/11. Por outras palavras, as guerras de Washington no Médio Oriente foram
planeadas anteriormente ao 9/11.
Os neoconservadores são sionistas. Ao mergulharem o Médio Oriente
no caos alcançam ambos os seus objectivos. Eliminam oposição organizada à
expansão israelita e criam jihadismo que pode ser utilizado para desestabilizar
países como Rússia, Irão e China que constituem um entrave ao exercício do
poder unilateral que, acreditam, o colapso soviético depositou na “nação
indispensável”, os EUA.
Osama bin Laden, o alegado cérebro do 9/11, estava a morrer, não
estava a dirigir uma guerra de terror contra Washington a partir de uma gruta
no Afeganistão. Os taliban estavam concentrados em consolidar o seu poder no
Afeganistão, não em atacar o Ocidente. Depois de bombardear casamentos,
funerais, e jogos de futebol de crianças, Washington deslocou-se para o Iraque.
Não existia qualquer indício de beligerância do Iraque em relação a Washington.
Inspectores de armamento da ONU disseram que não existiam armas de destruição
massiva no Iraque, mas Washington não os ouviu. As meretrizes que integram os
media norte-americanos ajudaram o regime de Bush a criar a imagem de uma
América sob o cogumelo de uma nuvem nuclear se os EUA não invadissem o Iraque.
O Iraque não dispunha de armas nucleares e toda a gente o sabia,
mas os factos eram irrelevantes. Havia uma agenda em andamento, uma agenda não
declarada. Para avançar com uma agenda que não ousava revelar o governo
recorreu ao medo. “Temos que os matar antes que nos venham eles aqui matar.”
E portanto o Iraque, um país estável e progressivo, foi reduzido a ruínas.
Seguiu-se a Líbia. Khadafi não queria juntar-se ao Comando Africano
de Washington, a China estava a desenvolver campos de exploração de petróleo na
Líbia oriental. Washington estava já incomodado com a presença russa no
Mediterrâneo e não queria que a China também aí estivesse presente. Portanto
Khadafi tinha que ser removido.
Depois foi Assad a ser acusado, com testemunhos falsificados, de
ter utilizado armas químicas contra a rebelião que Washington desencadeara.
Ninguém, nem mesmo o Parlamento Britânico, acreditou na transparente mentira de
Washington. Incapaz de encontra apoio que desse cobertura a uma invasão, a
psicopata AssassHillary (“Killary”) enviou os jihadistas que Washington
utilizara para destruir a Líbia para derrubar Assad.
Os russos, que até esta altura tinham sido ingénuos e crédulos a
ponto de confiarem em Washington, descobriram finalmente que a instabilidade
que Washington estava a fomentar se dirigia contra eles. O governo russo
decidiu que a Síria constituía a sua linha vermelha e, a solicitação do governo
sírio, intervieram contra os jihadistas apoiados por Washington.
Washington sente-se ultrajado e ameaça agora cometer ainda outra
criminosa violação do Padrão de Nuremberga agredindo ostensivamente a Síria.
Semelhante passo irresponsável colocaria Washington em conflito militar com a
Rússia e, por implicação, com a China. Os europeus, antes de permitirem que
Washington dê início a um conflito tão perigoso, fariam bem em registar a
advertência de Sergei Karaganov, membro do Conselho de Política Externa e
Defesa do ministério russo dos Negócios Estrangeiros: “A Rússia nunca mais
voltará a combater no seu próprio território. Se a NATO der início a uma
invasão contra uma potência nuclear como nós, a NATO sofrerá uma punição.”
O facto de o governo dos EUA ser criminosamente demente deveria
assustar qualquer pessoa na face da Terra. AssassHillary está apostada em
entrar em conflito com a Rússia. Apesar disso, Obama, os prostituto-jornalistas
e o “establishment” democrata e republicano estão a fazer todo o possível para
instalar na Sala Oval a pessoa que irá maximizar o conflito com a Rússia.
A sobrevivência do planeta está nas mãos de criminosos dementes. É
essa a verdadeira crise humanitária.
Nota: O Ten-General Michael Flynn, director da Agência de
Informações de Defesa (DIA) do Pentágono declarou numa entrevista que a criação
do ISIS foi “uma decisão deliberada de Washington.” V. por exemplo,
https://www.rt.com/usa/312050-dia-flynn-islamic-state/ Also: http://russia-insider.com/en/secret-pentagon-report-reveals-us-created-isis-tool-overthrow-syrias-president-assad/ri7364.
A DIA advertiu que ISIS viria a evoluir para um principado salafista que
ocuparia partes do Iraque e da Síria
http://www.judicialwatch.org/wp-content/uploads/2015/05/Pg.-291-Pgs.-287-293-JW-v-DOD-and-State-14-812-DOD-Release-2015-04-10-final-version11.pdf
A advertência foi ignorada uma vez que o regime neoconservador de Obama via o
ISIS como um recurso a ser utilizado contra a Síria.
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