terça-feira, 11 de outubro de 2016

Angola/As Forças Armadas Angolanas simbolizam a unidade nacional

10 outubro 2016, Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)

Adalberto Ceita

Em Angola a expressão mais alta de reconciliação e o melhor exemplo de unidade nacional encontramos nas Forças Armadas Angolanas, considerou ontem, no município do Ambriz, província do Bengo, o ministro da Defesa Nacional.

João Lourenço, que discursava no acto central das comemorações do 25.º aniversário da fundação das Forças Armadas Angolanas, decorrida na Escola de Formação de Fuzileiros, referiu que as FAA constituem motivo de orgulho nacional e
encarnam, na sua essência, os valores mais elevados do patriotismo e da cidadania.

“A natureza humana das nossas Forças Armadas faz delas uma autorizada representação nacional, porquanto incorpora em si o nosso diversificado mosaico étnico-racial, cultural e de tradições das nossas heróicas lutas de resistência e de defesa da nossa Independência e da Soberania Nacional”, disse.

O ministro lembrou que o benefício mais óbvio para um país, ao constituir as suas forças armadas, é a garantia da defesa da inviolabilidade do seu território, actuando como factor de persuasão contra eventuais ameaças externas.

 No caso angolano, disse, as Forças Armadas também são um instrumento de política externa do Estado, podendo ser usadas sempre que o interesse nacional for ameaçado e em missões de manutenção de paz, de acordo com a Constituição da República e à luz dos tratados internacionais e regionais que Angola assumiu ou venha a assumir.

“Constituídas por uma população eminentemente jovem, as FAA são também uma instituição com responsabilidades acrescidas no processo de ensino, formação e instrução contínua dos cidadãos chamados a servir a instituição militar e a sociedade no seu todo”, realçou.

Além de sublinhar que a arte e ciência militares são muito complexas e estão em permanente evolução, o ministro da Defesa Nacional apelou os efectivos para que tenham consciência desta realidade e tenham sempre presente a necessidade da sua superação permanenente.
João Lourenço admitiu que a defesa nacional tem custos elevados para qualquer país, sobretudo quando as Forças Armadas dependem do Orçamento Geral dos Estado. Com efeito, apontou a implantação das indústrias de defesa e a auto-produção alimentar das tropas como um objectivo constante a alcançar. “Em tempo de paz, as FAA não têm de ser necessariamente ociosas e muito menos improdutiva”, defendeu o ministro da Defesa Nacional.

Mais organização
João Lourenço exortou as FAA a prosseguirem na senda da melhoria constante dos níveis de organização e funcionamento, sempre sob direcção e coordenação do Poder Político instituído. Garantiu que, não obstante os constrangimentos de natureza económica e financeira, o Executivo tudo fará para o êxito do programa de reequipamento e modernização em curso nas FAA. “É necessário agir com responsabilidade para que o pouco que se adquira esteja à disposição dos técnicos e especialistas com as qualificações necessárias, para uma correcta exploração e rentabilização do armamento e da técnica que formos adquirindo, com vista ao aumento do seu potencial combativo e operacional”, defendeu.

Servir a Pátria

O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, Geraldo Sachipengo Nunda, lembrou que as FAA ergueram-se à custa do sacrifício dos filhos mais nobres de muitas famílias angolanas e de países amigos. Muitas dessas famílias, disse, nunca mais viram os seus filhos regressar à casa, porque tombaram na luta pela defesa da soberania, da integridade territorial e para a conquista da paz e da estabilidade.

O general de exército rendeu também homenagem aos companheiros de guerra que regressaram com cicatrizes e mutilações, tendo considerado a sua inserção e protecção social uma das maiores prioridades do Estado angolano.

“As FAA são parte integrante da sociedade, que é a razão da sua existência. Devemos ter uma conduta irrepreensível e digna do juramento que fizemos à Pátria”, exortou o general, para quem “um militar nunca deverá usar a sua condição para impor-se contra os cidadãos ou causar moléstia à população”.


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Angola/Governo cubano expressa gratidão pelo apoio firme dos angolanos
10 outubro 2016, Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)

Eleazar Van-Dúnem

O “importante apoio” do Governo angolano na luta do povo cubano contra o bloqueio unilateral dos EUA à Cuba mereceu, em Luanda, o agradecimento da embaixadora daquele país das Caraíbas  em Angola.

Gizela Rivera falava em exclusivo ao Jornal de Angola, à margem da cerimónia do 40º aniversário da sabotagem do avião de Barbados, da aviação cubana, em 6 de Outubro de 1976, que provocou a morte de 73 cubanos, incluindo a equipa nacional de esgrima que viajava de regresso ao país após participar, em Caracas, Venezuela, no Campeonato Centro-Americano e das Caraíbas.

Sobre a situação do bloqueio dos EUA contra Cuba, Gizela Rivera informou que Havana volta a pedir este ano na ONU o fim do bloqueio económico, comercial e financeiro dos EUA, “que se mantém apesar dos discursos e da visita do Presidente dos EUA a Cuba, bem como das medidas tomadas por Barack Obama, que reconhecemos como positivas, mas consideramos limitadas e insuficientes”.

Questionada se a mudança na Presidência dos EUA pode prejudicar a luta para a retirada do bloqueio dos EUA contra Cuba, respondeu que a maioria dos norte-americanos é contra o bloqueio, razão pela qual, “se a vontade do povo é ouvida e respeitada, independentemente de quem venha a estar na Casa Branca, vai ter em conta o desejo dos norte-americanos”. Cuba, prosseguiu, está convencida de que o bloqueio vai ser levantado mais cedo ou mais tarde, “porque não tem sentido, é contrário às leis internacionais e até mesmo contra o interesse dos norte-americanos”. A comunidade internacional, sublinhou, também apoia Cuba nesta luta. “No ano passado, 191 países votaram contra o bloqueio, apenas dois países não o fizeram”, recordou.

Gizela Rivera também comentou a nomeação de António Guterres ao cargo de Secretário-Geral da ONU. Apesar de não ter na altura uma posição oficial do seu país, disse estar segura que Cuba “vai dar ao próximo Secretário-Geral da ONU todo o apoio”, porque seguiu o seu percurso e a sua acção positiva enquanto alto funcionário da ONU para os Refugiados. Sobre a questão dos refugiados, Gizela Rivera afirmou que Cuba “sempre vê o lado humanitário e a necessidade de apoio de todos os que necessitam em qualquer parte do mundo”. E disse ser muito importante entender a causa da crise migratória e buscar consensos para acabar com o fenómeno.

Terrorismo de Estado 

Ao falar sobre a tragédia de 6 de Outubro de 1976, a diplomata cubana afirmou que a vida destes cubanos foram retiradas “por um grupo de criminosos que hoje gozam impunidade e abrigo em território norte-americano, apesar de ter sido provada a sua participação neste e noutros actos terroristas contra Cuba”.

Gizela Rivera denunciou o que chamou de “política de terrorismo de Estado” aplicada contra Cuba “mediante acções na maioria dos casos encorajadas por autoridades dos EUA”, e reiterou que o Governo e o povo cubano “condenam e enfrentam o terrorismo em todas as suas formas e manifestações”. Em homenagem às vítimas do avião de Barbados, Cuba declarou oficialmente o 6 de Outubro Dia das Vítimas do Terrorismo de Estado.Em 6 de Outubro de 1976 duas bombas explodiram a bordo do voo 455, da aviação cubana, causando a morte de 73 pessoas, a maioria integrante da equipa juvenil cubana de esgrima, que retornava da Venezuela, após receber a maioria das medalhas de ouro de um campeonato naquele país da América do Sul. Entre as vítimas, 57 eram cubanas, onze guianenses e cinco norte-coreanas.


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