25 março 2015, Jornal
de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)
Artur Queiroz
No Triângulo do Tumpo a
Bandeira Nacional foi hasteada nos pontos mais importantes da Batalha do Cuito
Cuanavale, travada há 27 anos, entre as forças angolanas e as tropas do
apartheid, reforçadas com os batalhões de Savimbi.
Uma aliança que acabou esmagada, no dia 27 de Março de
1987. A derrota dos invasores levou à libertação de Nelson Mandela, ao fim do
regime de Pretória e à independência da Namíbia. Os combatentes construíram
heroicamente no Cuando Cubango o monumento mundial da liberdade.
Os tanques Oliphant que há 27 anos atacaram o Triângulo do Tumpo caíram nos campos de minas não convencionais, reforçadas com caixas de explosivos e bombas avariadas da aviação, obra do capitão Jorge, comandante da Engenharia Militar. O capitão Valeriano estava com os seus homens, na linha da frente. Montou num ardil aos invasores que lhes foi fatal.
“Durante o dia retirei os meus homens das suas posições e eles passaram a ponte sobre o rio Cuito. Eu sabia que o inimigo estava a vigiar os nossos movimentos. Mas pela calada da noite, com o máximo cuidado, regressámos. Quando os invasores nos atacaram, pensavam que
Alguns tanques tinham avarias que os impediam de entrar em combate. Mas os sistemas de fogo estavam intactos. Foram colocados no campo de batalha para dispararem sobre o inimigo. Os invasores encontraram uma barreira de fogo tão forte que ficaram desorientados. Ao fim da tarde sentiram sob o peso da derrota. Vários tanques Oliphant estavam seriamente danificados mas as tripulações conseguiram levá-los. Outros ficaram no campo de batalha. Um deles foi abandonado intacto e ainda com o motor a trabalhar.
Nas colinas do Triângulo do Tumpo estão os destroços de dois Oliphants. No dia 23 de Março foi içada a Bandeira Nacional naqueles locais. Fica lá sempre. Para que o Mundo não esqueça que no Cuando Cubango o regime nazi de Pretória foi derrotado.
Junto ao tanque Oliphant que foi abandonado com o motor a trabalhar, também foi içada a Bandeira Nacional. Os que consideram a Batalha do Cuito Cuanavale um mito, têm ali a prova da realidade. No Triângulo do Tumpo os angolanos libertaram a Humanidade do regime nazi de Pretória.
“Na Batalha do Cuito Cuanavale, aqui no Triângulo do Tumpo, o hediondo regime de apartheid foi derrotado, vergado pela tenacidade e heroísmo dos militares das então Forças Armadas Populares de Libertação de Angola, exclusivamente por angolanos, sob o alto comando do Presidente da República e Comandante em Chefe, José Eduardo dos Santos. Os combates foram tão renhidos e a derrota foi tão esmagadora que alguns soldados sul-africanos escreveram nas paredes das casas em que pernoitaram, já em território namibiano: We came out from hell ou, em português, viemos do inferno”, lembrou o ministro Bornito de Sousa no seu discurso, durante a cerimónia de aniversário, na chana do Tumpo, frente à Bandeira Nacional. Centenas de pessoas participaram na festa e foram ver os despojos da guerra. Estão ali as marcas da batalha que mudou África e o mundo.
“Quando, a 11 de Fevereiro de 1990, o mundo assistiu com entusiasmo aos primeiros passos de Nelson Mandela em direcção à liberdade, depois de 28 anos de prisão às mãos do regime racista da sul-africano, poucos relacionaram aquele momento com o sacrifício e sangue vertido pelos angolanos em suporte aos combatentes e militantes do ANC”, disse o ministro Bornito de Sousa no Triângulo do Tumpo, o monumento mundial à liberdade. A Bandeira Nacional hasteada junto ao tanque que foi abandonado intacto, jovens e crianças quiseramposar para a posteridade.
Antónia Lopes, Miss Cuando Cubango, a primeira dama de honor, Mardelina Maliti e a segunda dama de honor, Tárcia Mesquita também quiseram uma recordação do 27º aniversário da Batalha do Cuito Cuanavale. As mamãs da OMA faziam a festa, cantando hinos de louvor aos combatentes. O Triângulo do Tumpo foi o ponto final do apartheid. Mas o dia seguinte ao 23 de Março de 1988 marcou o nascimento de um mundo novo. A última colónia em África, a Namíbia, foi libertada. E o povo sul-africano ficou livre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário