sexta-feira, 6 de março de 2015

A desindustrialização da Ucrânia/На финишной прямой деиндустриализации: как Украина теряет промышленность

2 março 15, Resistir.info http://www.resistir.info (Portugal)
19 февраля 2015, Однако Odnako http://www.odnako.org (Rússia, Россия)

por Ivan Lizan

A recusa da Ucrânia em cooperar com a Rússia nos campos militar, científico e técnico já começou a dar frutos. Naturalmente, esta política de Kiev forçou os cidadãos da Ucrânia a comerem apenas uma espécie (envenenada) de "frutos":  desemprego, pobreza e desindustrialização. 

Agradeçam ao Ocidente e a Kiev por isto.
 

O objectivo deste ruptura na cooperação, iniciada pelos mentores ocidentais de Kiev – enquanto conversas balofas no governo só anunciavam a decisão de Washington, embrulhada no slogan "Nem uma única peça sobressalente para o ocupante" – era realmente interromper a defesa estatal da Federação Russa.
 


"Génios" do pensamento político ucraniano manifestaram a intenção de forçar a capitulação de Moscovo através da recusa em cooperar e exportar componentes. Exemplo: o "gigante" político ucraniano Yuri Lutsenko sugeriu utilizar a fábrica Yuzhmash como um meio de chantagear a Rússia. O argumento era verdadeiramente "fatal", mas, como se verificou, não para a Rússia:   "... a totalidade dos mísseis nucleares russos podem ser reparados só pela nossa Yuzhmash. Sem este serviço, o mundo todo pode cantar la-la-la-la" [referência à cantiga obscena "Putin huilo la-la-la-la" popular entre ucranianos anti-russos] – repetia Lutsenko em meados de Julho do ano passado.
 
Contudo, o efeito negativo de romper as ligações é quase sempre mútuo e não é imediato. Porque, subitamente, verificou-se que o mastodonte do engineering ucraniano – a espinha dorsal da construção ucraniana de foguetes – está entre a vida e a morte. Entretanto, companhias russas ainda mantêm a Yuzhmash a trabalhar, por razões ainda não claras para Kiev. 

Como morre a nau capitania da construção de foguetes
 
A fábrica tinha problemas anteriormente. Eles não eram críticos, mas acumulavam-se de ano para ano.
 

Os americanos foram os primeiros a recusar cooperação com a Yuzhmash por causa do foguete Antares que explodiu. Formalmente, os americanos vão trabalhar durante cerca de um ano na conclusão da solução técnica para o seu foguete, de modo que a Yuzhmash será deixada sem encomendas dos EUA durante este período. Na realidade, se Washington decidir renovar a cooperação, eles poderão não encontrar ninguém com quem falar, pois nessa altura a companhia estará reduzida apenas a uma pilha de equipamento.
 

O prego final no caixão da fábrica foi a recusa da Federação Russa de encomendar veículos de lançamento Zenit; eles serão substituídos pelo Angara [fabricados na Rússia].
 

Em meados de Outubro de 2014, cerca de 50 empregados por dia estavam a abandonar a empresa. E eles eram os trabalhadores mais valiosos que não poderiam ser substituídos por quaisquer outros. A situação foi agravada pelas ondas infindáveis de "mogilizações" [jogo de palavras:  mobilização/mogilização pois
 "mogila" significa "sepultura" em russo] anunciadas por Kiev no quadro da guerra civil no Leste. 

O número de trabalhadores mobilizados não se conhece precisamente, mas quanto mais empregados perderem seus empregos, mais serão enviados para as fileiras do exército ucraniano – dessa forma não só fortalecendo a defesa do país como também "criando novos empregos". Portanto, o dano para o pessoal potencial aumentará na proporção directa da duração da guerra e do número de despedimentos colectivos na fábrica.
 

A morte da empresa: Apenas os factos
 
Pode-se saber do estado da companhia através da entrevista do seu antigo director Victor Shchyogol, mas aqui estamos interessados apenas nos factos e nas consequências do encerramento da fábrica:


·         Durante os últimos três anos, o volume de produção na fábrica caiu mais de quatro vezes e o volume de contratos com a Rússia diminuiu em 60 vezes, calculados em hrivnya equivalente; 
·         -- O encerramento da fábrica resultará na perda de cerca de 50 mil empregos na Yuzhmash e empresas associadas; 
·         -- Cerca de 70% dos componentes para o veículo de lançamento Zenit eram produzidos em cooperação com a Rússia; 
·         -- Contratos com os brasileiros e relacionamentos para trabalhos de manutenção com os EUA permitirão empregar apenas cerca de 10% do pessoal da fábrica; 
·         -- A cooperação com a Rússia terminou completamente, resultando na perda de mais de 80% das receitas da fábrica; 
·         -- Empregados da companhia não têm recebido salário por mais de sete meses; 
·         --  Da força de trabalho total de 7000, mais de um milhar de empregados deixou a companhia; 
·         
      Ainda há dois anos atrás, as encomendas da Ucrânia montavam a minúsculos 10 milhões de hryvnia (pouco mais de US$1 milhão à taxa de câmbio de 2013), agora não há encomendas de todo.


Qual é a próxima empresa? 
Os próximos candidatos a falecimento são a Antonov ASTC [Aviation Science and Technology Complex] e outras empresas construtoras de máquinas. 

Em 30 de Janeiro chegou uma missão do FMI à Antonov ASTC. Eles familiarizaram-se com o trabalho da empresa e visitaram o laboratório de testes de estática, de
 engineeringe de ensaios de pilotagem, o avião de treino AN-148, linhas de montagem tanto para produções experimentais como de série e também tomaram conhecimento de projectos prometedores. 

Desconhece-se qual era o objectivo real da visita dos empregados administrativos do FMI, mas é duvidoso que os tubarões do capital ocidental estivessem interessados numa recuperação rápida e no desenvolvimento da empresa. Mais provavelmente, preparam-se para a sua liquidação. Provavelmente, o encerramento de um certo número de indústrias de alta tecnologia é uma condição para o desembolso de empréstimos do FMI a Kiev.
 

Notavelmente, as moribundas Yuzhmash e Antonov estão conectadas pela cooperação industrial – os chassis da família de aviões AN são feitos em Dnepropetrovsk.
 

A situação não é melhor na construção ferroviária. No primeiro semestre do ano passado eles montaram apenas cerca de 3.500 vagões tendo uma capacidade de 38 mil. A fábrica de Kharkov Electrotyazhmash perdeu US$41 milhões devido ao cancelamento de encomendas da Rússia para o fornecimento de turbinas geradores, motores eléctricos e equipamento para furação de minas. As perdas da Yuzhakel montaram a US$12,4 milhões.
 

Só a Turboatom e a "Motor Sich" conseguiram sobreviver – até agora.
 

A seguir na fila, a morte da metalurgia, a qual permanece num estado de depressão já há vários anos. A destruição ou perda da fábrica de coque Avdeevka forçará Kiev a comutar para carvão coque importado, enquanto a transição de Mariupol para a autoridade da RPD [República Popular de Donetsk] levará à perda deste importante porto de exportação de metal laminado. Com produção de metal reduzida, o orçamento do estado perderá uma grande fatia das suas receitas em divisas estrangeiras.
 

No quadro da guerra entre Kiev e Dnepropetrovsk, o sector das ferro-ligas, o qual é controlado por Igor Kolomoisky, pontecialmente também poderia morrer. As fábricas de ferro-ligas não foram modernizadas e está é uma indústria incrivelmente intensiva em energia. Até agora, a única coisa que salva a indústria é o fornecimento de electricidade a partir da Rússia e a relutância de Kiev em confrontar Kolomoisky.
 

Bastante vagas são as perspectivas das indústrias químicas e alimentares. Entretanto, a situação não é melhor em outras áreas da economia que estão a sofrer com jovens reformadores e "guerreiros visitantes" vindos dos estados bálticos e dos EUA.
 

Pode-se dizer com certeza que no fim da sua guerra civil a Ucrânia completará o processo de desindustrialização e o que dela restar servirá apenas para cultivar cereais. 

Os activos da infraestrutura existente são irrelevantes para os governantes de Kiev, ao passo que trabalhadores capazes de fazer funcionar centrais eléctrica e produzir bens de alta tecnologia nas fábricas que miraculosamente sobreviverem ou morrerão na guerra, incapazes de evitar as "mogilizações", ou emigrarão para fora do país a fim de escapar à pobreza. É seguro admitir que as [actuais] equipes administrativas são absolutamente incompetentes, o que é confirmado pelos acidentes regulares em centrais nucleares ucranianas, as quais só por pouco deixaram de repetir o desastre de Chernobyl.
 

A derrocada financeira que Kiev terá de declarar, inevitavelmente, só poderá apressar a morte da indústria. Devido à queda da produção, Kiev terá uma redução de receitas em divisas estrangeiras, um declínio nas receitas orçamentais e, portanto, aproximar-se-á do colapso com dezenas de milhares de empregos perdidos – não por causa de alguma política de Moscovo, mas devido ao próprio desejo de Kiev de matar-se para contestar a Rússia.
 

Cada nova fábrica fechada apenas acelerará o início de tumultos urbanos em grande escala e o aumento do número de opositores à bancarrota do projecto "Ucrânia".
 
26/Fevereiro/2015

Ver também

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На финишной прямой деиндустриализации: как Украина теряет промышленность
19 февраля 2015, Однако Odnako http://www.odnako.org (Rússia, Россия)

КРИЗИС НА УКРАИНЕ


Отказ Украины от сотрудничества с Россией в оборонной и научно-технической сферах уже начал приносить первые плоды. Естественно, единственными «плодами», которые вынуждены вкушать граждане Украины от такой политики Киева стали ядовитые безработица, нищета и деиндустриализация.

Спасибо Западу и Киеву за это

Целью разрыва кооперации, инициатором которой выступили западные кураторы Киева — а говорящие головы в правительстве лишь огласили решение Вашингтона, завернув его в обёртку «Ни одной запчасти оккупанту!», — был фактически срыв государственного оборонного заказа РФ.


«Гении» украинской политической мысли высказывали намерение принудить Москву к объявлению капитуляции отказом от сотрудничества и экспорта комплектующих. Например, «титан» украинского политикума Юрий Луценко предлагал сделать завод «Южмаш» средством для шантажа России. Аргумент был поистине «убийственным», но, как оказалось не для России: «…Обслуживание всех ядерных ракет РФ может проводить только наш «Южмаш». Без такого обслуживания «ла-ла-ла-ла» споёт весь мир», — твердил Луценко в середине июля прошлого года.

Однако негативный эффект от разрыва связей практически всегда бывает взаимным и проявляется не сразу. Потому внезапно оказалось, что на грани жизни и смерти находится целый мастодонт украинского машиностроения — становой хребет украинского ракетостроения — завод «Южмаш». А российские предприятия почему-то всё ещё по непонятным для Киева причинам работают.

Как умирает флагман ракетостроения

Проблемы у предприятия были и раньше, однако критическими их назвать было сложно, впрочем, они из года в год накапливались.

Первыми от работы с «Южмашем» отказались американцы из-за взрыва ракетоносителя Anthares. Формально американцы будут около года трудиться над доработкой технического решения по своей ракете, потому «Южмаш» останется без заказов со стороны США на это время. В действительности же Вашингтону, если он решит вновь подключить предприятие к работе, будет не с кем говорить, а от предприятия к тому времени может остаться разве что оборудование.

Последним гвоздём в крышку гроба завода стал отказ РФ от закупок ракетоносителей «Зенит», которые будут заменены «Ангарой».

По состоянию на середину октября прошлого года на заводе увольнялось порядка полусотни сотрудников ежедневно. При этом уходят ценнейшие кадры, заменить которые некем. Усугубляют ситуацию нескончаемые волны «могилизации», объявляемые Киевом в рамках гражданской войны на Восточном фронте.

При этом количество отмобилизованных с предприятия точно не известно, однако чем больше сотрудников утратят свои рабочие места, тем больше их попытаются отправить в ряды украинской армиитак это не только повышает обороноспособность страны, но и «создаёт новые рабочие места». Следовательно, урон кадровому потенциалу будет возрастать прямо пропорционально длительности войны и увольнениям на заводе.

Смерть предприятия: только факты

О состоянии предприятия можно подробно узнать из интервью бывшего директора Виктора Щёголя, однако нас интересуют только факты и последствия закрытия завода:

объём производства на заводе за последние три года упал более чем в 4 раза, а объём контрактов с Россией в гривневом эквиваленте уменьшился в 60 раз;
закрытие завода приведёт к утрате порядка 50 000 тысяч рабочих мест как на «Южмаше», так и на смежных предприятиях;
 — около 70% комплектующих к РН «Зенит» производилось в кооперации с Россией;
контракты с бразильцами и поддержание рабочих отношений с США позволят задействовать лишь около 10% персонала завода;
сотрудничество с Россией прекращено полностью, что приведёт к утрате заводом свыше 80% выручки;
 — работники предприятия не получали заработной платы свыше семи месяцев;
 — с завода уволились больше тысячи человек при штате в 7 тысяч сотрудников;
 — заказов от Украины в позапрошлом году было объёмом в жалких 10 млн гривен (чуть больше 1 млн долл. по курсу 2013 года), теперь заказов нет вовсе.

 

Кто следующий?

 

Следующими претендентами на гибель являются АНТК им. Антонова и иные машиностроительные предприятия.


На АНТК им. Антонова 30 января прибыла миссия МВФ, которая ознакомилась с работой предприятия и посетила лабораторию статических испытаний, инженерно-пилотажный стенд, тренажёр Ан-148, сборочные цеха опытного и серийного производств, а также ознакомилась с перспективными проектами.

С какой реальной целью клерки МВФ посетили заводнеизвестно, однако сомнительно, что акулы западного капитала заинтересованы в скорейшем запуске производства и развитии предприятия. Скорее всего, дело идёт к его ликвидации. Вероятно, что одним из реальных условий выделения Киеву кредитов МВФ является закрытие ряда высокотехнологичных производств.

Примечательно, что погибающий «Южмаш» и «Антонов» связывает производственная кооперацияв Днепропетровске изготавливают шасси для самолётов семейства «Ан».

Ничуть не лучше ситуация у вагоностроителейв первом полугодии прошлого года они собрали порядка 3,5 тысяч вагонов при мощностях в 38 тысяч. А харьковский завод «Электротяжмаш» при аннулировании заказов от РФ на поставку турбогенераторов, электродвигателей и шахтно-бурового оборудования потерял 41 млн долл. Убытки «Южкабеля» составили 12,4 млн долл.

Умудрились выжитьпока чтотолько «Турбоатом» и «Мотор Сич».

Далее на очереди гибель металлургии, которая пребывает в состоянии депрессии уже несколько лет. Уничтожение или утрата контроля Киевом Авдеевского коксохимического завода приведёт к необходимости перехода исключительно на импортный коксующийся уголь, а переход Мариуполя под власть ДНР приведёт к утрате порта, через который осуществлялась львиная доля экспорта металлопроката. Вместе с металлургией бюджет потеряет большую долю валютной выручки.
В рамках войны между Киевом и Днепропетровском может в перспективе умереть и ферросплавная отрасль, которую контролирует Игорь Коломойский. Заводы по производству ферросплавов не модернизировались, а производство невероятно энергоёмко. Пока единственное, что спасает отрасль, — поставки Россией электроэнергии и нежелание Киева идти на конфронтацию с Коломойским.

Туманны перспективы химпрома и пищепрома, впрочем, не лучше обстановка и в иных сферах экономики, которые успешно добивают младореформаторы и «варяги» из Прибалтики и США.

***

Можно с уверенностью констатировать, что по итогам гражданской войны Украина завершит процесс полной деиндустриализации, а то, что останется от неё, будет в состоянии выращивать исключительно зерно.

Существующие объекты инфраструктуры уже излишни для киевских правителей, а кадры, ещё способные на низовом уровне заниматься обслуживанием электростанций и производством высокотехнологичной продукции на чудом уцелевших заводах или погибнут на фронте, не сумев избежать «могилизации», или же выедут за пределы страны, спасаясь от нищеты. Управленческие кадры уже смело можно признавать абсолютно профнепригодными, и доказательством данного утверждения могут служить регулярные аварии на украинских АЭС, которые лишь чудом не привели к повторению чернобыльской катастрофы.

Дефолт, который Киеву неизбежно придётся объявить, лишь ускорит гибель индустрии. Вместе с закрывшимися производствами Киев получает сокращение валютной выручки, падение доходов бюджета, стало быть, приближение краха и десятки тысяч потерявших работуне из-за политики Москвы, а из-за желания Украины убить себя назло России.

Потому каждое закрытое предприятие лишь приближает старт масштабных городских бунтов и увеличивает количество противников обанкротившегося проекта «Украина».

КРИЗИС НА УКРАИНЕ

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