sexta-feira, 6 de março de 2015

Moçambique/Comissão Política da Frelimo reitera a condenação ao assassinato do constitucionalista Gilles Cistac

5 março 2015,

Comissão Política da Frelimo reitera a condenação ao assassinato do constitucionalista Gilles Cistac e apresenta sentidas condolências e solidariedade à família.

Num comunicado emitido ontem, quarta-feira, após mais uma sessão, a comissão política repudia a postura assumida por alguns órgão de comunicação social em torno deste assassinato.

Diz o partido que distancia-se das acusações daqueles que, recorrendo a manobras dilatórias, acusam a Frelimo de ser o responsável pela morte do académico Cistac, tentando pôr em causa a honra, o bom nome e a imagem da Frelimo e dos seus dirigentes-- estivemos a citar o comunicado.

A Comissão Política considera
que estas manobras dilatórias e acusações são graves e visam, entre outros objectivos, fomentar o boato, a divisão do povo moçambicano, semear a confusão, incitar a violência, desestabilizar o país e pôr em causa a governação da Frelimo.

Acrescenta o comunicado que tais manobras dilatórias visam também pôr em causa as conquistas colectivas do povo moçambicano, a unidade nacional, a paz, o fortalecimento do estado de direito democrático e retardar o desenvolvimento nacional.

A comissão Política exorta aos moçambicanos a se manterem calmas, serenos e vigilantes e para que denunciem actos e pronunciamentos que possam fomentar o boato e pôr em causa a unidade nacional e a paz.

Na sua sessão, a comissão política da Frelimo recebeu informações em torno do diálogo político e reiterou a condenação às manobras dilatórias da Renamo e do seu presidente Afonso Dhlakama.

Reiterou a necessidade urgente de desarmamento, integração e reinserção social e económica dos homens residuais da Renamo, à luz do acordo de cessação das hostilidades. (RM)

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Moçambique/Assassinato de Gilles Cistac: Solicitado apoio a INTERPOL


O Ministério do Interior (MINT) solicitou o apoio da Polícia Internacional (INTERPOL) para integrar as equipas de peritos moçambicanos na investigação criminal para ajudar a identificar e deter os presumíveis assassinos do constitucionalista e docente da Universidade Eduardo Mondlane, Gilles Cistac.

O Professor Cistac foi brutalmente assassinado a tiro na manhã de terça-feira por um quarteto de atiradores à solta quando acabava de abandonar um salão de chá, localizado na Polana, um dos bairros de elite, na capital do país.

A informação foi avançada ontem, em Maputo, pelo Ministro do Interior, Jaime Basílio Monteiro, durante uma conferência de imprensa, tendo revelado ainda que o pedido de ajuda foi extensivo às forças policiais congéneres dos países da região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). O governante disse que a nossa Polícia já recebeu o devido apoio técnico e material para levar a cabo uma investigação rápida, que possa muito brevemente trazer resultados práticos.

“Numa ocorrência tão trágica como esta, que mexe com todas as sensibilidades profissionais da Polícia da região e do mundo inteiro, tivemos que concertar com a INTERPOL e as polícias da região da SADC para nos apoiarem nas investigações. Solicitamos igualmente apoio de todos os quadrantes da sociedade nacional e todos os parceiros internacionais. Temos estado a contar com informações de todo o tipo, e valorizamos isso. Não afunilamos a nossa perseguição apenas a informação inicial avançada logo após a ocorrência criminal, segundo a qual foram quatro os autores do crime. 
Eventualmente o número possa variar visto que esse número foi avançado inicialmente. As nossas equipas de investigação valorizam todo o tipo de informação que a cada momento aparece. Temos estado a receber informações adicionais e fazemos questão de não as afunilar. Abrimos espaço para todo o conjunto de informações.A investigação deve ser serena, isenta e muito profissional. A serenidade sugere não restringir o raio de investigação” - esclareceu o ministro.

Segundo referiu Basílio Monteiro, o assassinato do Prof. Gilles Cistac, tal como de qualquer outro cidadão, constitui um crime grave e um atentado ao direito à vida, valor sagrado devidamente protegido pela Constituição da República de Moçambique. Por essa razão, afirmou, o Governo reitera o seu repúdio e condenação de forma veemente este acto, não apenas por constituir um crime, mas fundamentalmente por colocar em causa a autoridade enquanto garante do direito e protecção à vida de todos os cidadãos.

“Perante este quadro, transmitimos instruções pontuais à Polícia, para através do seu ramo (PIC), conduzir uma investigação serena, muito profissional, de forma a neutralizar os autores deste bárbaro crime. Querermos, por isso, apelar a todos os cidadãos a oferecer a sua rápida colaboração para a célere localização e identificação destes criminosos. Decidimos, igualmente, que a Polícia incremente a sua visibilidade de modo a que um acto como este não volte a acontecer no nosso solo pátrio. Queremos juntarmo-nos aos demais cidadãos expressando os nossos sentimentos de pesar e consternação à família enlutada. A Polícia tudo fará para perseguir e neutralizar os criminosos. Não toleraremos que este tipo de ocorrência volte a acontecer no nosso país” -- sublinhou Basílio Monteiro.

Ele prosseguiu com a sua explanação, dizendo que há todo um engajamento dos ramos da Polícia para o esclarecimento deste caso, onde a acção de perseguição policial iniciou a partir do momento em que a ocorrência se verificou.

“Há pistas que estão a ser seguidas. Porém, é ainda prematuro avançar resultados dessas acções, mas progressivamente iremos prestar mais informações. Quanto à vulnerabilidade ou não do local da ocorrência do crime, dizer que o criminoso é, igualmente, um homem. No instante em que o criminoso entende desenvolver um acto, num lapso de intervalo de tempo, ele realiza-o e foge. Mas quero assegurar-vos que jamais descansaremos, e custe o que custar teremos de encontrar os autores deste crime. É desejável que não ocorra nenhum crime num intervalo de duas patrulhas, mas nem sempre é fácil evitar. E, infelizmente, foi o que aconteceu com o professor” – apontou Basílio Monteiro.

Quanto às vozes que, por um lado, defendem que a vítima não deveria ter sido socorrida antes da chegada da Polícia e outras que se mostram favoráveis à ajuda prestada por alguns cidadãos em levá-la ao hospital, o Ministro do Interior explicou que, se na altura se desse por morto, “naturalmente que deveria se preservar o local do crime. Contudo, havia espaço para ele ser socorrido. Os invólucros da arma usada ainda são localizáveis, a viatura que foi atingida apresenta sinais de perfuração por balas, elementos que de alguma forma devem ser preservados. Não foi errado as pessoas socorrerem a vítima porque acreditavam que ainda podia ser salva, e só fizeram bem”.


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