5 março 2015, Jornal Noticias http://www.jornalnoticias.co.mz
(Moçambique)
Comissão Política da
Frelimo reitera a condenação ao assassinato do constitucionalista Gilles Cistac
e apresenta sentidas condolências e solidariedade à família.
Num comunicado emitido
ontem, quarta-feira, após mais uma sessão, a comissão política repudia a
postura assumida por alguns órgão de comunicação social em torno deste
assassinato.
Diz o partido que
distancia-se das acusações daqueles que, recorrendo a manobras dilatórias,
acusam a Frelimo de ser o responsável pela morte do académico Cistac, tentando
pôr em causa a honra, o bom nome e a imagem da Frelimo e dos seus
dirigentes-- estivemos a citar o comunicado.
A Comissão Política
considera
que estas manobras dilatórias e acusações são graves e visam, entre
outros objectivos, fomentar o boato, a divisão do povo moçambicano, semear a
confusão, incitar a violência, desestabilizar o país e pôr em causa a
governação da Frelimo.
Acrescenta o comunicado
que tais manobras dilatórias visam também pôr em causa as conquistas colectivas
do povo moçambicano, a unidade nacional, a paz, o fortalecimento do estado de
direito democrático e retardar o desenvolvimento nacional.
A comissão Política
exorta aos moçambicanos a se manterem calmas, serenos e vigilantes e para que
denunciem actos e pronunciamentos que possam fomentar o boato e pôr em causa a
unidade nacional e a paz.
Na sua sessão, a
comissão política da Frelimo recebeu informações em torno do diálogo político e
reiterou a condenação às manobras dilatórias da Renamo e do seu presidente
Afonso Dhlakama.
Reiterou a necessidade
urgente de desarmamento, integração e reinserção social e económica dos homens
residuais da Renamo, à luz do acordo de cessação das hostilidades. (RM)
----------
Moçambique/Assassinato
de Gilles Cistac: Solicitado apoio a INTERPOL
6
março 2015, Jornal Noticias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)
O Ministério do Interior (MINT) solicitou o apoio da
Polícia Internacional (INTERPOL) para integrar as equipas de peritos
moçambicanos na investigação criminal para ajudar a identificar e deter os
presumíveis assassinos do constitucionalista e docente da Universidade Eduardo
Mondlane, Gilles Cistac.
O Professor Cistac foi brutalmente assassinado a tiro
na manhã de terça-feira por um quarteto de atiradores à solta quando acabava de
abandonar um salão de chá, localizado na Polana, um dos bairros de elite, na
capital do país.
A informação foi avançada ontem, em Maputo, pelo
Ministro do Interior, Jaime Basílio Monteiro, durante uma conferência de
imprensa, tendo revelado ainda que o pedido de ajuda foi extensivo às forças
policiais congéneres dos países da região da Comunidade de Desenvolvimento da
África Austral (SADC). O governante disse que a nossa Polícia já recebeu o
devido apoio técnico e material para levar a cabo uma investigação rápida, que
possa muito brevemente trazer resultados práticos.
“Numa ocorrência tão trágica como esta, que mexe com
todas as sensibilidades profissionais da Polícia da região e do mundo inteiro,
tivemos que concertar com a INTERPOL e as polícias da região da SADC para nos
apoiarem nas investigações. Solicitamos igualmente apoio de todos os quadrantes
da sociedade nacional e todos os parceiros internacionais. Temos estado a contar
com informações de todo o tipo, e valorizamos isso. Não afunilamos a nossa
perseguição apenas a informação inicial avançada logo após a ocorrência
criminal, segundo a qual foram quatro os autores do crime.
Eventualmente o
número possa variar visto que esse número foi avançado inicialmente. As nossas
equipas de investigação valorizam todo o tipo de informação que a cada momento
aparece. Temos estado a receber informações adicionais e fazemos questão de não
as afunilar. Abrimos espaço para todo o conjunto de informações.A investigação
deve ser serena, isenta e muito profissional. A serenidade sugere não
restringir o raio de investigação” - esclareceu o ministro.
Segundo referiu Basílio Monteiro, o assassinato do
Prof. Gilles Cistac, tal como de qualquer outro cidadão, constitui um crime
grave e um atentado ao direito à vida, valor sagrado devidamente protegido pela
Constituição da República de Moçambique. Por essa razão, afirmou, o Governo
reitera o seu repúdio e condenação de forma veemente este acto, não apenas por
constituir um crime, mas fundamentalmente por colocar em causa a autoridade
enquanto garante do direito e protecção à vida de todos os cidadãos.
“Perante este quadro, transmitimos instruções pontuais
à Polícia, para através do seu ramo (PIC), conduzir uma investigação serena,
muito profissional, de forma a neutralizar os autores deste bárbaro crime.
Querermos, por isso, apelar a todos os cidadãos a oferecer a sua rápida
colaboração para a célere localização e identificação destes criminosos. Decidimos,
igualmente, que a Polícia incremente a sua visibilidade de modo a que um acto
como este não volte a acontecer no nosso solo pátrio. Queremos juntarmo-nos aos
demais cidadãos expressando os nossos sentimentos de pesar e consternação à
família enlutada. A Polícia tudo fará para perseguir e neutralizar os
criminosos. Não toleraremos que este tipo de ocorrência volte a acontecer no
nosso país” -- sublinhou Basílio Monteiro.
Ele prosseguiu com a sua explanação, dizendo que há
todo um engajamento dos ramos da Polícia para o esclarecimento deste caso, onde
a acção de perseguição policial iniciou a partir do momento em que a ocorrência
se verificou.
“Há pistas que estão a ser seguidas. Porém, é ainda
prematuro avançar resultados dessas acções, mas progressivamente iremos prestar
mais informações. Quanto à vulnerabilidade ou não do local da ocorrência do
crime, dizer que o criminoso é, igualmente, um homem. No instante em que o
criminoso entende desenvolver um acto, num lapso de intervalo de tempo, ele realiza-o
e foge. Mas quero assegurar-vos que jamais descansaremos, e custe o que custar
teremos de encontrar os autores deste crime. É desejável que não ocorra nenhum
crime num intervalo de duas patrulhas, mas nem sempre é fácil evitar. E,
infelizmente, foi o que aconteceu com o professor” – apontou Basílio Monteiro.
Quanto às vozes que, por um lado, defendem que a
vítima não deveria ter sido socorrida antes da chegada da Polícia e outras que
se mostram favoráveis à ajuda prestada por alguns cidadãos em levá-la ao
hospital, o Ministro do Interior explicou que, se na altura se desse por morto,
“naturalmente que deveria se preservar o local do crime. Contudo, havia espaço
para ele ser socorrido. Os invólucros da arma usada ainda são localizáveis, a
viatura que foi atingida apresenta sinais de perfuração por balas, elementos
que de alguma forma devem ser preservados. Não foi errado as pessoas socorrerem
a vítima porque acreditavam que ainda podia ser salva, e só fizeram bem”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário