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Países da Ásia e América Latina: Filipe Nyussi pelo
reforço da cooperação económica
Filipe Jacinto Nyusi,
actual Chefe do Estado, foi ontem eleito pelos membros do Comité Central da
Frelimo presidente do partido, sucedendo a Armando Guebuza, no último dia da IV
Sessão Ordinária do órgão.
Nyusi foi eleito para o
cargo com 98,4 votos dos 201 membros efectivos do Comité Central, e na sua
primeira declaração agradeceu a confiança que lhe foi depositada e afirmou
estar aberto à contribuição e conselhos de todos os militantes.
O presidente da Frelimo
disse que assume o cargo ciente da responsabilidade que o mesmo representa, não
só para o partido como também para os moçambicanos em geral. Prometeu que não
se vai desviar da agenda principal do seu partido, que visa a promoção do
bem-estar ao povo e o desenvolvimento do país.
Primará por um trabalho
em conjunto, para que o Partido Frelimo continue triunfante. Felicitou Armando
Guebuza pela entrega, dinamismo, esforço individual e colectivo, factores
preponderantes que levaram o partido a
conquistar vitórias em várias frentes.
Filipe Nyusi reafirmou
que vai continuar a trabalhar para que a paz no país seja efectiva, pois só com
ela é que se pode desenvolver Moçambique. Continuará igualmente a empreender
todos os esforços para elevar o bom nome de Moçambique no plano internacional.
O novo presidente da
Frelimo disse ter a sorte de levar a cabo a sua missão contando com o apoio de
dois dirigentes do partido ainda vivos, nomeadamente Joaquim Chissano e Armando
Guebuza, de quem vai explorar a máxima vantagem para a condução dos destinos da
formação política no poder.
Armando Guebuza
renunciou a liderança do Partido Frelimo por vontade própria, perante os
membros da Comissão Política, durante uma reunião restrita que decorreu no
decurso dos trabalhos da IV Sessão Ordinária do órgão. Segundo apurámos de
fontes partidárias, Guebuza prometeu continuar a trabalhar para o partido a
todo o gás, dando a sua contribuição para que os seus objectivos e ideais
perdurem para sempre.
A decisão da renúncia de
Armando Guebuza foi posteriormente transmitida em plenário aos membros do
Comité Central, que a acolheram com aplausos, num sinal claro de que,
contrariamente ao que propalavam alguns círculos de opinião dentro e fora do
partido, a Frelimo continua coesa, unida e firme e sabe tomar decisões
oportunas em momento oportuno.
Aliás, pela força dos
estatutos do partido Armando Guebuza tinha cerca de dois anos à frente dos
destinos da Frelimo, uma vez que foi eleito pelo X Congresso realizado em 2012
na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado.
Até ao fecho da presente
edição decorriam ainda, na Escola Central do Partido, na cidade da Matola, os
trabalhos da IV Sessão Ordinária do Comité Central da Frelimo. A sessão
apreciou e aprovou os relatórios da Comissão Política, do Secretariado do
Comité Central, o processo das eleições de 2014 e o plano de actividades e
orçamento do partido para o presente ano, o relatório da bancada parlamentar, o
Programa Quinquenal do Governo 2015-2019, o Plano Económico e Social (PES) e o
Orçamento do Governo para 2015.
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Membros do Comité
Central da Frelimo e convidados à IV Sessão daquele órgão, terminada ontem em
Maputo, mostraram-se optimistas na liderança de Filipe Nyusi ao cargo de
presidente do partido dos “camaradas” em sucessão a Armando Guebuza.
Francisco Mucanheia, do
Comité Central, considerou que a grande expectativa dos membros do partido e
dos moçambicanos no geral com a eleição de Nyusi para o cargo de presidente do
partido é ver continuada a liderança da Frelimo com segurança e tranquilidade,
mantendo-se como principal referência no processo de desenvolvimento do país.
Disse que existe uma
certeza comum de que o Presidente Filipe Nyusi será, na liderança do partido,
um elemento de união, coesão e de fortalecimento da Frelimo. “Nós, os membros
do Comité Central e todos os outros militantes, manifestamos o nosso total
apoio ao Presidente Nyusi”, disse Mucanheia, salientando que o sentimento no
seio dos membros do Comité Central é de muita confiança e esperança em Nyusi.
Como desafio para o novo
presidente do partido, Francisco Mucanheia apontou a manutenção da paz, o que
significa continuar os esforços da pacificação, chamar todos os moçambicanos
para o convívio familiar e garantir uma justiça social, colocando Moçambique
numa posição de destino preferencial para os investidores.
Mucanheia, que também é
deputado da Assembleia da República, reconhece que Armando Guebuza deixa o
partido mais consolidado, unido e forte, argumentando que a Frelimo está na
Assembleia da República com uma maioria qualificada.
Missão cumprida
Ana Rita Sithole, membro
do Comité Central da Frelimo, considerou, por sua vez, que a eleição de Filipe
Nyusi é uma espécie de “missão cumprida”. “É uma grande alegria para todos nós,
particularmente para mim, como membro do Comité Central, e é uma sensação de
missão cumprida”, salientou Ana Rita, defendendo que a Frelimo tem momentos
próprios para tomar decisões, e este foi o exemplo disso.
Disse que a expectativa
era a renúncia de Armando Guebuza e a eleição de Filipe Nyusi, porque o partido
estava preparado para ter uma nova liderança.
De acordo com Ana Rita,
a última sessão do Comité Central superou as expectativas, tanto dos membros do
Comité Central, como dos convidados, que saíram do encontro mais unidos e mais
galvanizados. “As três gerações, nomeadamente a da luta armada de libertação
nacional, a de 8 de Março e a dos mais jovens, que é a mais activa, saíram mais
unidas deste encontro e prontas para seguirem o plano de desenvolvimento”,
disse, reconhecendo, no entanto, que o presidente-cessante deixa o partido mais
coeso e, acima de tudo, conferiu à Frelimo uma nova forma de estar e um novo
dinamismo. “Posso dizer que tive a honra de trabalhar com o Presidente Samora
Machel, que me moldou, e depois com o Presidente Joaquim Chissano, e consolidei
a minha experiência política com o Presidente Guebuza”, concluiu Ana Rita
Sithole.
Diminui o risco de
investidor
Ragendra de Sousa, convidado
ao Comité Central, disse, falando na qualidade de economista, que o passo que
se deu na liderança da Frelimo tecnicamente reduziu o risco de investidor,
porque, no seu entender, já se conhece a linha do comando. “Reduzindo-se o
risco reduz-se a taxa de juro, reduzindo a taxa de juro a apetência para
investir é maior”, salientou, acrescentando que a este acto eminentemente
político os economistas vêem-no como redução de incertezas, o que é importante
para o investimento.
Segundo o economista,
esta incerteza não se verifica apenas em relação ao estrangeiro, mas também com
o investimento nacional, uma vez que todo o indivíduo quer aplicar o seu
dinheiro sabendo o que vai acontecer no dia seguinte.
“Não se esqueçam que o
Presidente Guebuza foi Presidente da República e da Frelimo. Então, a maior
parte de grandes investimentos começou numa situação de convergência de comando
e grande parte destes investimentos não está terminada, então estamos num novo
ciclo onde para se investir precisa-se desta convergência”, disse Sousa,
acrescentando que isto não acontece apenas em Moçambique mas sim noutras
democracias, onde o presidente do partido normalmente é o primeiro-ministro nos
sistemas parlamentares.
“Esta é uma prática
estabelecida para que o comando económico tenha uma linha clara. O investidor
sabe que foi recebido pelo Presidente da República, que simultaneamente é o
presidente do partido maioritário. Este tipo de instituições é fundamental para
o investimento”, disse, salientando que os não investidores às vezes têm pouca
sensibilidade disso.
Renúncia era esperada
Para Rafael Shikani, a
renúncia de Armando Guebuza já era esperada pelos membros do partido e não só,
muito embora os comentários fossem contrários, uma vez que as condições estavam
criadas para o efeito.
“Temos um Presidente da
República que agora passa a ser também presidente da Frelimo, que lhe dá um
perfil idêntico a todos aqueles que passaram por este cargo. O Comité Central
ratificou que a pessoa deve congregar estes dois poderes para conseguir
materializar tanto o trabalho governativo como o político”, salientou.
Segundo este
interlocutor, o que esta situação implica para os moçambicanos depende muito da
leitura de cada um. “O Presidente Nyusi já tinha uma flexibilidade muito antes
de assumir esta posição e vamos ver agora se vai continuar com a mesma toada”,
concluiu.
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Países da Ásia e América Latina: Filipe Nyussi pelo
reforço da cooperação económica
O Presidente da
República, Filipe Nyusi, destacou ontem a necessidade de os países da Ásia e
América Latina, com quem o país tem laços de cooperação, reforçarem e
melhorarem a cooperação no domínio económico e de investimentos com o objectivo
de elevar para outros patamares o desenvolvimento de Moçambique.
Nyusi fez este apelo
ontem no decurso de audiências separadas aos diplomatas de países asiáticos e
América Latina acreditados no país, “a quem pediu que submetam propostas
concretas no âmbito do desenvolvimento da economia moçambicana, ao mesmo tempo
que desenvolvem os seus”, segundo disse a imprensa à Conselheira do Presidente
da República, Catarina Dimande.
Os dois grupos de países
manifestaram a sua disponibilidade de apoiar Moçambique no seu esforço rumo ao
desenvolvimento, combate a pobreza e criação de emprego, principalmente numa
altura em o pais se debate com os efeitos nefastos das cheias que mataram mais
de uma centena de pessoas e destruíram infraestruturas económicas e sociais de
incalculável valor.
Segundo o Embaixador da
Indonésia, Harbangan Napitupulu, falando em nome dos seus colegas asiáticos, a
reunião com o PR foi uma oportunidade para o felicitarem por ocupar o mais alto
cargo da nação e o encorajarem a levar a bom porto as suas prioridades de
governação que passam pela manutenção da paz e combate a pobreza.
“Aproveitamos o encontro
para expressar ao Senhor Presidente nossa mensagem de simpatia e condolências
pelas vidas humanas que se perderam devido as cheias no centro e norte. Ao
mesmo tempo manifestamos o nosso total apoio para a recuperação pois
acreditamos que com a sua liderança e suas prioridades Moçambique vai
seguramente trilhar o caminho do desenvolvimento”, disse Napitupulu.
O diplomata asiático
enalteceu que com a liderança do Presidente Nyusi o país vai conseguir manter a
segurança e paz, condições necessárias para o alcance do desenvolvimento
harmonioso.
Por seu turno, a
Embaixadora do Brasil, Lígia Scherer, em representação dos países da América
Latina, alinhou pelo mesmo diapasão ao declarar ser “prioridade absoluta o
estabelecimento da paz no país ” como premissa para que os vários
investimentos, onde se verifica um grande envolvimento brasileiro, tragam o tão
almejado desenvolvimento.
Os nossos países tem
sempre apoiado por que tem plena confiança que o país alcançará a paz,
sublinhou Scherer.
Para a prossecução deste
desiderato, a diplomata brasileira, indicou que o seu país vai rubricar nos
próximos dias vários memorandos com a sua contra parte moçambicana no sentido
de materializar vários programas de apoio ao desenvolvimento e investimentos em
varias áreas, com principal enfoque para a área da agricultura, recursos
humanos e recursos naturais.
Nas duas audiências
estiveram representados pela Asia, para além da Indonésia, China, Japão, Coreia
do Sul, Timor Leste, India e Vietname. Pela América Latina estiveram para além
do Brasil, Cuba e Venezuela.
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