segunda-feira, 30 de março de 2015

Moçambique/Nyusi novo Presidente da Frelimo

30 março 2015, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)

Tambem nesta postagem

Países da Ásia e América Latina: Filipe Nyussi pelo reforço da cooperação económica


Filipe Jacinto Nyusi, actual Chefe do Estado, foi ontem eleito pelos membros do Comité Central da Frelimo presidente do partido, sucedendo a Armando Guebuza, no último dia da IV Sessão Ordinária do órgão.

Nyusi foi eleito para o cargo com 98,4 votos dos 201 membros efectivos do Comité Central, e na sua primeira declaração agradeceu a confiança que lhe foi depositada e afirmou estar aberto à contribuição e conselhos de todos os militantes.

O presidente da Frelimo disse que assume o cargo ciente da responsabilidade que o mesmo representa, não só para o partido como também para os moçambicanos em geral. Prometeu que não se vai desviar da agenda principal do seu partido, que visa a promoção do bem-estar ao povo e o desenvolvimento do país.

Primará por um trabalho em conjunto, para que o Partido Frelimo continue triunfante. Felicitou Armando Guebuza pela entrega, dinamismo, esforço individual e colectivo, factores preponderantes que levaram o partido a
conquistar vitórias em várias frentes.

Filipe Nyusi reafirmou que vai continuar a trabalhar para que a paz no país seja efectiva, pois só com ela é que se pode desenvolver Moçambique. Continuará igualmente a empreender todos os esforços para elevar o bom nome de Moçambique no plano internacional.

O novo presidente da Frelimo disse ter a sorte de levar a cabo a sua missão contando com o apoio de dois dirigentes do partido ainda vivos, nomeadamente Joaquim Chissano e Armando Guebuza, de quem vai explorar a máxima vantagem para a condução dos destinos da formação política no poder.

Armando Guebuza renunciou a liderança do Partido Frelimo por vontade própria, perante os membros da Comissão Política, durante uma reunião restrita que decorreu no decurso dos trabalhos da IV Sessão Ordinária do órgão. Segundo apurámos de fontes partidárias, Guebuza prometeu continuar a trabalhar para o partido a todo o gás, dando a sua contribuição para que os seus objectivos e ideais perdurem para sempre.

A decisão da renúncia de Armando Guebuza foi posteriormente transmitida em plenário aos membros do Comité Central, que a acolheram com aplausos, num sinal claro de que, contrariamente ao que propalavam alguns círculos de opinião dentro e fora do partido, a Frelimo continua coesa, unida e firme e sabe tomar decisões oportunas em momento oportuno.
Aliás, pela força dos estatutos do partido Armando Guebuza tinha cerca de dois anos à frente dos destinos da Frelimo, uma vez que foi eleito pelo X Congresso realizado em 2012 na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado.

Até ao fecho da presente edição decorriam ainda, na Escola Central do Partido, na cidade da Matola, os trabalhos da IV Sessão Ordinária do Comité Central da Frelimo. A sessão apreciou e aprovou os relatórios da Comissão Política, do Secretariado do Comité Central, o processo das eleições de 2014 e o plano de actividades e orçamento do partido para o presente ano, o relatório da bancada parlamentar, o Programa Quinquenal do Governo 2015-2019, o Plano Económico e Social (PES) e o Orçamento do Governo para 2015.

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30 março 2015, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)

Membros do Comité Central da Frelimo e convidados à IV Sessão daquele órgão, terminada ontem em Maputo, mostraram-se optimistas na liderança de Filipe Nyusi ao cargo de presidente do partido dos “camaradas” em sucessão a Armando Guebuza.

Francisco Mucanheia, do Comité Central, considerou que a grande expectativa dos membros do partido e dos moçambicanos no geral com a eleição de Nyusi para o cargo de presidente do partido é ver continuada a liderança da Frelimo com segurança e tranquilidade, mantendo-se como principal referência no processo de desenvolvimento do país.

Disse que existe uma certeza comum de que o Presidente Filipe Nyusi será, na liderança do partido, um elemento de união, coesão e de fortalecimento da Frelimo. “Nós, os membros do Comité Central e todos os outros militantes, manifestamos o nosso total apoio ao Presidente Nyusi”, disse Mucanheia, salientando que o sentimento no seio dos membros do Comité Central é de muita confiança e esperança em Nyusi.

Como desafio para o novo presidente do partido, Francisco Mucanheia apontou a manutenção da paz, o que significa continuar os esforços da pacificação, chamar todos os moçambicanos para o convívio familiar e garantir uma justiça social, colocando Moçambique numa posição de destino preferencial para os investidores.

Mucanheia, que também é deputado da Assembleia da República, reconhece que Armando Guebuza deixa o partido mais consolidado, unido e forte, argumentando que a Frelimo está na Assembleia da República com uma maioria qualificada.

Missão cumprida
Ana Rita Sithole, membro do Comité Central da Frelimo, considerou, por sua vez, que a eleição de Filipe Nyusi é uma espécie de “missão cumprida”. “É uma grande alegria para todos nós, particularmente para mim, como membro do Comité Central, e é uma sensação de missão cumprida”, salientou Ana Rita, defendendo que a Frelimo tem momentos próprios para tomar decisões, e este foi o exemplo disso.

Disse que a expectativa era a renúncia de Armando Guebuza e a eleição de Filipe Nyusi, porque o partido estava preparado para ter uma nova liderança.

De acordo com Ana Rita, a última sessão do Comité Central superou as expectativas, tanto dos membros do Comité Central, como dos convidados, que saíram do encontro mais unidos e mais galvanizados. “As três gerações, nomeadamente a da luta armada de libertação nacional, a de 8 de Março e a dos mais jovens, que é a mais activa, saíram mais unidas deste encontro e prontas para seguirem o plano de desenvolvimento”, disse, reconhecendo, no entanto, que o presidente-cessante deixa o partido mais coeso e, acima de tudo, conferiu à Frelimo uma nova forma de estar e um novo dinamismo. “Posso dizer que tive a honra de trabalhar com o Presidente Samora Machel, que me moldou, e depois com o Presidente Joaquim Chissano, e consolidei a minha experiência política com o Presidente Guebuza”, concluiu Ana Rita Sithole.

Diminui o risco de investidor 
Ragendra de Sousa, convidado ao Comité Central, disse, falando na qualidade de economista, que o passo que se deu na liderança da Frelimo tecnicamente reduziu o risco de investidor, porque, no seu entender, já se conhece a linha do comando. “Reduzindo-se o risco reduz-se a taxa de juro, reduzindo a taxa de juro a apetência para investir é maior”, salientou, acrescentando que a este acto eminentemente político os economistas vêem-no como redução de incertezas, o que é importante para o investimento.

Segundo o economista, esta incerteza não se verifica apenas em relação ao estrangeiro, mas também com o investimento nacional, uma vez que todo o indivíduo quer aplicar o seu dinheiro sabendo o que vai acontecer no dia seguinte.

“Não se esqueçam que o Presidente Guebuza foi Presidente da República e da Frelimo. Então, a maior parte de grandes investimentos começou numa situação de convergência de comando e grande parte destes investimentos não está terminada, então estamos num novo ciclo onde para se investir precisa-se desta convergência”, disse Sousa, acrescentando que isto não acontece apenas em Moçambique mas sim noutras democracias, onde o presidente do partido normalmente é o primeiro-ministro nos sistemas parlamentares.

“Esta é uma prática estabelecida para que o comando económico tenha uma linha clara. O investidor sabe que foi recebido pelo Presidente da República, que simultaneamente é o presidente do partido maioritário. Este tipo de instituições é fundamental para o investimento”, disse, salientando que os não investidores às vezes têm pouca sensibilidade disso.

Renúncia era esperada
Para Rafael Shikani, a renúncia de Armando Guebuza já era esperada pelos membros do partido e não só, muito embora os comentários fossem contrários, uma vez que as condições estavam criadas para o efeito.

“Temos um Presidente da República que agora passa a ser também presidente da Frelimo, que lhe dá um perfil idêntico a todos aqueles que passaram por este cargo. O Comité Central ratificou que a pessoa deve congregar estes dois poderes para conseguir materializar tanto o trabalho governativo como o político”, salientou.

Segundo este interlocutor, o que esta situação implica para os moçambicanos depende muito da leitura de cada um. “O Presidente Nyusi já tinha uma flexibilidade muito antes de assumir esta posição e vamos ver agora se vai continuar com a mesma toada”, concluiu.

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Países da Ásia e América Latina: Filipe Nyussi pelo reforço da cooperação económica

25 março de 2015, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)

O Presidente da República, Filipe Nyusi, destacou ontem a necessidade de os países da Ásia e América Latina, com quem o país tem laços de cooperação, reforçarem e melhorarem a cooperação no domínio económico e de investimentos com o objectivo de elevar para outros patamares o desenvolvimento de Moçambique.

Nyusi fez este apelo ontem no decurso de audiências separadas aos diplomatas de países asiáticos e América Latina acreditados no país, “a quem pediu que submetam propostas concretas no âmbito do desenvolvimento da economia moçambicana, ao mesmo tempo que desenvolvem os seus”, segundo disse a imprensa à Conselheira do Presidente da República, Catarina Dimande.

Os dois grupos de países manifestaram a sua disponibilidade de apoiar Moçambique no seu esforço rumo ao desenvolvimento, combate a pobreza e criação de emprego, principalmente numa altura em o pais se debate com os efeitos nefastos das cheias que mataram mais de uma centena de pessoas e destruíram infraestruturas económicas e sociais de incalculável valor.

Segundo o Embaixador da Indonésia, Harbangan Napitupulu, falando em nome dos seus colegas asiáticos, a reunião com o PR foi uma oportunidade para o felicitarem por ocupar o mais alto cargo da nação e o encorajarem a levar a bom porto as suas prioridades de governação que passam pela manutenção da paz e combate a pobreza.

“Aproveitamos o encontro para expressar ao Senhor Presidente nossa mensagem de simpatia e condolências pelas vidas humanas que se perderam devido as cheias no centro e norte. Ao mesmo tempo manifestamos o nosso total apoio para a recuperação pois acreditamos que com a sua liderança e suas prioridades Moçambique vai seguramente trilhar o caminho do desenvolvimento”, disse Napitupulu.

O diplomata asiático enalteceu que com a liderança do Presidente Nyusi o país vai conseguir manter a segurança e paz, condições necessárias para o alcance do desenvolvimento harmonioso.

Por seu turno, a Embaixadora do Brasil, Lígia Scherer, em representação dos países da América Latina, alinhou pelo mesmo diapasão ao declarar ser “prioridade absoluta o estabelecimento da paz no país ” como premissa para que os vários investimentos, onde se verifica um grande envolvimento brasileiro, tragam o tão almejado desenvolvimento.
Os nossos países tem sempre apoiado por que tem plena confiança que o país alcançará a paz, sublinhou Scherer.

Para a prossecução deste desiderato, a diplomata brasileira, indicou que o seu país vai rubricar nos próximos dias vários memorandos com a sua contra parte moçambicana no sentido de materializar vários programas de apoio ao desenvolvimento e investimentos em varias áreas, com principal enfoque para a área da agricultura, recursos humanos e recursos naturais.

Nas duas audiências estiveram representados pela Asia, para além da Indonésia, China, Japão, Coreia do Sul, Timor Leste, India e Vietname. Pela América Latina estiveram para além do Brasil, Cuba e Venezuela.


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