quinta-feira, 8 de abril de 2010

Moçambique/Para unidade nacional e democracia: Chama percorre o país

O president da República, Armando Guebuza, lançou ontem na vila-sede do distrito de Nangade, em Cabo Delgado, a tocha da “Chama da Unidade”, que durante mais de 70 dias vai percorrer os 128 distritos do país levando consigo a mensagem da unidade nacional, cultura da paz e aprofundamento da democracia multipartidária para a edificação de um Estado de Direito. Segundo o Chefe do Estado, estes aspectos são as condições necessárias e incontornáveis para a prossecução dos ideiais do povo moçambicano na sua luta sempre presente pelo desenvolvimento, através da sua entrega à volta do objectivo de combater a pobreza no nosso solo pátrio.

8 abril 2010/Notícias

O acto, por ter sido propositadamente programado para ter lugar no Dia da Mulher Moçambicana, fez com que o discurso presidencial estivesse centralizado na mulher a qual, tal como ontem, é chamada hoje a participar na actual agenda de luta contra a pobreza no nosso país.

“Cada enfermeira ou médica numa unidade sanitária; cada professora numa escola; cada técnica ou engenheira; cada administradora de distrito ou governadora duma província; constitui um exemplo para as nossas raparigas que vêem nelas um exemplo de sua heroína” disse o Presidente da República.

A mulher, segundo Armando Guebuza, pode fazer mais no nosso país para a sua emancipação, sobretudo porque encontra um terreno fértil, na medida em que o Governo moçambicano está comprometido com a questão do género e se está a tornar num exemplo a nível internacional.

A tocha, que já partiu de Nangade para o vizinho distrito de Palma, foi acesa pelo Presidente da República, que depois a entregou ao veterano da luta de libertação nacional Marcelino dos Santos, que por sua vez passou-a a Alberto Chipande, sucessivamente, até chegar ao limite dos representantes da Geração do 25 de Setembro. De seguida e em representação à de “8 de Março”, a tocha passou pelas mãos de Verónica Macamo, Presidente da Assembleia da República, do Primeiro-Ministro, Aires Ali, do Procurador-Geral da República, Augusto Paulino, entre outros, que no fim, pouco antes de ser momentaneamente depositada na residência onde Guebuza esteve hospedado, foi entregue aos jovens, que ficaram com a responsabilidade de consolidar as conquistas alcançadas.

Com uma participação invulgar nos últimos tempos, para acima de 35 mil pessoas, o Chefe do Estado, falando a toda a nação da necessidade da valorização da nossa História, convidou a todos moçambicanos a participarem no programa das festividades dos 35 anos de independência nacional, cujo lema é “35 Anos, Três Gerações, Um Povo, Uma Só Nação”, período durante o qual o país assinalará outras datas históricas, como é o caso de 16 de Junho, em que se celebra o 50º aniversário do massacre de Mueda, altura em que a nação inteira irá homenagear os mártires que deram o primeiro sinal de que era chegado o tempo da autodeterminação.

“Foi daí que soubemos que as janelas do diálogo estavam todas fechadas e só nos restava lutar, incluindo de armas em punho, para alcançarmos a independência nacional. Por isso todos os moçambicanos são chamados a participar de forma festiva nestas datas”.

Representantes de confissões religiosas, de partidos políticos, incluindo os da oposição, pronunciaram-se à volta dos dois actos acontecidos ontem, com as intervenções a apelarem para que tudo seja feito para que a nação floresça, se bem que Moçambique deve estar acima de todos os interesses, razão por que, conforme disseram, aceitaram com agrado o convite, que esperam se repita para mais datas históricas, nas quais, porém, gostariam não fossem utilizadas para propaganda política.

Enquanto isso, nas diversas capitais provinciais do país cerimónias públicas marcaram a passagem do 7 de Abril, Dia da Mulher Moçambicana. Grosso modo, os actos festivos foram marcados por deposição de coroas de flores erguidas em memória dos heróis nacionais.

Aliás, a referida homenagem teve como epicentro a heroína Josina Machel, pessoa que liderou o Destacamento Feminino da Frelimo durante a luta de libertação nacional e que viria a morrer a 7 de Abril de 1971. (Pedro Nacuo)

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