sexta-feira, 23 de abril de 2010

Moçambique/PR lança desafios à pobreza urbana

O combate à pobreza urbana é uma responsabilidade que deve ser assumida por todos os extractos da sociedade, sendo que os cidadãos por ela afectados devem desempenhar um papel fundamental, na medida em que, sentindo no seu dia-a-dia essa triste realidade, estão em condições de ser as primeiras a propor e a engajar-se em soluções para o fenómeno. Esta é a ideia central que o Chefe do Estado, Armando Guebuza, deixou ontem ao dialogar com os habitantes do distrito municipal KaMaxaquene, no comício que marcou o início da sua presidência aberta à cidade de Maputo.

23 abril 2010/Notícias

Apesar de não eximir o Governo das responsabilidades que tem sobre o povo, no que diz respeito ao combate à pobreza, que é o principal desafio da sua governação, o Chefe do Estado diz que os pobres dos espaços urbanos têm um potencial de que se devem servir para prosperar e abandonarem esta condição. Segundo Armando Guebuza, o seu Executivo tudo tem feito para criar mais emprego para os moçambicanos, incluindo nas cidades, o que garantiria uma ocupação formal, principalmente, para os jovens, que reconhece serem os principais afectados pela pobreza urbana.

“Apesar de nos mobilizarmos e haver investimentos tanto nossos como de investidores estrangeiros, não há emprego para todos. Temos, em conjunto, que encontrar outros mecanismos. Cada um de nós pode e deve fazer algo. Por exemplo, usarmos os nossos conhecimentos e a nossa força para gerar riqueza”, apelou o estadista, incentivando a camada juvenil e não só a empreender acções conducentes à criação de riqueza.

Para Armando Guebuza, apesar dos jovens serem os principais afectados pelo fenómeno, em parte por a formação geral que seguiram nas escolas (principalmente os graduados da 10ª e 12ª classes) não conter ofícios específicos, “ podem investir em ideias que lhes permitam gerar algo para a sua sobrevivência”. No entanto, reconhecendo o papel do Estado, Armando Guebuza reafirmou o cometimento do Governo na promoção de acções de formação técnico-profissionais que permitam que estes jovens “saibam mais do que escrever e falar bem”.

Para além deste incentivo, o Presidente da República chamou à atenção para “outras formas específicas de pobreza”. Referia-se às epidemias cíclicas como as diarreias, cólera e malária, na sua percepção causadas em grande medida pela falta de acção das comunidades para o seu combate. “Em bairros como estes, se não nos preocupamos com a limpeza dos nossos quintais e das nossas vias estaremos a abrir portas para a ocorrência desses problemas. Essa falta de acção é uma outra forma de pobreza urbana”, observou.

Entretanto, no comício de ontem, realizado na Escola Secundária Noroeste 1, Armando Guebuza deu espaço à população para que apresentasse preocupações e conselhos ao Governo para a solução dos problemas que a apoquenta. Estes foram sendo arrolados, um a um, perante um atento Chefe do Estado. Os sistemáticos cortes de energia eléctrica em bairros como Maxaquene, Mavalane, FPLM ou Polana-Caniço, criminalidade ou falta de escolas de formação técnico-profissional para crianças e jovens do distrito foram denominadores comuns nas preocupações apresentadas pela população. (Gil Filipe)

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