quarta-feira, 21 de abril de 2010

Moçambique/Todos os distritos têm pelo menos um médico

O Ministério da Saúde (MISAU) concluiu, em Março último, a colocação de pelo menos um médico efectivo em todos os 128 distritos do país, no quadro de um programa de cobertura que até ao fim do presente quinquénio deverá abranger também as localidades e postos administrativos.

21 abril 2010/Notícias

De acordo com o titular do pasta de Saúde, Paulo Ivo Garrido, que não revelou o número de médicos enviados para cada distrito, a meta é continuar a reduzir o rácio de habitante/médico que neste momento está próximo dos 20 mil habitantes por médico, num período em que o país conta com um total de 1042 profissionais.

No quadro da mesma iniciativa, no quinquénio 2005-2009 o MISAU fez 5528 colocações de pessoal em todas as províncias. Assim, no último ano as direcções provinciais receberam 1705 técnicos recém-formados. Deste número 138 são médicos generalistas, 77 técnicos superiores de saúde, 865 de nível médio e 725 de nível básico.

De acordo com Paulo Ivo Garrido, que falava ontem em Maputo, na cerimónia de abertura do XXXV Conselho Coordenador do MISAU, o último distrito a receber um médico foi o de Mecula, em Cabo Delgado, o que ocorreu numa altura em que alguns postos administrativos também já contavam com os serviços destes profissionais.

“Angónia e Dómuè, na província de Tete, Entre-Lagos, no Niassa, Chalucuane, em Gaza, e algumas áreas da Manhiça são os casos de postos administrativos que já possuem médicos efectivos à sua disposição”, assegurou o governante.

Entretanto, segundo a mesma fonte, o sector ainda necessita de mais pessoal médico para fazer face à carência de recursos humanos especializados, situação que contribui para o enfraquecimento do Serviço Nacional de Saúde.

Associado `à insuficiência de médicos, o Serviço Nacional de Saúde debate-se com o fraco envolvimento comunitário nas actividades ligadas à promoção da saúde e prevenção de doenças. A baixa cobertura de infra-estruturas, principalmente de centros de saúde urbanos e rurais, a falta de medicamentos, artigos médicos e dos respectivos locais de armazenamento são outros factores que emperram o desenvolvimento do sistema.

“O país tem um défice de 700 centros de saúde rurais e não temos sequer um único hospital ou um armazém de medicamentos e artigos médicos com gestão informatizada”, referiu Paulo Ivo Garrido, para quem o ritmo de crescimento da rede sanitária continua inaceitavelmente lento, não obstante os esforços que estão a ser feitos para contrariar o cenário.

Acrescentou que o peso das doenças, em particular das infecciosas como o HIV/Sida, a malária, a tuberculose e as doenças diarréicas, todas agravadas pela desnutrição é elevado, por um lado, em consequência da situação da pobreza em que a maior parte da população ainda vive e, por outro, pela limitada capacidade de resposta do sistema.

O XXXV Conselho Coordenador do MISAU, que decorre sob o lema “por um maior envolvimento comunitário nos cuidados de saúde” terá como tónica dominante a prestação de contas do exercício de 2009, para dar inicio á implementação do novo plano quinquenal do Governo 2010-2014.

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