Luanda, 21 abril 2010 (Angola Press) - A difusão e projecção da língua portuguesa na arena internacional vai ganhar novo impulso, depois da realização, em Março, no Brasil, de uma conferência internacional que reuniu diversas individualidades e estudiosos da língua, considerou hoje (quarta-feira), em Luanda, o secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira.
Em entrevista exclusiva à Angop, o responsável daquela organização esclareceu que foi o primeiro evento realizado exclusivamente dedicado à língua portuguesa que reuniu, para além de políticos, linguistas e outros profissionais.
Deu a conhecer que foram elaboradas recomendações em relação a difusão do português, ao seu ensino como segunda língua, o português junto da diáspora e a sua utilização junto dos organismos internacionais de que a CPLP faz parte.
"Tratou-se de uma série de questões incluindo, por exemplo, o acordo ortográfico e foram dadas indicações muito claras, que irão certamente ajudar quem tem competências para tomar decisão, que conheça as bases.
Achamos que estão reunidas as condições mínimas para, nesta altura, enfrentarmos com bastante objectividade este desafio da promoção e difusão da língua portuguesa", explicou Domingos Pereira.
Com relação ao acordo ortográfico, o secretário executivo da CPLP garantiu que está "quase eminente", a sua ractificação e posterior implementação, faltando apenas aquilo que ele chamou de "arranjo interno".
"É um acordo assinado por todos os Estados membros, simplesmente reconhecendo que temos situações diferentes e diferenciadas, em relação ao arranjo interno para a sua implementação, porquanto há um período variável que eles assumem para a sua ractificação e entrada em vigor", referiu.
Informou que a maioria dos países já ractificou este instrumento, faltando apenas dois, um dos quais Angola, mas que têm dado conta à organização que não se trata de nenhuma questão de princípio, mas sim interna.
Relativamente ao país, Domingos Simões Pereira afirmou que se em algum momento se passou a impressão que havia reticência sobre isso, a participação de Angola na conferência internacional de Brasília, dissipou estas dúvidas.
"Acho que se dissipou completamente isso, porque vimos uma delegação forte, bem preparada e que demonstrou estar a fazer um trabalho de fundo, no sentido de, não só permitir que as instâncias locais compreendam o que está em discussão mas que, ao mesmo tempo, haja um contributo sério e efectivo para que se possa ultrapassar, em consciência, aquilo que são as barreiras actuais para a ractificação e implementação", sublinhou.
Fazem parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, Cabo-Verde, São Tomé e Príncipe, Portugal, Brasil e Timor Leste.
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