Luanda, Angola, 12 12 abril 2010 – Angola está a dar novo fôlego aos mega-projectos mineiros de extracção e processamento de ferro e de cobre, que envolvem a procura de investidores internacionais para suportar os avultados investimentos previstos.
Entre as empresas que já estiveram em contacto com a Empresa Nacional de Ferros de Angola (Ferrangol) estão a brasileira Vale, uma das maiores empresas mineiras internacionais e a coreana Samsung, segundo a “newsletter” África Monitor.
Em causa está o aproveitamento dos jazigos de ferro e outros minérios ferrosos em Cassinga, Jamba e Cassala Quitungo, nas províncias do Kwanza Norte e Huíla.
Está prevista a extracção e transformação de ferro para a obtenção de aço e de manganês ma produção do ferro-liga, mediante a instalaçãode uma siderurgia na região.
Estudos feitos ainda na época colonial indicam que Cassala Quitungo possui reservas de ferro estimados em 600 milhões de toneladas, dos quais foram aprovados 100 milhões, e 35 milhões de toneladas de manganês.
Segundo o África Monitor, o investimento previsto ronda os seis mil milhões de dólares, e alguns potenciais investidores levantam dúvidas sobre a viabilidade do investimento, nas actuais condições do mercado.
O presidente da Ferrangol, Diamantino Pedro Azevedo, afirmou recentemente que as parcerias público-privadas para concessão de ferro e outros minérios deverão ser fechadas ainda este ano, ficando a empresa pública com a maioria do capital na exploração.
“A nossa previsão é de que Angola se torne auto-suficiente em alguns produtos siderúrgicos, principalmente aqueles essenciais para algumas indústrias.
Trata-se de um projecto de produção integrado”, afirmou recentemente o presidente da Ferrangol.
O arranque do projecto já mereceu o parecer favorável do ministério de Geologia e Minas, seguindo-se a aprovação em Conselho de Ministros, adiantou.
Um documento-programa do Ministério da Geologia e Minas conhecido no final de 2009 prevê, diversificar nos próximos 4 anos a exploração mineira para reduzir a dependência dos diamantes e aumentar as receitas.
Angola é um país rico em recursos minerais, estimando-se que o subsolo angolano disponha de 35 dos 45 minerais mais importantes do comércio mundial, entre os quais petróleo, gás natural, diamantes, fosfatos, substâncias betuminosas, ferro, magnésio, ouro e rochas ornamentais.
Já a exploração de cobre nas minas do Mavoio, província do Uíge, deverá iniciar-se ainda este ano, segundo a Secretaria de Estado de Geologia e Minas.
Esta região mineira, que compreende uma área de cerca de dez mil quilómetros quadrados, aglutinando os municípios do Bembe, Damba e Maquela do Zombo, contou com um investimento, na fase de prospecção, de cerca de 22 milhões de dólares.
De acordo com as previsões técnicas apresentadas pelas empresas detentoras da licença para a prospecção, exploração e produção do cobre na região de Mavoio, está prevista uma produção mensal de mais de 20 mil toneladas de cobre puro.
Os investidores chineses têm estado no foco das atenções das tentativas angolanas de captação de investidores para projetos de minério.
“Além do fornecimento de petróleo, também temos áreas que a China pode aproveitar, por exemplo, outros recursos minerais como o ferro, cobre,diamantes, ouro, produtos na área das pescas e agricultura”, afirmou recentemente o embaixador de Angola na China, João Manuel Bernardo.
Há ainda “muito a fazer e não poderemos deixar de contar com o apoio da China”, no âmbito da reconstrução do país, adiantou o diplomata.
O comércio com Angola, segundo parceiro comercial de língua portuguesa da China depois do Brasil, ascendeu em 2009 a 17,06 mil milhões de dólares,menos 32,60 por cento do que em 2008.(macauhub)
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