Os trabalhadores moçambicanos nas minas da África do Sul contribuem, anualmente, com uma média de 688 milhões de randes para a balança de pagamentos, valor maioritariamente resultante de transferências relativas aos pagamentos deferidos.
20 abril 2010/Notícias
Actualmente, segundo dados confirmados semana passada pela agência TEBA, mais de 41 mil moçambicanos trabalham em pelo menos 185 minas de ouro, platina, carvão, diamantes e crómio, distribuídas por dez cidades sul-africanas.
A Balança de pagamentos é o instrumento que descreve as relações comerciais entre determinado país e o resto do mundo, correspondendo ao registo do total do dinheiro que entra e sai em forma de importações e exportações de produtos, serviços, capital financeiro, bem como transferências comerciais.
De acordo com José Carimo, director regional da Teba para Moçambique, Suazilândia e para a província sul-africana de Mphumalanga, a prestação dos mineiros moçambicanos na balança de pagamentos tende a crescer nos últimos anos, contrastando com a tendência prevalecente de redução do número de nacionais recrutados para a indústria mineira da África do Sul, por força da nova Lei de Migração introduzida em Dezembro de 2003, do défice energético que afecta a região e da incontornável crise financeira mundial.
Este cenário, segundo a fonte, encontra explicação na eficácia dos sistemas de pagamento, valorização profissional e consequente incremento dos salários pagos aos mineiros.
A atestar esta tendência, estatísticas apresentadas à Ministra do Trabalho, Helena Taipo, que na semana passada visitou aquele país vizinho, indicam que entre 2008 e 2009 o número de mineiros moçambicanos na África do Sul baixou de 45.940 para 41.109. Estes dados foram retirados da base de dados da agência Teba, recrutadora de mão-de-obra para as minas e intermediária nos pagamentos deferidos feitos aos mineiros moçambicanos.
No mesmo período, mais de 1100 mineiros, incluindo moçambicanos, perderam emprego na sequência do encerramento de duas minas de ouro por razões económicas e financeiras. Nos últimos oito a dez anos, o ouro tem vindo a perder espaço no mercado internacional.
No encontro que a Ministra do Trabalho manteve com a direcção da Câmara de Minas da África do Sul, ficou a saber que a descoberta de um enorme potencial de platina poderá salvar o declínio da indústria mineira sul-africana, havendo uma perspectiva de as companhias virem a necessitar de pelo menos 63 mil trabalhadores até ao ano 2020.
Ligado a isto, Francis Barker, director executivo da Câmara de Minas da RAS, explicou que, de uma previsão inicial que apontava para a perda, nos próximos anos, de um total de 100 mil empregos nas minas, as novas projecções indicam que este número deverá ser reduzido para os 50 mil empregos perdidos, mercê do esforço conjunto que vem sendo empreendido pelos governos da região, pelos sindicatos e pelas companhias mineiras.
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