Fátima, 13 agosto 2009 (Lusa) - O bispo auxiliar de Porto Alegre, Alessandro Ruffinoni, disse nesta quinta-feira, no Santuário de Fátima, que a Igreja deve dar o exemplo no acolhimento dos migrantes, ajudando a superar preconceitos.
“Como Igreja, devemos nós primeiro dar o exemplo para uma melhor acolhida dos migrantes, ajudando os fiéis a superar preconceitos e prevenções”, afirmou Ruffinoni na missa de encerramento da Peregrinação do Migrante e do Refugiado.
Destacando que “o migrante não pode ser considerado um problema, nem pela Igreja, nem pelo Estado que o acolhe”, ele declarou que essas pessoas são “uma riqueza de grande valor que devemos agradecer a Deus”.
“O migrante não é um estrangeiro, mas um mensageiro de Deus que surpreende e rompe a regularidade e a lógica da vida cotidiana”, declarou, considerando que "estrangeiro" é uma palavra “triste, fria, que separa e divide”.
Pedindo aos imigrantes para que “não se cansem e não desanimem na busca de uma vida melhor”, Ruffinoni agradeceu-lhes o “trabalho realizado, pela contribuição com o progresso das nações que os acolhem”.
“Vocês são as sementes de Deus que espalham com a vida e o testemunho a fé, os costumes e as tradições de sua pátria, enriquecendo, assim, os povos com os quais estão convivendo”, afirmou.
Valores cristãos
Referindo-se a viagens que realizou ao Japão e aos Estados Unidos, o bispo responsável pela Pastoral para os Brasileiros no Exterior disse ter constatado “como a presença dos migrantes é uma forte contribuição para o crescimento de valores cristãos e humanos entre as pessoas”.
“Feliz daquele povo que sabe acolher e abrir a porta ao migrante, porque encontrará paz, alegria, progresso”, afirmou.
Dirigindo-se aos migrantes brasileiros, que são cerca de cinco milhões espalhados por todo o mundo, e particularmente aos presentes em Fátima, ele garantiu que a Igreja do Brasil está orgulhosa “de todos" pela "sua fé, pelo trabalho e pelo espírito de alegria que contagia a todos”, manifestando ainda o desejo de que “não lhes falte acompanhamento espiritual e o apoio fraterno”.
No decurso da missa cumpriu-se uma tradição que remonta a 1940 e que se repete todos os dias 13 de Agosto: a oferta de trigo.
No ano passado foram oferecidos 5.543 quilos de trigo ao Santuário, enquanto no ano anterior tinham sido 7.059 quilos. Este trigo é usado para produzir, em Fátima, as hóstias consumidas no santuário e as oferecidas às comunidades religiosas que colaboram com a instituição.
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