19 de Agosto de 2009/Vemelho http://www.vermelho.org.br
A minissérie "Era das Utopias", idealizada e dirigida pelo cineasta Silvio Tendler, estreia dia 31 de agosto na TV Brasil. Dividida em seis capítulos, a obra retrata as principais transformações sociais, econômicas, culturais e artísticas após a Segunda Guerra Mundial. O programa é um dos destaques do projeto de renovação da programação da emissora.
Utopia. O substantivo vem das palavras gregas ou e topos, que significam sem lugar. Refere-se a um lugar ou posição ideal, ainda não atingido. Sonho impossível de realizar. Ideal inatingível.
A utopia pela igualdade entre os homens inspirou gerações. O mundo soviético inspirou os sonhadores. Com o fim da II Guerra Mundial, os Estados Unidos são a potência emergente. O american way of life passa a ser o modelo de civilização, quase uma norma. O mundo assiste a um confronto cultural, social, religioso, político e ideológico.
"Eu sempre trabalhei muito na questão das ideologias. São vinte anos de pesquisa em torno destas questões ideológicas que pautaram minha geração", conta Silvio Tendler. Foi nessa época, há vinte anos, que Tendler começou a catalogar e organizar as utopias de sua geração.
Para ele, utopia é a palavra mais utilizada nesses últimos tempos e é um assunto que sempre o fascinou. “Eu sempre trabalhei muito na questão das ideologias, na questão da história, e corri atrás desta construção pelo mundo afora”. A construção à qual Tendler se refere é Era das Utopias - a nova minissérie da TV Brasil.
A série pretende retratar, além das principais transformações após a Segunda Guerra Mundial, as utopias que foram criadas neste período e as barbáries que o pontuaram. A série descreve o desmantelamento das utopias vigentes em 1968 e a criação das novas utopias que se consolidaram no mundo contemporâneo.
Os primeiros capítulos tratam do surgimento da utopia socialista e todas as suas consequências durante o século XX. Já os capítulos referentes à utopia capitalista mostrarão a derrocada do Socialismo com a queda do muro de Berlim, em 1989; os desdobramentos gerados e, tantos outros fatos que levaram às novas utopias, derivadas do conflito entre novas tecnologias e velhas mazelas. Para Tendler, a luta das atuais gerações é a preservação do planeta.
Era das Utopias mostrará algumas imagens de arquivo, além de imagens e entrevistas inéditas de intelectuais, artistas e personagens do período, como: Apolônio de Carvalho, Albert Jacquard, Eduardo Galeano, Ferreira Gullar, Gillo Pontecorvo, Jacob Gorender, Noam Chomsky, Jaguar, Augusto Boal, Edgar Morin, Sérgio Cabral, Susan Sontag, Tom Zé, Amos Gitai, entre outros.
Dono de um jeito de fazer cinema denominado de “câmera cidadã” por colegas de profissão, Silvio conta que até começar a produzir o longa “Utopia e Barbárie” - que é a ancora da minissérie - percebeu que não se falava muito em utopia, até então.
“Eu acho que a ideologia e a utopia têm uma relação íntima. É uma relação promíscua. Quando você está falando de utopia, você está defendendo ideias, quando você está falando em ideologia, você está defendendo utopias, então eu acho que é este casamento que é fundamental e que eu estou tentando trabalhar na Era das Utopias”.
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