Luanda, Angola, 17 agosto 2009 – O Banco Privado do Atlântico – Europa, ligado à petrolífera angolana Sonangol, é a mais recente “lança” na internacionalização da economia de Angola, assumindo-se como promotor de investimentos e participações cruzadas entre empresas angolanas e estrangeiras.
Depois do Banco Africano de Investimentos - Europa e do BIC Português, o BPA-E torna-se, com a abertura esta semana de um escritório em Lisboa, no terceiro banco de origem angolana a operar em Portugal, com ambições de se expandir para outros países da União Europeia, nomeadamente Espanha, e também para o Brasil e a China.
Carlos da Silva, presidente e accionista do Banco Privado Atlântico (BPA), afirmou ao diário português Público que a estratégia do BPA Europa, dedicado à área de banca de investimentos, passa por "estruturar operações e apoiar empresas que tenham projectos que impliquem um cruzamento de participações", nomeadamente em sectores como a agro-indústria, energia ou construção civil.
Sublinha ainda que as empresas angolanas precisam de acesso ao conhecimento e tecnologia ligados aos sectores onde querem crescer, pelo que podem beneficiar com "parcerias de longa duração", entrando no capital de uma empresa estrangeira.
"Este é o modelo de negócio em que acreditamos e é esta a oportunidade de negócio que o mercado angolano oferece acima de tudo", sublinhou Carlos da Silva.
Para o analista Xavier de Figueiredo, o processo de internacionalização da banca angolana está ligado à “projecção externa do país e o seu prestígio”, integrando-se numa “política calculada para demonstrar que as instituições financeiras já adquiriram maturidade e solidez suficiente para se inserirem no mercado financeiro internacional”.
Outro objectivo, refere o editor da newsletter Africa Monitor, é o “acesso a know how – propiciado pela associação e/ou participação directa de competentes parceiros estrangeiros”, tal como tem vindo a ser feito na banca portuguesa, onde a Sonangol já está presente com uma participação no maior banco privado português, Millennium bcp, e a Santoro, de Isabel dos Santos, com uma presença no BPI.
O BPA tem vindo a mostrar-se muito activo nos negócios com empresas portuguesas, nomeadamente integrando o consórcio que quer adquirir os activos solares da empresa electrónica Qimonda.
Em Angola, participa com a Sonangol num memorando de entendimento de que fazem ainda parte a eléctrica EDP e noutro com a construtora Mota-Engil, tendo em vista investimentos futuros.
O BPA-E é um banco de direito português, com capital 18 milhões de dólares, a Sonangol tem vinte por cento do capital social e a Global Pactum, que inclui Carlos da Silva, ficou com 65 por cento.
O Africa Monitor adianta que a Geocapital, a “holding” de Ferro Ribeiro e Stanley Ho, foi convidada para tomar uma participação accionista no banco, mas a operação ainda não se concretizou. (macauhub)
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