quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Crise deve aproximar China e lusófonos, diz empresário

Rio de Janeiro, 12 agosto 2009 (Lusa) - A crise econômica mundial é uma razão para aperfeiçoar as relações comerciais entre a China e os países de língua portuguesa, defendeu o representante do Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional (CCPIT, na sigla em inglês).

"Os países de língua portuguesa têm muitas similaridades com a China", afirmou o vice-presidente do Conselho, Wei Zhang, ao destacar que o Governo está incentivando a internacionalização das empresas chinesas.

Wei Zhang falou paralelamente ao Encontro de Empresários para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, no Rio de Janeiro. Esta é a primeira vez que o evento é realizado no Brasil.

O Brasil é um dos "mais importantes parceiros comerciais da China", disse Zhang, ao lembrar que, desde março, a China tornou-se o principal parceiro comercial do Brasil, superando os Estados Unidos.

O comércio entre os dois países alcançou, em 2008, US$ 50 bilhões. Segundo dados da Agência Brasileira de Exportação e Investimento (Apex-Brasil), desde 1998, as exportações brasileiras para a China cresceram mais que 18 vezes (ou 1.700%), passando de US$ 904,9 milhões para US$ 16,4 bilhões.

"Economia complementar"
A tendência de crescimento para este ano mantém-se, a despeito da crise. Atualmente, as matérias-primas dominam as exportações brasileiras para a China, contudo, os estudos da agência brasileira identificam um potencial de diversificação da balança comercial entre ambos os países.

A alimentação, construção, tecnologia e proteção ambiental são os principais setores representados no encontro empresarial que reúne 90 empresários da China continental, 40 de Macau e igual número da província vizinha de Guangdong.

No que se refere ao continente africano, Zhang lembrou que Angola tem-se tornado um "grande parceiro" da China.

Para o representante do conselho chinês, os desafios são identificar os setores de cooperação com os países de língua portuguesa a fim de "formar uma economia complementar".

Esta é a terceira vez que Wei Zhang se desloca ao Brasil com uma delegação empresarial e, nas suas declarações, enfatizou principalmente três pontos: facilitar a cooperação, abrir novos caminhos e coexistir com outros países.

Tríade Macau, Hong Kong e Guangdong
Por seu turno, o vice-governador da Província de Guangdong, Wan Qingliang, afirmou que a tríade Macau, Hong Kong e Guangdong representa "uma das melhores dinâmicas de desenvolvimento" e é uma oportunidade para os países de língua portuguesa.

"A China está de portas abertas. Damos as boas vindas às empresas lusófonas", declarou, ao referir que Guangdong foi uma das primeiras províncias a abrir-se aos investimentos estrangeiros. Atualmente, a província apresenta um crescimento de 14% ao ano, tendo o oitavo PIB da economia chinesa.

A China tem apresentado um crescimento de 8,5% ao ano e, nos últimos dez anos, incluiu mais de 300 milhões de pessoas no mercado de consumo.

Na quinta edição do encontro empresarial, executivos chineses e lusófonos estão se reunindo para buscar em conjunto formas de cooperação e estabelecer joint-ventures.

Além de Macau, China Continental e Brasil, também participam empresários de Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste.

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