quarta-feira, 1 de julho de 2009

Brasil/LULA ACERTA EM INVESTIR NO BRIC

30 junho 2009/Agencia Chasque http://www.agenciachasque.com.br

Reportagem: Raquel Casiraghi | duração: 4’00 | tamanho: 714 Kb

No comentário político da semana, o sociólogo Cristóvão Feil comenta a participação do Brasil na articulação com Rússia, Índia e China (BRIC) a fim de criar alternativas econômicas e políticas à hegemonia dos EUA, europeus e Japão. Comentários das semanas anteriores podem ser conferidos no link "Comentário Político" do site.

Porto Alegre (RS) - Na semana passada, na Sibéria, região gelada da velha Rússia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de mais uma reunião internacional com presidentes de países estrangeiros. Nesse dia, esteve com os dirigentes dos BRICs, que é o apelido dado aos países Brasil, Rússia, Índia e China, o BRIC. Pois bem, os BRICs se reuniram para combinar uma aliança estratégica, para bem além das meras formalidades das pomposas e inúteis reuniões de cúpulas internacionais.

A crise estrutural do capitalismo, a decadência econômica de países de ponta como os Estados Unidos, os países da União Européia e do Japão estão a exigir alternativas comerciais e geopolíticas à ordem mundial baseada nas potências que emergiram à partir principalmente do final da Segunda Guerra Mundial, nos meados do século passado. Os tempos são outros e exigem novos desafios e novas relações internacionais, menos marcadas pela dominação imperialista dos Estados Unidos e seus muitos aliados no mundo todo.

Nesse sentido, o presidente Lula trilha o caminho certo, a estrada justa, própria de quem não quer perder a janela de oportunidade que a conjuntura de crise está lhe apresentando. Os BRICs detêm cerca de um quinto do Produto Interno Bruto mundial. Detêm também 25% da área habitável e 40% da população do Planeta Terra. Não são números e dimensões desprezíveis, ao contrário: constituem um potencial de causar inveja, mas só precisam se organizar e traçar estratégias de médio e longo prazo, não só nas suas interelações, mas sobretudo nas relações que terão com as atuais potências e com as instituições de fomento como Banco Mundial, FMI e outros. E terão também que ser capazes de propor políticas comuns pautadas por outros conceitos e outras práticas. Embora os BRICs busquem convergências, há sim divergências entre os seus membros; divergências de forma e de métodos de trabalho, mas que devem ser conformados a fim de fazer da aliança das quatro potências médias uma força nova no cenário internacional, capaz de propor alternativas ao atual padrão de desenvolvimento que tanta injustiça social traz e que tanta destruição ambiental promove.

O presidente Lula, como player desse novo tabuleiro internacional, deve ter um papel importante na proposição de relações internacionais que levem em consideração os valores da humanidade, do internacionalismo, da solidariedade entre os povos e também sobretudo na emancipação de homens e mulheres no mundo todo, não somente nos países líderes dessa aliança.

Pensem nisso, enquanto eu me despeço.

Até a próxima.

Cristóvão Feil é sociólogo e editor do blog Diário Gauche (www.diariogauche.blogspot.com)

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