segunda-feira, 20 de julho de 2009

Moçambique/Brasil decide financiar obras

Moçambique e Brasil estão a negocear financiamentos para as áreas de Transportes, Comunicações, estradas, barragens e outras importantes infra-estruturas cuja execução interessa às empresas brasileiras . Não foram quantificados os montantes propostos, mas sabe-se que uma delegação brasileira integrando empresários, membros do governo e instituições financeiras daquele país, estiveram há dias em Maputo onde mantiveram encontros com diversas entidades nacionais.
17 julho 2009, Notícias

Com uma das mais importantes economias da América Latina, o Brasil tem estado nos últimos anos a intensificar a sua influência empresarial em África e muito em particular em Moçambique onde para além da produção de medicamentos, poderá se envolver nas áreas de biocombustíveis, carvão, energia hídrica, entre outras.
Falando no decurso de um seminário realizado há dias em Maputo, o Ministro da Indústria e Comércio, António Fernando, começou por realçar que as relações comerciais entre Moçambique e Brasil são ainda baixas facto que justificou a criação em Outubro do ano passado de uma comissão para a promoção da cooperação técnica, comércio e investimento bilateral entre os dois países.
Com este órgão já foram realizados dois encontros de trabalho, um no Brasil e o último em Moçambique esperando-se que mais contactos sejam estabelecidos proximamente.
António Fernando convidou aos empresários brasileiros para se estabelecerem no país considerando que esta será uma forma deles acederem a um mercado doméstico com mais de 20 milhões de consumidores para além do regional composto por mais de 250 milhões de consumidores.
Para o Ministro da Indústria e Comércio um investimento em Moçambique também pode permitir aos brasileiros acederem ao mercado norte-americano através do AGOA iniciativa americana que assegura o acesso de produtos dos países em desenvolvimento como Moçambique, livres de quotas e de tarifas.
Apontou que Moçambique também goza de uma série de benefícios similares no comércio com outros mercados vastos como o da Uniao Europeia, China e Índia, para além de uma localização estratégica que permite um acesso rápido a todos os continentes através das suas infra-estruturas ferro-portuárias. Falando especificamente do sector de infraestruturas, por exemplo, António Fernando considerou que Moçambique ainda tem um défice pelo que um envolvimento dos brasileiros na reestruturação do Aeroporto Internacional de Nacala pode contribuir para a dinamização do turismo através da angariação de mais truristas e consequentemente mais investidores em Nampula.
“Se eles se envolverem por exemplo, na construção duma grande terminal na Beira, podemos ter mais movimento de mercadorias e isso renova a robustez do nosso país”, sublinhou António Fernando.
“Nós em Moçambique queremos criar mais empregos e isso cria-se através de mão-de-obra intensiva. Dir-vos-ei que investimentos na área da produção de bio-diesel, têxteis são importantes para quem quer atrair os brasileiros. Estou a falar de iniciativas para atrair emprego e exportação, mas se há outras áreas que podem exploradas são bem vindas”, indicou o governante.

DEZ MILHÕES DE DÓLARES EM MÃO

Construtores moçambicanos vão beneficiar de um financiamento de dez milhões de dólares norte-americanos para a aquisição de equipamentos para a área de construção civil. Para o efeito, um grupo de 17 empresas deverão constituir ainda este ano, uma sindicância de garantias bancárias com vista a aceder ao finaciamento a ser disponibilizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social do Brasil (BNDES).
Agostinho Vuma, primeiro vice-presidente da Federação Moçambicana dos Empreiteiros disse que um comprimisso nesse sentido foi assumido semana passada no culminar das conversações que vinham sendo mantidas entre a federação e aquele banco público brasileiro.
A fonte detalhou que as negociações com os brasileiros duram há alguns anos, mas sempre falharam na medida em que o Governo moçambicano não podia emitir uma garantia para o banco brasileiro isto motivado por ditames de algumas organizações e parceiros de cooperação do país.
“Estávamos a falar de mais ou menos dez milhões de dólares., mas uma grande barreira é que nos empréstimos que envolvem o Estado, para os pequenos bancos comerciais da praça, não podem exceder a seis milhões de dólares e para nós isso não era prático”, sublinhou Vuma.
Com a concessão dos dez milhoes de dólares, Agostinho Vuma diz acreditar que, em primeiro lugar, vai melhorar o desempenho dos empreiteiros nacionais. É que no seu entender as reclamações que têm sido levantadas sobre a fraca qualidade das obras, em parte é derrivada da falta de empreiteiros devidamente equipados.
“Significa que se tivermos uma obra de estrada podemos fazer a compactação com equipamento devido e não com algum maço adaptado”, defendeu Agostinho Vuma para depois acrescenetar que as empresas nacionais vão poder se colocar num patamar internacional criando condições para que nas obras que estão a ser promovidas em Moçambique seja assegurada a qualidade e participaão de empreas nacionais.
Neste entendimento segundo a nossa fonte a grande estratégia desenhada passa pela transaferência de tecnologias para as empresas nacionais.
Sublinhando que defende a criação de “joint venture”, Vuma indicou que o esboço agora conseguido permite a disponibilização directa de equipamentos ao empreiteiro nacional sem necessidade de se passar por parceiras com estrangeiros.
O vice-presidente da Federação Moçambicana dos Empreiteiros acrescentou ainda que uma segunda fase das discussões da cooperação com os brasileiros pressupõe um financiamento pelo BNDES de actividades que visem criar condições para que empresas nacionais tenham acesso a fundos que os possibilitem concorrer nos concursos públicos e para em caso de pagamerntos atrasados por parte do Estado, tenham o normal funcionamento.
Para Agostinho Vuma, o acesso ao fundo contribuirá para mudar o acutal estágio dos empreiteiros nacionais, sobretudo porque passará a haver empresas nacionais com capacidade financeira, técnica requerida nos termos da globalização.

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