Lisboa, 30 julho 2009 (Lusa) - O subsecretário-geral das Nações Unidas Carlos Lopes considerou nesta quinta-feira em Lisboa que os membros da CPLP devem aproveitar melhor o potencial do espaço lusófono, dando como exemplo o sucesso do investimento da China nesses países.
“Se a China consegue ter em termos de investimento (no conjunto dos países da CPLP) a presença que tem, é simbolicamente a demonstração de que, por razões puramente pragmáticas, é possível fazer bom negócio com a CPLP”, disse o responsável da ONU.
Carlos Lopes defendeu que países como o Brasil e Portugal “têm de olhar com mais atenção pragmaticamente para esse potencial”, considerando que a China tem a vantagem de ser “um Estado que quando determina uma política ela é implementada a todo o vapor”.
“Por exemplo, no Brasil existe um interesse renovado pelo investimento em África, mas esse interesse ainda é mais governamental do que propriamente do setor privado (…) e embora tenha crescido substancialmente, cerca de 300% nos últimos cinco anos, como parte de uma base muito baixa, não é grande coisa para um país como o Brasil”, disse.
O comércio da China com os países lusófonos cresceu 66% em 2008 comparado ao ano anterior e o país asiático é já o primeiro parceiro comercial do Brasil, enquanto Angola é o maior parceiro da China em todo o continente africano e seu maior fornecedor de petróleo em todo o mundo.
Carlos Lopes, também diretor-geral do Instituto das Nações Unidas para Formação e Pesquisa (UNITAR), assinou hoje um memorando de entendimento com a CPLP que prevê a formação “executiva” de quadros da organização lusófona "em áreas estratégicas" como direitos humanos, direito ambiental, mudanças climáticas, administração pública e formas de governo.
Ele anunciou que o Brasil “está muito interessado na abertura de um escritório do UNITAR em Brasília”, o que permitirá realizar mais projetos “em língua portuguesa”.
O secretário-executivo da CPLP, o também guineense Domingos Simões Pereira, congratulou-se com este acordo por ele ter sido feito com um organismo da ONU “em língua portuguesa”.
Questionado sobre o desafio de Carlos Lopes para que os países da CPLP aproveitem melhor o potencial de investimento no espaço lusófono, Simões Pereira considerou que “a iniciativa tem de continuar a pertencer aos operadores econômicos”.
À CPLP, defendeu Lopes, deve caber a missão de “compreender quais os obstáculos, as dificuldades dessa promoção, levar essas preocupações às instâncias de decisão para que daí saia um quadro legal que favoreça esses negócios e investimentos”. (Noticias Lusófonas)
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