24 julho 2009/Agência Estado
Os técnicos de Brasil e Paraguai finalizaram as negociações sobre a usina de Itaipu. O acordo ainda depende da palavra final dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo, mas pode encerrar o conflito entre os dois países. Um dos principais pontos do acordo é a autorização para o Paraguai vender energia de Itaipu e de outras usinas no mercado livre brasileiro gradualmente e sem a intermediação da Eletrobrás. Outro ponto importante é o reajuste do valor pago pelo Brasil para os paraguaios cederem sua parcela de energia em Itaipu, que deve ser triplicado para US$ 360 milhões. As informações são do diretor-geral paraguaio de Itaipu, Carlos Mateo Balmelli.
Os países vão montar um grupo de trabalho para a entrega, em 120 dias, de uma proposta sobre os porcentuais e os prazos que regularão a entrada da estatal paraguaia Administração Nacional de Energia (Ande) no mercado livre do Brasil. O pacote brasileiro inclui ainda a criação de fundo binacional e o financiamento da construção de uma linha de transmissão de Itaipu a Assunção, orçada em US$ 450 milhões. Segundo um negociador, uma hipótese é o Paraguai começar no mercado livre com 300 megawatts de potência, ou 2 mil gigawatts por hora. O volume equivale a 2% da produção de Itaipu, que ultrapassou 90 mil gigawatts por hora em 2008.
Em relação à energia "excedente", ou seja, o que a usina produz a mais em um ano chuvoso, o volume representaria cerca de 15%. Ou seja, não haveria alteração na venda dos 75 mil gigawatts por hora garantidos para as distribuidoras. "Ainda faltam alguns detalhes, mas estamos otimistas. O momento é de celebração por esse acordo histórico", disse Balmelli. Lula e Lugo se reúnem amanhã para tratar do tema. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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