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Brasília, 14 julho 2009 (MJ) – O projeto do Memorial da Anistia Política foi aprovado no último dia 8 pelo Conselho Municipal de Patrimônio Histórico de Belo Horizonte – requisito para o início das obras, confirmado para agosto. A iniciativa, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, já havia sido chancelada pela população da cidade, em audiência pública realizada no dia 4.
Promovido em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Comissão de Educação da Câmara de Vereadores e a prefeitura da capital, o debate reuniu 180 pessoas. Representando o bairro Santo Antônio, onde o Memorial será instalado, o vice-presidente da Associação de Moradores, Geraldo Argelino, comemorou a revitalização de uma área hoje desocupada.
“Ficamos envaidecidos com essa decisão de construir o Memorial aqui. O bairro vai ficar valorizado e vai acabar com o problema da falta de segurança na área, que hoje está vazia”, disse Argelino, conhecido como Gegê. O aumento do turismo na região, a requalificação ambiental e a maior visibilidade do bairro foram alguns dos pontos positivos apontados pelos moradores.
Além do líder comunitário, participaram da mesa a vice-presidente da Comissão de Anistia, Sueli Bellato, o conselheiro da Comissão e coordenador executivo do Memorial, Edson Pistori, o reitor da UFMG, Ronaldo Pena, a vice-reitora e curadora do Memorial, Heloisa Starling, o subsecretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Presidência da República, Perly Cipriano, e o vereador Arnaldo Godoy, que preside a Comissão de Educação da Câmara Municipal.
Também presente na audiência, a presidente da Fundação de Cultura da Prefeitura, Taís Pimentel, destaca a ausência de opiniões contrárias à implementação do projeto. “Todas as pessoas presentes ressaltaram a importância do Memorial como um espaço de memória, para garantir que a luta contra a ditadura não caia no esquecimento”, apontou.
Duas etapas
A definição da sede do Memorial da Anistia Política foi anunciada no dia 28 de abril, em cerimônia no Ministério da Justiça, em Brasília. Foi escolhido o prédio da antiga Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG, tombado pelo Município no início da década de 1990 e conhecido como marco da resistência à ditadura militar.
A primeira etapa das obras será a reforma desse prédio, que abrigará o espaço de exposições. A inauguração está prevista para o fim deste ano. Em 2010, será construído um prédio anexo, onde funcionará o centro de documentação e pesquisa. A Prefeitura de Belo Horizonte construirá, ainda, uma praça histórica para integrar a área.
O Memorial vai disponibilizar, para consulta pública, os mais de 64 mil processos recebidos pela Comissão de Anistia, alguns com documentos inéditos. O acervo também incluirá os arquivos que estão sendo coletados, desde maio de 2008, em campanha de doação de documentos do período da ditadura, como fotos, áudios e vídeos.
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