A partir de hoje, o Brasil de Fato publica uma série de 15 artigos sobre o que está em jogo nas negociações em torno de Itaipu
11 março 2009/Brasil de Fato http://www.brasildefato.com.br
Roberto Colman
Escrevo, em primeiro lugar, para agradecer as mostras de carinho e solidaridade que nossa delegação recebeu por parte dos delegados e delegadas brasileiras no Fórum Social Mundial (FSM) no final de janeiro em Belém, Pará, em particular, quando nossos representantes (com o presidente Lugo à cabeça) apresentaram publicamente, em diversas conferências e oficinas, as reivindicações paraguais em relação à Itaipu. Foi uma repetição em escala muito ampliada do que já tínhamos recebido na cúpula do Mercosul em Salvador, Bahia, em dezembro passado, e ainda em outras atividades anteriores.
Essa conduta tem no Brasil um valor todo especial, porque sabemos que existe por parte de setores políticos reacionários, da mídia comercial e de grandes interesses econômicos – essa maléfica trindade que assola a democracia de nossos países – uma intensa campanha que tenta opor o “interesse nacional brasileiro” às reivindicações paraguaias em Itaipu (nós, ao contrário, defendemos uma solução onde “ganhamos todos”, tanto Paraguai como Brasil).
Valorizamos por isso, também, o gesto do presidente Lula de ter se reunido ao dia seguinte da palestra pública dos presidentes no Hangar para avançar nas negociações bilaterais com Paraguai, incluido o tema de Itaipu.
Mas justamente desse contato em Belém e dos anteriores nossos delegados e delegadas trouxeram o pedido de amigos e amigas brasileiras para aprofundar a análise e explicação do que o Paraguai questiona em Itaipu e quais são suas reivindicações
È isso que faremos nesta série de Cartas Paraguais, cuja publicação agradecemos ao Brasil de Fato e demais páginas web independentes associadas, cuja atitude atesta uma vez mais que somente nessas mídias desvinculadas dos grandes grupos econômicos há abertura para uma verdadeira discussão que nos permita chegar à verdade.
Roberto Colman é sindicalista eletricitário paraguaio, integra a Frente Social e Popular (FSP) e a Coordenaçao Nacional pela Soberania e a Integração Energética (CNSIE) do Paraguai.
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