São Tomé, 23 março 2009 (Lusa) - O governo brasileiro vai formar profissionais e prover à Marinha de São Tomé e Príncipe equipamentos necessários à fiscalização de suas águas, revelou nesta segunda-feira o ministro brasileiro da Defesa, Nelson Jobim.
“Ficou claro ao Brasil que São Tomé e Príncipe não tem nenhuma pretensão expansionista, mas quer ter a capacidade de poder dizer não quando precisar dizer não”, disse o ministro após assinatura de um memorando sobre cooperação na área da defesa entre os dois países.
Ele também disse que o Brasil tem interesse em investir nessa área “tendo em conta a importância do mar sob jurisdição de São Tomé e Príncipe e a importância básica de São Tomé e Príncipe nesta região”, acrescentando que “o mar representa, efetivamente, um ponto de alta relevância, pela sua posição no conceito de defesa dissuasória”.
Jobim afirmou que dos encontros que teve com as autoridades do arquipélago, percebeu que o investimento na guarda costeira “representa neste momento uma das principais perspectivas do governo de São Tomé. E é exatamente nesse ponto que o Brasil está disposto a colaborar”, frisou.
“O Brasil tem uma experiência nesse sentido com a Namíbia”, disse, recordando que o seu país “já formou 450 soldados e oficiais da marinha na Namíbia, nas academias brasileiras e inclusive construiu navios de guarda costeira para a Namíbia”.
“Já temos uma experiência com a África em termos de Marinha e podemos oferecer esse tipo de colaboração para que as autoridades decidam as suas opções, necessidade e urgências”, acrescentou.
As partes acordaram que num prazo “entre 30 e 60 dias” uma equipe de técnicos brasileiros se deslocará a São Tomé para “fazer o diagnóstico, independentemente da assinatura do protocolo final que será “o guarda-chuva de toda a cooperação”.
“Nesse momento será feito o levantamento do estado da Marinha para tomarmos conhecimento efetivo através dos técnicos brasileiros, definindo as necessidades que serão estabelecidas”, afirmou Jobim, acrescentando que “a nossa geração tem pressa e nós não viemos aqui fazer turismo. Viemos aqui trabalhar”.
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