Lisboa, 3 março 2009 (Lusa) - A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) quer ser um dos principais parceiros no desenvolvimento da Guiné-Bissau e apoiar a realização das eleições presidenciais após o assassinato do presidente Nino Vieira, disse nesta terça-feira o diretor-geral da organização.
"Durante a crise de 1998, os guineenses perceberam a importância da CPLP e todos os estados-membros também. Estamos a viver um momento semelhante em termos de gravidade e a CPLP também quer tornar-se num dos principais parceiros no desenvolvimento da Guiné-Bissau", defendeu hoje Hélder Vaz.
O responsável falava aos jornalistas durante a 18ª Reunião Ordinária de Pontos Focais de Cooperação da CPLP, que ocorre hoje e quarta-feira em Lisboa.
Hélder Vaz presidiu à reunião em substituição do secretário-executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, que integra a missão da organização à Guiné-Bissau.
Para o responsável, as mortes do presidente guineense, Nino Vieira, e do chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Tagmé Na Waié, são "acontecimentos gravíssimos e motivo de "grande consternação".
"Estamos preocupados com o futuro da Guiné-Bissau e os sucessivos desacatos são tiros na esperança e no bem-estar de um estado-membro", acrescentou.
No entanto, Hélder Vaz assumiu que a CPLP impôs uma condição para tornar-se num dos principais parceiros no desenvolvimento da Guiné-Bissau: que as instituições, tanto políticas, como sociais e militares guineenses entendam que é necessário dar fim à instabilidade.
"Não é possível promover o desenvolvimento num contexto de violência", defendeu.
O diretor-geral da CPLP disse ainda que a organização pretende "fazer com que a comunidade internacional entenda que a questão da Guiné-Bissau é também a falta de meios financeiros, que levou à ruptura dos meios do Estado".
"É preciso atuar sobre as causas, que são de natureza econômica e social. É preciso ajudar a Guiné-Bissau a encontrar meios financeiros e políticos sustentáveis e não apoios pontuais em alturas de crise", acrescentou.
Questionado sobre a realização das eleições na Guiné-Bissau, que de acordo com a Constituição guineense terão de acontecer dentro de 60 dias, Hélder Vaz disse que essa é uma questão interna, mas adiantou que a CPLP "está disponível para ajudar em todas os campos".
A reunião dos Pontos Focais da CPLP ocorre na sede da organização, em Lisboa, que tem a bandeira a meio pau.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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