Macau, China, 23 março 2009 - Mais de cem visitas de alto nível contribuíram para impulsionar em 2008 as relações entre a China e os países de língua portuguesa, naquele que foi o melhor ano de sempre para as trocas comerciais multilaterais, com progressos assinaláveis também na cooperação e cultura.
Segundo nota de balanço recentemente divulgada pelo Secretariado Permanente do Fórum de Macau, os encontros entre altos responsáveis contribuíram para "criar excelentes oportunidades de desenvolvimento para elevar o nível de cooperação em todas as áreas e incrementar as trocas económicas e comerciais entre os Países participantes do Fórum de Macau".
O Fórum destaca doze visitas a nível de dirigentes, em particular, três encontros entre o Presidente da China, Hu Jintao e o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
Na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim marcaram presença o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, que em Dezembro voltou a fazer uma visita oficial à China, e ainda os presidentes de Moçambique, Armando Gebuza, de Timor-Leste, José Ramos-Horta e a primeira-dama de Cabo Verde, Adélcia Pires.
O ano passado ficou ainda marcado pela visita a Pequim e Macau do presidente da Guiné-Bissau, general João Bernardo Vieira, numa das suas últimas visitas de alto nível ao estrangeiro, antes do seu assassínio, no início deste mês.
No sentido oposto realça-se a visita ao Brasil e a Angola do membro permanente do Politburo do Partido Comunista da China, He Guoqiang, a visita ao Brasil da Comissão Militar da China, coronel-general Xu Caihou e a visita a Portugal do vice-presidente da Comissão Permanente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) e membro do Politburo da Comissão Central do Partido Comunista da China, Wang Gang.
"Com o papel privilegiado do Fórum de Macau, a cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa mostra cada vez mais o seu dinamismo. As trocas comerciais bilaterais têm batido recordes sucessivos, alcançando, antecipadamente, e superando largamente a meta dos 50 mil milhões de dólares definida na 2ª. Conferência Ministerial", sublinha o relatório.
Quanto ao investimento, adianta, os resultados foram "significativos" e no caso da China abrangem a "indústria metalo-mecânica, têxteis, indústria ligeira, cooperação agrícola e exploração de recurso naturais".
Ao nível das ajudas, a China tem vindo a reforçar o seu apoio no quadro do Fórum de Macau e foram assinados os acordos de enquadramento de empréstimo preferencial, concedidos a Cabo Verde, ao projecto de rede electrónica governamental, e ao Governo de Moçambique para aquisição de equipamentos agrícolas no Vale do Zambeze em Moçambique.
Também na cooperação técnica foi antecipada a meta: "desde a 2ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau em 2006, mais de mil autoridades e técnicos, provenientes dos Países de Língua Portuguesa participaram nas diversas actividades para a cooperação no domínio de desenvolvimento de recursos humanos na China, o que antecipou num ano, a meta de formação de 900 quadros, definida na referida Conferência".
O Fórum sublinha ainda a "organização e participação activa nas iniciativas para a promoção do comércio e do investimento" tendo o Secretariado Permanente participado na Feira de Importações e Exportações da China realizada em Cantão (Feira de Cantão), a par de visitas oficiais a Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Brasil.
Realizou ainda diversos encontros em que participaram ministros da tutela dos Assuntos Económicos e Comerciais dos países lusófonos, além de uma Sessão sobre Investimento Mútuo na Feira Internacional do Investimento e Comércio da China em Xiamen (CIFIT).
Dentro do quadro do Fórum de Macau foi ainda criado o Grupo de Trabalho de Investimento (GTI), que teve a sua "estreia" a 28 de Maio de 2008, na cidade da Praia, Cabo Verde. (macauhub)
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