De volta ao Brasil, encontro deve reunir 120 mil em Belém
Luana Lourenço, repórter
18 janeiro 2009/Agência Brasil http://www.agenciabrasil.gov.br
Brasília - O Brasil vai voltar a ser palco do maior encontro da sociedade civil e movimentos sociais do planeta. A partir do próximo dia 27, Belém, capital do Pará, vai abrigar a nona edição do Fórum Social Mundial e deve reunir 120 mil participantes, de acordo com a organização do evento. Os investimentos na cidade para a reunião devem chegar a mais de R$ 100 milhões.
Realizado em Porto Alegre em 2001, 2002, 2003 e 2005, o FSM passou pela Índia, em 2004, pela Venezuela, em 2006, pelo Quênia, em 2007, e no último ano não teve um epicentro, com a realização de eventos simultâneos em 82 países.
Até a última sexta-feira (16), as inscrições para a edição de Belém passavam de 82 mil, segundo um dos articuladores do Fórum e organizador da etapa 2009, Cândido Grybowski. “Acredito que vamos chegar aos 120 mil. As pessoas que moram na cidade fazem a inscrição na hora. Belém já está no clima do Fórum. É um espaço aberto, nós não queremos muralhas como nas reuniões do G8, que nos protege do lugar onde estamos. Nós queremos integração com a cidade.”
Estão previstas mais de 2,6 mil atividades, a maioria auto-gestionadas – organizadas pelos próprios participantes. As assembléias, oficinas, cerimônias, atividades culturais e os seminários serão concentrados nas Universidades Federal do Pará (UFPA) e Federal Rural da Amazônia (UFRA), mas devem tomar as ruas de Belém, como na caminhada de abertura, prevista para a tarde do primeiro dia do Fórum.
Considerado o principal contraponto ao Fórum Econômico Mundial, que acontecerá paralelamente em Davos, na Suíça, o FSM não deverá concentrar a discussão apenas sobre a crise financeira internacional. Também estarão na ordem do dia as crises ambiental e de segurança alimentar, que justificam inclusive a escolha de uma sede amazônica para o Fórum, segundo Grzybowski.
“Por causa da crise climática, decidimos realizar o Fórum no lugar que é grande patrimônio mundial. A Amazônia está no centro desse debate e não pode ser vista como um poço de gás carbônico. Queremos mostrar que é um território humanizado, cheio de alternativas. Assim como Chico Mendes mostrou o lado social da Amazônia ao mundo, vamos expressar o socioambiental, que é o grande desafio”, apontou.
Definido como um evento apartidário e sem ligação com governos, o FSM não deixa de ser uma oportunidade política, e não será diferente em Belém, principalmente para as lideranças regionais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já confirmou a ida ao Fórum, e deve encontrar os colegas de continente Hugo Chávez, da Venezuela, Evo Morales, da Bolívia, Fernando Lugo, do Paraguai, e a chilena Michele Bachelet.
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Participante do Fórum é jovem e com alto grau de instrução
Amanda Cieglinski, repórter Agência Brasil
18 janeiro 2009/Agência Brasil http://www.agenciabrasil.gov.br
Brasília - Mais de 90 mil já se inscreveram para participar da nona edição do Fórum Social Mundial (FSM) em Belém (PA). O evento que começa no próximo dia 27 terá como um dos temas principais a Amazônia. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), o participante do Fórum tem um perfil específico: a maioria é jovem e com alto grau de instrução.
A pesquisa foi feita entre as edições de 2003 (Porto Alegre) e 2007 (Nairóbi) com 14 mil participantes. Nesse período, pelo menos 56% dos participantes tinham até 35 anos. O índice mais alto de participação da juventude foi em Porto Alegre, em 2003, com 70% dos participantes com até 35 anos.
Outra característica do público verificada na pesquisa foi o alto nível de escolaridade. Em todas as edições pesquisadas, a parcela de participantes com curso superior completo foi no mínimo de 73%. A edição de 2007, no Quênia, registrou o maior número de participantes com nível superior: 81%.
Para um dos fundadores do FSM, o sociólogo e diretor do Ibase Cândido Grzybowski, a edição de Belém será a “mais popular” de todas.
“Nunca teve tanto indígena, quilombola, ribeirinho, extrativista, pescador. Vai ter uma mudança de perfil, na verdade sempre há, mas dessa vez será mais radical. A elite da militância vai continuar vindo, talvez caiam os grupos intermediários e vem esse grupos de base da Amazônia”, espera.
O Fundo de Solidariedade do Fórum vai financiar a vinda de participantes que não podem arcar com os custos da viagem. A prioridade são os povos originários e tradicionais da região, como indígenas, quilombolas, ribeirinhos e minorias. Esse fundo é financiado por organizações nacionais e internacionais.
Outra conclusão do estudo do Ibase é que a maioria dos participantes são do próprio país em que foi realizado o Fórum ou de regiões vizinhas. Em todas as edições pesquisadas, entre 69% e 92% dos participantes eram do país-sede ou de nações vizinhas.
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Crise mundial, meio ambiente e minorias devem ser assuntos mais debatidos em evento
Amanda Cieglinski, repórter
18 janeiro 2009/Agência Brasil http://www.agenciabrasil.gov.br
Brasília - A crise econômica mundial, os problemas ambientais e a situação das minorias que habitam a Amazônia devem dominar as discussões do Fórum Social Mundial (FSM), que começa no próximo dia 27 em Belém (PA). Essa é a nona edição do evento que acontece anualmente desde 2001.
O FSM é realizado sempre em janeiro na mesma data em que na Suíça ocorre o Fórum Econômico Mundial de Davos. É por essa razão que no início era conhecido com anti-Davos. A Carta de Princípios do Fórum define o evento como "um espaço aberto de encontro para o aprofundamento da reflexão, voltado para o debate democrático de idéias e a formulação de propostas para superar o processo de empobrecimento gerado pela globalização”.
A primeira edição foi realiza em 2001, em Porto Alegre (RS). A capital gaúcha foi sede do FSM também em 2002, 2003 e 2005. Em 2004, a quarta edição do evento ocorreu na Índia. Em 2006, o Fórum foi realizado em três países simultaneamente: Mali (África), Paquistão (Ásia) e Venezuela (América). Em 2007, voltou a ser centralizado, dessa vez no Quênia (África). Em 2008, o Fórum foi transformado em um Dia de Ação de Mobilização Global, realizado em 26 de janeiro em mais de 80 países, com cerca de 800 atividades e manifestações auto-gestionadas.
O número de participantes cresce a cada edição. A expectativa para esse ano é que Belém receba 120 mil participantes. Na primeira edição, em 2001, foram 20 mil participantes. Nas duas seguintes o evento reuniu respectivamente 50 mil e 100 mil pessoas. O recorde foi em 2005, em Porto Alegre, com 155 mil participantes.
O Fórum Social Mundial é organizado por um comitê internacional formado por organizações da sociedade civil e movimentos sociais de todo o planeta. Sob o slogan “um outro mundo é possível”, o evento é considerado “altermundista”, já que busca uma nova ordem econômica e social para todo o planeta.
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