por Peter Bonaventur
20 janeiro 2009/timorlorosaenacao
GOVERNO AMP NEM EXPLICA PORQUE NÃO EXPLICA
Foi notícia escrita por Mark Dood no jornal The Australian em 16 deste mês. Vem acrescentar-se à enorme lista de casos de corrupção e suspeições de desvios e enriquecimentos inexplicáveis e precoces a que este governo da AMP não consegue dar justificações satisfatórias.
Não foi por acaso que a Transparência Internacional tem manifestado as suas preocupações com a corrupção em Timor-Leste. Desde que Xanana Gusmão chefia o governo que os casos estão a surgir uns atrás de outros.
O caso mais recente, referido no jornal australiano, corresponde a 13.3 milhões de dólares americanos, atribuídos a vários ministérios, que desapareceram, alegando o chefe do governo que teme que o dinheiro não seja recuperado, devido a ter sido retirado por funcionários corruptos, sem contudo dizer a que funcionários se referia.
O partido da oposição, Fretilin, questionou o governo no Parlamento sobre o assunto, ao que Emília Pires, ministra das finanças, respondeu que estava a tentar recuperar o dinheiro mas que se o conseguir será com uma taxa de sucesso muito limitado.
O deputado José Teixeira, porta-voz da Fretilin, salientou o facto de o governo não ter esperanças de reaver os 13.3 milhões de dólares porque “perderam o controle das finanças e da administração pública”, mostrando preocupação por a situação “estar muito pior que aquilo que pensávamos”.
Pelo que é sabido constatou-se que houve ministros que abriram contas bancárias ilegais sob o pretexto de “manterem o dinheiro em segurança”.
O que aparentemente para o governo de Xanana Gusmão parece ser um procedimento normal, os ministros e outros responsáveis depositarem verbas do Estado em seu nome, não deixa dúvidas a qualquer outro cidadão de que é um procedimento ilegal, que vem explicar as razões porque desaparecem tantos milhões.
Tenciona o primeiro-ministro no seu projecto de OGE para 2009 ter mais e melhor acesso às verbas de milhões do Fundo Petrolífero sem contudo tomar em consideração os casos de milhões e milhões que estão a desaparecer enquanto os timorenses vivem subalimentados, sem casas, sem empregos, sem cuidados de saúde primários indispensáveis, sem uma educação decente e estabilizada…
Perguntava, com razão, um responsável empresarial estrangeiro ainda há dias: “Eles querem mais dinheiro para quê?” Acrescentando: “a este ritmo o Fundo Petrolífero vai sumir num instante”.
Perguntas e afirmações que ficam à espera da quebra do silêncio do governo AMP, que devia “dar satisfações aos timorenses e aos países doadores sobre onde pára o dinheiro que se destina para benefício de todos os timorenses e não só de uma minoria que devia governar em vez de se governar”, como dizem.
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