quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Crise mundial terá impacto na economia: Governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove

A actual crise alta dos preços dos produtos alimentares, do petróleo e seus derivados e financeira de um modo geral a nível mundial irá certamente provocar este ano impactos ainda mais visíveis e imprevisíveis na economia nacional. O Governador do Banco de Moçambique (BM), Ernesto Gove, que teceu estas considerações ontem na cidade da Beira, advertiu a toda a sociedade, sobretudo aos profissionais do sistema financeiro moçambicano, para uma maior entrega, tal como aconteceu no último ano económico, para se vencer o cenário complexo em que 2009 começa.

29 janeiro 2009/Notícias

Falando no início dos trabalhos do XXXIII Conselho Consultivo da sua instituição, que termina amanhã, Gove referiu ainda que a boa coordenação das políticas monetário-cambial e fiscal-orçamental permitiu, no ano passado, colocar a base monetária abaixo dos valores programados. Revelou que o saldo das reservas internacionais líquidas foi de 1.605,7 milhões de dólares, superando os valores estabelecidos no programa, mesmo num cenário em que foram colocados no mercado cambial cerca de 670 milhões de dólares.
O Governador Ernesto Gove realçou que ao longo do ano passado a combinação adequada de instrumentos disponíveis nos mercados interbancários permitiu manter a liquidez necessária ao funcionamento da economia, ao mesmo tempo que foi assegurada uma considerável estabilidade cambial, com o metical a registar uma depreciação de 6,1 por cento relativamente ao dólar norte-americano, enquanto que em relação ao rand foi acumulada uma apreciação nominal de 22 por cento.
Embora a generalidade das moedas tenha fechado o ano de 2008 com níveis de depreciação bastante elevados, com impacto adverso sobre os preços, registou-se, segundo Gove, um aspecto “extraordinariamente sensível” e com características especiais na estabilidade cambial, aliado às medidas fiscais e orçamentais adoptadas pelo Governo. Isto permitiu amortecer o impacto dos choques externos sobre a economia nacional e em particular na evolução do Índice de Preços ao Consumidor.
Gove consubstanciou que durante o ano de 2008 a actuação do Banco Central tomou em conta a difícil conjuntura internacional que o país enfrentou e os choques exógenos verificados.
Apesar destas condições adversas, o Governador do Banco de Moçambique sublinhou que os principais indicadores macro-económicos situaram-se dentro dos limites programados.
No concernente ao prosseguimento do esforço de bancarização da economia nacional, em colaboração com os bancos comerciais, Ernesto Gove realçou que houve uma resposta positiva no sistema financeiro no alargamento da rede de balcões para 44 distritos, contra 28 que havia em Janeiro de 2007, quando foi lançado este desafio.
Entre outros assuntos, o encontro do Banco Central que decorre na capital provincial de Sofala está a passar em revista a forma de melhorar a posição das Contas Externas de Moçambique, o Plano Estratégico da instituição para o triénio 2008/2010 e a política social do sector financeiro.

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