27 janeiro 2009/Notícias
Trezentas escolas e unidades sanitárias localizadas nas zonas rurais estão desde finais do ano passado a ser iluminadas através de painéis solares, num programa que custou pouco mais de 2,5 milhões de dólares, com fundos do Governo e do Banco Mundial, em forma de crédito.
Segundo Miquelina Meneses, presidente do Conselho de Administração do Fundo Nacional de Energia (FUNAE), trata-se de estabelecimentos públicos localizados em zonas sem perspectivas, pelo menos a médio prazo, de electrificação na base da energia da rede pública. O programa abrange ainda alguns sistemas de abastecimento de água.
A presidente do FUNAE, que esteve nos distritos de Angoche, Nacala-a-Velha e Ilha de Moçambique, em Nampula, para avaliar a fiabilidade dos sistemas ali instalados, referiu que o recurso à energia solar, que se pretende massificar a nível do país, resulta da constatação de que a electrificação das comunidades na base de geradores a diesel está a mostrar-se insustentável, devido à volatilidade dos preços dos combustíveis.
Segundo a fonte, os painéis solares para a produção de energia são, de momento, a única alternativa para as comunidades recônditas, que precisam de electricidade para o seu uso doméstico, bem como para as instituições do Estado. “Falamos aqui da iluminação das casas e funcionamento de alguns equipamentos em estabelecimentos escolares e unidades sanitárias”, Miquelina Meneses.
A nossa Reportagem, que esteve no posto administrativo de Namaponda, em Angoche, apurou que um gerador a diesel instalado em Julho deste ano está neste momento inoperacional por falta de dinheiro para aquisição de combustível. Com capacidade de iluminar 800 casas, o mesmo beneficiava apenas duas dezenas de consumidores, que, por não suportarem a taxa de 250 meticais mensais, mais tarde reduzida para 150, preferiram rescindir os contratos.
Já no posto administrativo de Micolene, no distrito de Nacala-a-Velha, os camponeses ali residentes podem, pela primeira vez na história do posto, estudar à noite.
No Centro de Saúde de Mueria, no mesmo distrito, as vacinas deixaram de ser conservadas na base de geleiras a petróleo, tendo sido instaladas outras, accionadas por energia solar.
“Estamos satisfeitos”, disse o responsável daquela unidade, que acrescentou que a sala de partos e o Banco de Socorros passaram a funcionar 24 sobre 24 horas.
Nos próximos dois anos prevê-se aumentar para 500 o número de estabelecimentos de Educação e Saúde a serem abrangidos pela electrificação foto-voltáica a nível do país.
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