quinta-feira, 12 de julho de 2007

Moçambique/Privados pedem terra para produção de biocombustível

Mais de cinco milhões de hectares de terra para a produção de matéria-prima aplicável ao fabrico de biocombustível foram solicitados, até ao presente momento, por privados interessados em explorar esta área no país, segundo revelou ontem, em Maputo, o Ministro da Energia, Salvador Namburete. O número, segundo a fonte, é já um indicador que mostra que há segmentos da sociedade que estão dispostos a apostar nesta área.

Maputo, 12 Julho 2007 - O governante deu estes dados no primeiro dia de um seminário sobre biocombustível em Moçambique. No evento será feita uma apresentação da primeira fase do estudo que faz uma avaliação técnica da sustentabilidade económica, social e ambiental dos biocombustíveis produzidos no país, com base nas análises da matéria-prima, do potencial do mercado e da competitividade da produção dos biocombustíveis, bem como avaliar as potenciais culturas e identificar as mais aplicáveis para o nosso caso.

De acordo com o ministro, embora se tenha aquele número de pedidos, ainda não se pode quantificar o investimento em curso, nem como o nível de viabilidade que a produção daquele tipo de combustível pode representar. Assim, apelou aos quadros presentes no encontro para definirem recomendações claras e que facilmente podem ser aprovadas adoptadas pelo Governo.

“Queremos que este seminário produza recomendações simples, objectivas e claras. Recomendações que se situam dentro daquilo que pretendemos implementar”, disse.


Explicou que casos há em que o Governo enfrenta dificuldades para implementar as recomendações técnicas, pois têm sido complexas e distantes da realidade no terreno.

No seu entender, é preciso conjugar o impacto da produção de biocombustível do ponto de vista da terra disponível e sobretudo do papel do sector familiar.


“Sao qestões como qual o papel do sector comercial e qual deve ser a interacção entre este e o sector familiar para que ao fim do dia este processo não seja de empobrecimento dos nossos camponeses, como aconteceu no passado com outras culturas de rendimento”, disse.


Dados da primeira fase apresentados ontem indicam que Moçambique tem condições para apostar nesta área, olhando para aquilo que são os custos estimados de produção, de logística e mercados.

“Através do estabelecimento de uma exigência de mistura para gasolina e diesel, a indústria de biocumbustível teria um mercado estabelecido em Moçambique para volumes de 12 a 21 milhões de litros de etanol e de 19 a 40 milhões de litros de biodiesel anualmente”, lê-se no documento.

O estudo apresenta nove recomendações para a produção de biocombustível, assim como uma lista de alguns produtos que podem ser usados como matéria-prima, dentre os quais coco, girassol, semente de rícino, jatropha e palma africana. (Noticias)

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