9 novembro 2016, Sputnik Brasil http://br.sputniknews.com (Rússia)
Após os recentes comentários dos EUA sobre
as tensões entre a China e a região administrativa de Hong Kong, alguns países
estrangeiros, principalmente os EUA e o Reino Unido, estão tentando
desestabilizar a situação na China, consideram analistas políticos russos.
Em entrevista à Sputnik, eles apontam que
tais tentativas representam instigação e interferência nas questões internas da
China.
Na segunda-feira, o porta-voz do
Departamento de Estado norte-americano
Mark Toner apelou aos governos da China
e de Hong Kong para “se absterem de ações que abalem a confiança” no país.
As recentes tensões ocorreram entre a China
e Hong Kong quando Pequim não permitiu a dois políticos eleitos de Hong Kong,
que defendem a independência da cidade, a se juntarem ao parlamento como
deputados.
Por seu turno, o porta-voz da chancelaria
chinesa Lu Kang destacou que Hong Kong é uma região administrativa especial da
China e que os assuntos de Hong Kong são inteiramente questões internas da
China.
“Isto está completamente sob a soberania da
China e os outros países não têm o direito de interferir”, ressaltou Kang. Ele
acrescentou que certas forças independentistas de Hong Kong planejam dividir a
China e ganhar o apoio de países estrangeiros com esse objetivo. Vladimir
Evseev, vice-diretor do Instituto da Comunidade dos Estados Independentes
(CEI), declarou à Sputnik que Washington “está usando todas
as oportunidades para criar problemas à China”.
Evseev acha que os recentes protestos em
Hong Kong podem ter sido planejados com ajuda dos EUA. Segundo ele, neste caso
a China tem pleno direito de restabelecer a ordem no seu território. Pequim
decidiu não envolver o exército, se limitando apenas ao uso de forças policiais
e medidas restritivas.
Outro especialista russo, Alexey Maslov, da
Escola Superior da Economia, informou à Sputnik que a interferência externa nas
questões internas de Hong Kong teve início oito anos atrás através da criação
de vários fundos e programas de treinamento nos câmpus da Universidade de Hong
Kong e da Universidade Chinesa de Hong Kong.
Segundo ele, esses programas de
treinamento, realizados por especialistas norte-americanos e britânicos, têm
por objetivo manipular a opinião pública em Hong Kong, questionando os direitos
e liberdades através da juventude.
Maslov opina que tal desinformação visa
“desestabilizar a China e mostrar que Pequim suprime as liberdades e direitos
fundamentais dos cidadãos”. Finalmente, Andrei Karneev, vice-diretor do
Instituto para Estudos da Ásia e África da Universidade Estatal de Moscou
declarou à Sputnik que seria errado não relacionar os eventos em Hong Kong com
a influência externa.
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