14 novembro
2016, Rede Brasil Atual http://www.redebrasilatual.com.br (Brasil)
Tambem nesta postagem: Com música, estudantes explicam o motivo das
ocupações de escolas (Video)
BRASIL TEM 221 UNIVERSIDADES OCUPADAS. ENTIDADES
ESTUDANTIS ORGANIZAM ENCONTROS COM ESPECIALISTAS PARA DISCUTIR PEC 55
São Paulo – Desde a manhã desta segunda-feira (14), dezenas de estudantes
que ocupam escolas em diversos estados do pais começaram a chegar em Brasília
para um encontro nacional, que será realizado neste feriado da República. O
encontro discutirá caminhos do movimento e estratégias de resistência e
mobilização contra os impactos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55,
que congela os investimentos sociais do governo federal por 20 anos, e a
reforma do ensino médio, prevista na Medida Provisória (MP) 746.
Estudantes de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais deixaram os
estados de ônibus em caravana. Hoje (14) haverá uma reunião de dirigentes de
entidades do movimento estudantil e amanhã haverá um encontro dos estudantes
que se organizam de forma autônoma para ocupar escolas e universidades contra
as
propostas do governo Temer.
O país tem 221 universidades ocupadas em 23 estados e no Distrito
Federal. A maioria na Bahia, com 39 ocupações em instituições de ensino
superior. Minas Gerais tem 27 e o Paraná, 24. O número de colégios ocupados é
de 391, de acordo balanço da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
(Ubes) divulgado no ultimo dia 9. A maioria em Minas Gerais, com 163.
No auge do movimento, em 28 de outubro, estudantes do Paraná chegaram a
ocupar 845 escolas. Após mais de um mês de resistência, eles sofreram uma serie
de reintegrações de posse. De acordo com a União Nacional dos Estudantes
(UNE), é a maior mobilização estudantil da historia do país. “Talvez de todos
os setores sociais a educação seja aquela que esteja sendo atacada por mais lados,
do ponto de vista financeiro, da concepção e até político-democrático”, diz a
entidade, em nota.
Próximos encontros
O próximo grande evento dos estudantes secundaristas será o Encontro
Nacional de Grêmios, marcado para 29 de janeiro e 1º de fevereiro, em Fortaleza.
Os estudantes convidarão especialistas em economia e educação para debater
impactos da PEC 55.
“Enquanto os golpistas dizem que nós estudantes não sabemos o que é PEC,
nós fazemos Encontro de Grêmios para reunir economistas, movimentos sociais, entidades
que possam discutir o assunto e nortear a resistência política da Ubes para o
próximo ano frente aos retrocessos do governo”, disse o diretor de grêmios da
entidade, Danilo Ramos.
Na última semana, o presidente Temer ironizou os estudantes ao afirmar
que eles não sabiam o que seria uma PEC. "(Pergunto) você sabe o que é uma
PEC? É uma Proposta de Ensino Comercial. Estou dando um exemplo geral de que as
pessoas debatem sem discutir ou ler o texto", disse Temer, durante um
seminário sobre infraestrutura e desenvolvimento, em Brasília.
Greve
Servidores de instituições federais de educação completam hoje três dias
de greve contra a PEC 55, a proposta de reforma do ensino médio, escola sem
partido, reformas trabalhista e previdenciária e terceirizações. Antes mesmo da
deliberação nacional de greve, oficializada na ultima sexta-feira (11),
servidores de diversas instituições já haviam paralisado suas atividades em
apoio aos estudantes.
Representantes dos servidores também participarão amanhã da reunião
aberta dos estudantes que ocupam escolas. “O objetivo de todas as entidades é
construir um calendário que seja capaz de somar a nossa mobilização em todas as
bases”, destacou o coordenador geral do Sindicato Nacional dos Servidores
Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) Fabiano
Godinho Faria, em nota.
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Recomendamos 1/2
Brasil/Carina Vitral: Temer tenta criminalizar
e sufocar movimento estudantil
12
novembro 2016, Vermelho http://www.vermelho.org.br
(Brasil)
O Centro de Estudos da Mídia
Alternativa Barão de Itararé realizou, na noite desta sexta-feira(11), o debate
"O Estado de exceção e a criminalização dos movimentos sociais", com
a participação da presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina
Vitral, do jurista Pedro Serrano e de Joaquim Pinheiro, da direção nacional do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O coordenador da entidade,
João Pedro Stédile, não pôde comparecer.
A presidenta da UNE denunciou a tentativa do governo de Michel Temer de
criminalizar entidades como a UNE e União Brasileira de Estudantes
Secundaristas (UBES) para, entre outros objetivos, dividir e enfraquecer o
movimento estudantil, atualmente o principal protagonista da resistência aos
retrocessos e retirada de direitos propostos pelo governo golpista.
O ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), disse na segunda-feira (7) que o governo vai cobrar judicialmente das entidades estudantis o ressarcimento de prejuízos causados pelas ocupações das escolas, que, segundo ele, foi a causa do adiamento das provas do Enem para parte dos candidatos.
"Temos que disputar essa narrativa. É preciso dizer claramente quem foi que adiou o Enem: foi o Ministério da Educação numa medida precipitada. A atitude do ministro foi política, para colocar estudante contra estudante. Não fomos nós que impedimos o diálogo." Carina disse que a geração atual de estudantes é politizada e madura o suficiente para saber negociar.
Prova disso, ressaltou, é o fato de que as ocupações não impediram nem prejudicaram as eleições municipais. "Os estudantes lutam contra Temer, mas são capazes de negociar. Os alunos das ocupações também fazem Enem. Era nosso interesse garantir o Enem e pusemos isso nos manifestos."
Ela lembrou que a PEC 241 (55 no Senado) pode fazer com que o Enem de 2016 seja um dos últimos, já que a medida "congela" gastos em educação por 20 anos. Em protesto na Praça da Sé contra o governo Temer e suas medidas, a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes, fez ontem (11) um alerta ao presidente: "Temer, os estudantes estão indo pra Brasília e vão ocupar as escolas e a cidade contra sua política que pretende destruir o país. Não vai ter limites para a luta dos estudantes, vamos ocupar tudo".
No debate do Barão de Itararé, Carina Vitral pediu solidariedade contra a criminalização dos movimentos sociais pelo governo e disse que a responsabilização financeira pode "ser um golpe de morte" para elas. "Que aprendamos com os estudantes secundaristas, com sua pauta ampla e capaz de conquistar a sociedade."
A ativista disse que, se por um lado é preciso reconhecer a vitória do conservadorismo que levou Temer ao poder, por meio do golpe que destituiu a eleita Dilma Rousseff do cargo, por outro "algo está diferente na consciência da população". "Ou abrimos um canal com a sociedade, ou vamos ficar falando sozinhos com nós mesmos."
Pela força
Pedro Serrano, professor de Direito Constitucional da PUC-SP, afirmou acreditar que as medidas de repressão contra movimentos sociais e atos judiciais para intimidar os opositores de Temer tendem a aumentar. "A tendência é essas medidas se expandirem, com mais repressão e mais processos para perseguir pessoas judicialmente."
Para ele, o processo que se desenvolveu no Brasil e culminou com a ascensão do governo atual é um enredo que se disseminou na América Latina, o que os golpes em Honduras (2009) e Paraguai (2012) já anunciaram antes. O impeachment, como golpe político, trouxe medidas de suspensão dos direitos que "fazem parte de um processo para combater 'o inimigo'" eleito pelo Estado neoliberal. "Hoje, os direitos Humanos não servem quando a democracia tem que combater o 'inimigo'. Existe um descumprimento absoluto da Constituição e a produção de processos judiciais de exceção, para criminalizar o opositor. Na América Latina, o agente promotor da exceção é o sistema de justiça."
Joaquim Pinheiro, do MST, falou sobre a invasão da Escola Florestan Fernandes, na sexta-feira (11), em Guararema (SP). "É parte do golpe. Talvez seja mais um balão de ensaio, como foi feito na condução coercitiva de Lula."
Para o ativista, "o bloco que deu o golpe continua unificado". Fazem parte desse bloco, segundo ele, "parte da Polícia Federal, parte do Ministério Público Federal, a grande imprensa, principalmente a Globo, e o juiz Moro".
Em outro front, destacou Pinheiro, "os golpistas seguem avançando na direção de colocar a conta da crise nas costas do trabalhador, e isso é operado por (Henrique) Meirelles (ministro do Fazenda). E o PSDB, que se tornou ainda mais forte depois das eleições municipais, apresenta o programa do golpe."
O ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), disse na segunda-feira (7) que o governo vai cobrar judicialmente das entidades estudantis o ressarcimento de prejuízos causados pelas ocupações das escolas, que, segundo ele, foi a causa do adiamento das provas do Enem para parte dos candidatos.
"Temos que disputar essa narrativa. É preciso dizer claramente quem foi que adiou o Enem: foi o Ministério da Educação numa medida precipitada. A atitude do ministro foi política, para colocar estudante contra estudante. Não fomos nós que impedimos o diálogo." Carina disse que a geração atual de estudantes é politizada e madura o suficiente para saber negociar.
Prova disso, ressaltou, é o fato de que as ocupações não impediram nem prejudicaram as eleições municipais. "Os estudantes lutam contra Temer, mas são capazes de negociar. Os alunos das ocupações também fazem Enem. Era nosso interesse garantir o Enem e pusemos isso nos manifestos."
Ela lembrou que a PEC 241 (55 no Senado) pode fazer com que o Enem de 2016 seja um dos últimos, já que a medida "congela" gastos em educação por 20 anos. Em protesto na Praça da Sé contra o governo Temer e suas medidas, a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes, fez ontem (11) um alerta ao presidente: "Temer, os estudantes estão indo pra Brasília e vão ocupar as escolas e a cidade contra sua política que pretende destruir o país. Não vai ter limites para a luta dos estudantes, vamos ocupar tudo".
No debate do Barão de Itararé, Carina Vitral pediu solidariedade contra a criminalização dos movimentos sociais pelo governo e disse que a responsabilização financeira pode "ser um golpe de morte" para elas. "Que aprendamos com os estudantes secundaristas, com sua pauta ampla e capaz de conquistar a sociedade."
A ativista disse que, se por um lado é preciso reconhecer a vitória do conservadorismo que levou Temer ao poder, por meio do golpe que destituiu a eleita Dilma Rousseff do cargo, por outro "algo está diferente na consciência da população". "Ou abrimos um canal com a sociedade, ou vamos ficar falando sozinhos com nós mesmos."
Pela força
Pedro Serrano, professor de Direito Constitucional da PUC-SP, afirmou acreditar que as medidas de repressão contra movimentos sociais e atos judiciais para intimidar os opositores de Temer tendem a aumentar. "A tendência é essas medidas se expandirem, com mais repressão e mais processos para perseguir pessoas judicialmente."
Para ele, o processo que se desenvolveu no Brasil e culminou com a ascensão do governo atual é um enredo que se disseminou na América Latina, o que os golpes em Honduras (2009) e Paraguai (2012) já anunciaram antes. O impeachment, como golpe político, trouxe medidas de suspensão dos direitos que "fazem parte de um processo para combater 'o inimigo'" eleito pelo Estado neoliberal. "Hoje, os direitos Humanos não servem quando a democracia tem que combater o 'inimigo'. Existe um descumprimento absoluto da Constituição e a produção de processos judiciais de exceção, para criminalizar o opositor. Na América Latina, o agente promotor da exceção é o sistema de justiça."
Joaquim Pinheiro, do MST, falou sobre a invasão da Escola Florestan Fernandes, na sexta-feira (11), em Guararema (SP). "É parte do golpe. Talvez seja mais um balão de ensaio, como foi feito na condução coercitiva de Lula."
Para o ativista, "o bloco que deu o golpe continua unificado". Fazem parte desse bloco, segundo ele, "parte da Polícia Federal, parte do Ministério Público Federal, a grande imprensa, principalmente a Globo, e o juiz Moro".
Em outro front, destacou Pinheiro, "os golpistas seguem avançando na direção de colocar a conta da crise nas costas do trabalhador, e isso é operado por (Henrique) Meirelles (ministro do Fazenda). E o PSDB, que se tornou ainda mais forte depois das eleições municipais, apresenta o programa do golpe."
Fonte: Rede Brasil
Atual
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Recomendamos 2/2
Brasil/Com música,
estudantes explicam o motivo das ocupações de escolas (Video)
27 outubro 2016,
Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil)
Estudantes que ocupam as escolas contra a
Medida Provisória de Reforma do Ensino Médio, gravaram uma música, para, com
bom humor, explicar o motivo das ocupações nas escolas. No vídeo, as
secundaristas expõe o lado nocivo da proposta apresentada por Temer, que irá
precarizar mais ainda o ensino público e retirar disciplinas fundamentais para
a formação do senso crítico, tendo em vista que apenas português e matemática
serão matérias obrigatórias.
Do Portal Vermelho
Do Portal Vermelho
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