3 noviembre 2016, Sputnik Brasil http://br.sputniknews.com (Rússia)
A decisão da Rússia de enviar um grupo de
navios militares, liderado pelo porta-aviões Admiral Kuznetsov, a leste do
Mediterrâneo, pode ter salvado os militares sírios de bombardeios dos EUA.
Eis a opinião do especialista russo em questões militares, Vladimir Evseev.
Eis a opinião do especialista russo em questões militares, Vladimir Evseev.
Durante coletiva de imprensa na agência
Rossiya Segodnya, Evseev destacou que
recentemente os EUA começaram a analisar
a possibilidade de atacar as forças do governo sírio baseando-se no
relatório da ONU, documento apresentado na semana passada ao Conselho de
Segurança da ONU sobre o alegado uso de armas químicas por Damasco na província
síria de Idlib em 2015.
Damasco nega as acusações. A entrada
da flotilha russa com o porta-aviões Admiral Kuznetsov no Mediterrâneo pode ser
um elemento crucial para conter o apetite do Pentágono, acredita o
especialista.
Segundo ele, a presença dos navios russos
entre a Argélia e a Itália impossibilita o deslocamento de grupo naval
semelhante da OTAN nessa área.
"Na verdade, os nossos navios fecharam
a Síria. Os navios russos não apareceram onde estão por acaso, excluindo a
possibilidade de lançamento de mísseis de cruzeiro a partir daquela
direção", destaca o especialista.
Evseev relembrou que anteriormente os
sistemas de mísseis S-300 "foram implantados em Tartus" com o mesmo
objetivo. Além de serem utilizados contra ameaças no ar, os sistemas de mísseis
são capazes de atacar alvos balísticos.
Os EUA e os aliados da OTAN, envolvidos na
campanha de responsabilização da Rússia e da Síria pela batalha por Aleppo,
aproveitaram o relatório para apresentar outras acusações, inclusive que Moscou
e Damasco foram responsáveis por "crimes de guerra" durante a sua
operação que visava libertar a Síria de militantes e jihadistas armados.
De acordo com a opinião do especialista,
além da libertação de Aleppo, os militares sírios e seus aliados russos
precisam cercar terroristas da Frente al-Nusra em Idlib.
Ele acredita que, após Idlib, Turquia seja
o novo ponto para onde irão os terroristas. Da Turquia, provavelmente, os
terroristas poderão "fazer uma visita à Europa", acha.
"É sobre isso que os países ocidentais
devem pensar, ao invés de interferir na operação que visa libertar Aleppo e
outros territórios sírios", explica.
Segundo Evseev, não se pode continuar esperando e prolongando pausas
humanitárias, há necessidade de libertar a cidade rapidamente sem levar em
consideração a opinião do Ocidente.
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