7 novembro 2016, Macauhub
http://www.macauhub.com.mo (China)
Cabo Verde e Moçambique estão entre os países africanos mais favoráveis aos interesses económicos e políticos da China, valorizando principalmente o investimento em infra-estruturas e os negócios, de acordo com a primeira sondagem sobre o tema feita em África.
A sondagem Afrobarometer, que revela em
geral um acolhimento positivo dos africanos aos interesses chineses, coloca, no
capítulo sobre o acolhimento em relação à influência económica e política da
China, Cabo Verde em 5º lugar, com 78% de opiniões positivas e apenas 5% de
negativas.
Também neste capítulo, Moçambique surge
acima da média, com 65% de opiniões positivas e apenas
9% de negativas e no
terceiro país de língua portuguesa incluído no estudo, São Tomé e Príncipe, o
saldo de opiniões também é altamente favorável – 53% positivas e 6% negativas –
apesar de não existirem relações diplomáticas entre o arquipélago e a China.
“Em particular, os investimentos que
efectua no desenvolvimento de infra-estruturas e negócios, bem como os seus
produtos de baixo custo, contribuem para percepções positivas da China”, refere
o estudo.
“A maioria (dos africanos) valoriza a
ajuda ao desenvolvimento prestada pela China e vê a sua influência como mais
compensadora do que prejudicial às perspectivas de desenvolvimento dos respectivos
países”, adianta.
Cabo Verde também está entre os países
onde é maior a influência percebida pelos seus cidadãos: 78% dizem ser
significativa e apenas 9% reduzida.
No caso de Moçambique, 68% dos
entrevistados identificam uma influência significativa e 11% reduzida,
resultados superiores aos registados em São Tomé e Príncipe, o último nesta
classificação, com 17% apontando para uma reduzida influência e 43% em sentido
oposto.
Quanto às principais influências externas
identificadas, todos os países de língua portuguesa estão abaixo da média
quanto à influência da China.
Entre os cidadãos destes países, os
moçambicanos (52%) são os que identificam uma maior influência chinesa (face a
apenas 8% dos Estados Unidos e 5% da antiga potência colonial, Portugal),
seguidos dos são-tomenses (24% China, 17% de Portugal) e dos cabo-verdianos
(25% de Portugal, 27% da China e 31% dos Estados Unidos).
Em relação à percepção de China e Estados
Unidos como modelos de desenvolvimento, os moçambicanos mostram-se fortemente
favoráveis ao modelo chinês (36%, face a 15% de preferência pelo
norte-americano, os são-tomenses divididos, com uma ligeira preferência pelo
norte-americano e os cabo-verdianos fortemente favoráveis ao norte-americano.
“Para os africanos, a China rivaliza com
os Estados Unidos em influência e em popularidade enquanto modelo de
desenvolvimento”, refere o estudo.
“Apesar de críticas frequentes nos media
aos interesses chineses em África, adianta, os africanos vêem o aparecimento da
China como uma adição positiva ao terreno de jogo económico.” (Macauhub)
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