17 novembro 2016, Vermelho http://www.vermelho.org.br
(Brasil)
O cinema africano, com seus filmes raros e
pouco vistos ao redor do mundo, ganhou uma mostra especial no Caixa Belas Artes
de São Paulo. A Mostra “África(s), Cinema e Revolução” foi aberta a semana
passada, mas segue até a próxima quarta-feira (23). O evento exibe 39 filmes,
muitos deles inéditos para o público brasileiro, que tratam dos processos de
independência de Moçambique, Guiné-Bissau e Angola.
Para a exibição
na mostra, a curadora Lúcia Monteiro dividiu os filmes em três eixos. “No
primeiro concentram-se longas dos anos 1960 e 1970, na maior parte das vezes
vindos de fora, como brasileiros, franceses, cubanos e iugoslavos, que foram
atraídos pelas lutas emancipatórias do período e registraram com o olhar de
estrangeiros. Até Jean-Luc Godard filmou
lá, mas infelizmente o filme se
perdeu”, diz.A produção também serviu como forma de unificação dos povos recém libertos, segundo a curadora. “Em Moçambique ainda não tinha televisão nacional. O cinema foi visto pelo novo governo como um canal de união nacional, então precisava chegar nos vilarejos mais afastados. Criou-se o cinejornal, onde os episódios eram semanalmente exibidos em estruturas móveis, tipo ‘kombis’ que armavam a tela e organizavam projeções públicas.”
O segundo eixo da mostra foca em cineastas africanos que produziram durante a independência, e o terceiro, em “filmes de diretores contemporâneos que trabalham com as memórias dos acontecimentos”, conta Monteiro. A ideia é mostrar diferentes visões da época. “Tem sempre essa questão, quem é esse cara que está filmando a África? É o estrangeiro com o olhar de fora, do descobridor, ou é um cinema que nasce na África mesmo? Eu penso em contrapor esses dois universos”, explica.
A curadora considera o cinema do continente “revolucionário e militante”. “As independências se deram através de pensamentos marxistas e iniciaram governos de esquerdas, que se propunham a fazer tudo diferente, inclusive o cinema”.
É justamente por essa ideologia que Lúcia credita a pouca divulgação dos filmes: “Foram vistos em festivais importantes de cinema, como Cannes, mas não tiveram distribuição comercial. Depois ficaram guardados em cinematecas e arquivos. O cinema era uma forma revolucionária. Isso não se inseria em uma economia, em um fluxo de cinema mundial”.
O cinema africano, em especial o de Moçambique, Guiné-Bissau e Angola, caracteriza-se não só pela revolução no conteúdo, mas pela novidade na forma. “Era preciso inventar uma forma revolucionária. Como filmar o corpo negro, com que luz, de que maneira? Foi a desconstrução dos preceitos cinematográficos”, diz.
Mostra África(s). Cinema e revolução
Onde: Cine CAIXA Belas Artes; rua da Consolação, 2423
Quando: Até 23/11
Quanto: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia
-------------- Recomendamos
"Osvaldão" leva a Guerrilha do Araguaia à Espanha
17 novembro 2016, Vermelho http://www.vermelho.org.br
(Brasil)
O documentário
"Osvaldão" foi selecionado para integrar a programação da IX Muestra
de Cine y Derechos Humanos de San Sebastián de los Reyes, que acontece de 17 a
20 de novembro, no Centro Jovem de S. S. de los Reynes (Madri), entrada
gratuita.
Osvaldão será exibido no sábado (19/11), às 22h30, seguido de bate-papo
com os diretores Vandré Fernandes e Ana Petta.
O documentário é o único filme brasileiro, dentre dez outros filmes do México (Deserto), Japão (Um pedaço de ouro), Coreia do Sul (Neblina), Israel (O laboratório / Rabin, o último dia) e Espanha (Amuralhados / O anjo vermelho / O Rei Torto / E o cine marcha...). São filmes sobre fluxos migratórios, o sistema financeiro, a indústria militar israelense e seu líder progressista, um herói da guerra civil espanhola, repressão policial, e a própria produção cinematográfica sobre direitos humanos.
Veja a programação completa da Mostra: http://bit.ly/2eOjp34
#IXMuestradeCineyDerechosHumanos
Osvaldão
Brasil, 2015 | 77 minutos
Documental que evoca la figura del guerrillero brasileño Osvaldo Orlando da Costa. Campeón de boxeo y estudiante de ingeniería en Checoslovaquia, ejemplo de superación en una época en la que la población negra carecía de oportunidades en la sociedad brasileña, Osvaldão renunció a todo para plantar cara a la dictadura militar a partir de 1964. Su muerte y desaparición siguen siendo un misterio. Con la asistencia de Ana Petta y Vandré Fernandes, co-directores de la película.
O documentário é o único filme brasileiro, dentre dez outros filmes do México (Deserto), Japão (Um pedaço de ouro), Coreia do Sul (Neblina), Israel (O laboratório / Rabin, o último dia) e Espanha (Amuralhados / O anjo vermelho / O Rei Torto / E o cine marcha...). São filmes sobre fluxos migratórios, o sistema financeiro, a indústria militar israelense e seu líder progressista, um herói da guerra civil espanhola, repressão policial, e a própria produção cinematográfica sobre direitos humanos.
Veja a programação completa da Mostra: http://bit.ly/2eOjp34
#IXMuestradeCineyDerechosHumanos
Osvaldão
Brasil, 2015 | 77 minutos
Documental que evoca la figura del guerrillero brasileño Osvaldo Orlando da Costa. Campeón de boxeo y estudiante de ingeniería en Checoslovaquia, ejemplo de superación en una época en la que la población negra carecía de oportunidades en la sociedad brasileña, Osvaldão renunció a todo para plantar cara a la dictadura militar a partir de 1964. Su muerte y desaparición siguen siendo un misterio. Con la asistencia de Ana Petta y Vandré Fernandes, co-directores de la película.
Fonte:
Portal Grabois
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