12 abril 2016, Blog do Planalto http://blog.planalto.gov.br
(Brasil)
A presidenta Dilma Rousseff disse na tarde desta terça-feira (12), durante o
Encontro da Educação pela Democracia, no Palácio do Planalto, que a máscara dos golpistas caiu com o vazamento do
áudio em que o vice-presidente faz uma espécie de discurso de posse, como se o
impeachment já tivesse sido aprovado pela Câmara dos Deputados. Segundo Dilma, ficou
claro que há dois chefes do golpe que
agem em conjunto.
“Ontem utilizaram a farsa do vazamento para difundir a
ordem unida da conspiração. Agora conspiram abertamente à luz do dia para
desestabilizar uma presidente legitimamente eleita. Ontem, ficou claro que
existem, sim, dois chefes do golpe que agem em conjunto e de forma premeditada.
Ontem fiquei chocada com a desfaçatez da farda do vazamento. Vazando para eles
mesmos. Se ainda havia alguma dúvida sobre o golpe, a farsa e a traição em
curso, não há mais. Há um golpe de estado em andamento”, afirmou.
A presidenta explicou
como funciona a tática dos golpistas para tentar retirá-la do cargo. “Não sei
direito quem o chefe e o vice-chefe. Um deles é a mão, não tão invisível assim,
que conduz, com desvio de poder, o processo de impeachment. O outro esfrega as
mãos e ensaia a farsa do vazamento de um pretenso discurso de posse”,
disse. “Cai a
máscara dos conspiradores. O Brasil e a democracia não merecem tamanha farsa. O
fato é que os golpistas que se arrogam, a condição de chefe e vice-chefe, do
gabinete do golpe, estão tentando montar uma fraude para interromper no
Congresso um mandato que me foi conferido pelos brasileiros”,
complementou.
Dilma ainda tratou de
um dos temas citados no áudio vazado e divulgado na imprensa: um suposto ‘pacto
de salvação nacional’. “Como acreditar num pacto de salvação ou de
unidade nacional, sem sequer uma gota de legitimidade democrática? Como
acreditar que haverá sustentação para tal aventura?”, questionou
antes de emendar. “Com farsas, fraudes e sem legitimidade ninguém
pacifica, ninguém concilia, ninguém constrói unidade para superação de crises.
Só as agrava e aprofunda”, destacou.
“Na verdade, trata-se da maior fraude jurídica e
política de nossa história. Sem ela, o impeachment sequer seria votado. O
relatório da Comissão do Impeachment é o instrumento dessa fraude. O relatório
é tão frágil, tão sem fundamento, que chega a confessar que não há indícios ou
provas suficientes das irregularidades que tentam me atribuir. Pretendem
derrubar, sem provas e sem justificativa jurídica, uma Presidenta eleita por
mais de 54 milhões de eleitores”.
Segundo a presidenta,
os próximos dias serão de ataques à sua imagem através de informações falsas,
vazamentos ilegais de delações e manchetes escandalosas. “Eles
caluniam enquanto leiloam posições do gabinete do golpe. Peço que todos estejam
atentos e vigilantes. Tentarão de tudo, nos intimidar, nos tirar das ruas. Não
aceitem provocações. Mantenham-se unidos porque não somos do ódio”.
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