20 abril 2016, Blog do Planalto
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A presidenta Dilma Rousseff afirmou, nesta quarta-feira (20), que irá
lutar em todos os níveis contra o que chamou de “eleição indireta
travestida de impeachment”. A declaração foi feita durante entrevista
concedida a blogueiros no Palácio do Planalto. Segundo a presidenta, o governo,
apesar de respeitar a legislação e a representatividade do Congresso, considera
ilegítima e distorcida a forma como se deu o rito do pedido de interrupção do
seu mandato.
“O que está em questão
não é o meu mandato, está em questão o processo democrático. Ou seja, está em
questão aquilo que a gente dava como garantido. Eu nunca achei que outra vez eu
ia estar
lutando por democracia. Então, como isso está em jogo eu vou
lutar em todas as trincheiras que eu puder para derrotar esse golpe, onde for
necessário eu vou. […] Uma coisa é respeitar, outra coisa é saber que o rito
foi inteiramente permeado de cerceamento à defesa e desvio de poder por parte
de quem o conduzia”.
Ainda sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, Dilma disse que ele
foi o “conspirador-mor” da desestabilização do seu governo e representa “o
pecado original” do processo de impeachment.
“O conspirador faz o
processo de impeachment, não olhando as bases reais dele, mas olhando o fato de
que os seus, a sua negociação chantagista não tinha sido aceita. […] Mas o fulcro da ilegitimidade é
que quem quer me substituir e conspirou para isso, não tem voto popular. E só
tem um jeito de você legitimar-se na democracia, voto popular”.
Confiante em relação à continuidade do seu governo, Dilma disse que
chegou o momento de se provar quem são os verdadeiros democratas do Brasil.
“Quem vai respeitar a Constituição Federal nesse País? Estou sofrendo o
pior dos agravos que é ser condenada injustamente. […] Eles não me afastarão,
eu continuarei sendo a presidenta da República. Não acho que seja algo
decisivo. Tenho que manter o que sou, sou presidente da República Federativa do
Brasil, eleita por 54 milhões de votos”.
Questionada sobre que País espera deixar para seu neto, Dilma disse
desejar o fim do ódio, da intolerância e do preconceito contra índios,
mulheres e orientações sexuais.
“Quero um país em que o meu neto olhe para povo
brasileiro e lembre sempre que ele, o brasileiro, é o guardião de tudo que nós
temos de melhor. Então, que ele saiba ter um padrão de julgamento, em que ele
defenda aqueles que mais precisam e que ele viva num país melhor do que eu
vivi. Acho que ele vai vier, porque eu vivi uma parte da minha vida na
ditadura, estou vivendo na democracia. E acredito que nós vamos assegurar que
essa democracia inclua, desenvolva, que eticamente seja intolerante e não
incite o ódio nem o bullying”.
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