4 abril 2016, União Nacional dos Estudantes – UNE http://www.une.org.br (Brasil)
por Rafael Minoro
Site traz o mapeamento
da resistência democrática nas instituições de diversos estados, além de trazer
um passo a passo para a montagem de novos comitês
Cada vez mais universidades brasileiras estão se
mobilizando na luta a favor da democracia e contra a ruptura institucional no
país. Os chamados comitês universitários pela democracia estão surgindo em
instituições públicas e privadas, de todas as regiões, com o objetivo de
debater o momento político atual. A iniciativa envolve estudantes, professores,
funcionários, técnico-administrativos e toda a comunidade acadêmica.
Para acompanhar esse movimento, foi criado o site Universidade Pela
Democracia (www.universidadepelademocracia.org.br), uma plataforma de mapeamento de todos os comitês
criados pelo país, além de coletivos e outras frentes universitárias. Antes, o
movimento já atuava pelas redes sociais no endereço facebook.com/universidadepelademocracia.
A ideia da ferramenta é reunir em só espaço toda a
mobilização universitária pela
democracia, auxiliando na organização local e na
construção de redes. O funcionamento é simples, basta o usuário cadastrar o seu
comitê ou o seu coletivo pela democracia e passar a integrar o sistema.
Além disso, o site traz um passo a passo para a montagem de novos comitês universitários. A
partir de um manual detalhado, os interessados têm acesso a instruções de como
promover debates, atividades culturais, como desenvolver estratégias de
divulgação, materiais gráficos, guerrilha virtual e outras táticas de
mobilização.
INTERNET PELA DEMOCRACIA
O site Universidade Pela Democracia integra um
conjunto de iniciativas virtuais para a defesa da democracia e a luta contra a
ameaça de golpe. Entre outras estão o site Mapa Da Democracia (www.mapadademocracia.org.br) – instrumento que tem sido usado pela sociedade para
pressionar parlamentares a votarem contra o impeachment e o Não Vai Ter Golpe (www.naovaitergolpe.com) que reúne informações sobre o atual momento político
e manifestos de diferentes entidades, artistas, coletivos e indivíduos pela
democracia.
---------------- Relacionada
Quem somos Conheça um pouco mais sobre o movimento
O movimento “Universidade pela Democracia” é
uma iniciativa dos estudantes, professores, funcionários, técnicos
administrativos e toda a comunidade universitária para formar opinião e
intervir no presente momento político do país.
A universidade é o espaço do conhecimento, do
diálogo, das diversas formas de pensar que produzem o nosso olhar crítico sobre
o mundo. Além disso, é o espaço para criar novas propostas, para debater ideias
e transformar a sociedade diretamente. A universidade é o espaço da democracia.
Durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), a
universidade sofreu diversos ataques por conta daqueles que desejavam
eliminar as formas de pensamento e organização de estudantes, professores e
funcionários. Porém, a universidade resistiu e foi um dos espaços para a
reconstrução do país.
Atualmente, com nova ameaça ao regime democrático,
a universidade brasileira entra novamente em cena, mais uma vez como protagonista
a partir da organização dos comitês universitários em defesa da democracia.
Os comitês têm a função de denunciar a movimentação
dos grupos que buscam uma ruptura e querem botar em risco a democracia no país
e uma série de conquistas, como a expansão do ensino superior, o Prouni,
o Fies e as cotas.
Veja também
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SOBRE A
UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES
4 abril 2016, União Nacional dos Estudantes – UNE http://www.une.org.br (Brasil)
A UNE é a entidade máxima dos estudantes brasileiros e
representa cerca de seis milhões de universitários de todos os 26 Estados e do
Distrito Federal.
A universidade é um ambiente onde a juventude
brasileira tradicionalmente se organiza em torno de visões, opiniões e vontades
comuns. Movimento estudantil é o nome dessa atividade que envolve tanto a
organização de uma festa como a participação numa passeata, a criação de uma
empresa júnior ou a representação política para debater o país.
Em meio a esse processo, os estudantes vão se
organizando em entidades representativas como DAs (diretórios acadêmicos), CAs
(centros acadêmicos), DCEs (diretórios centrais), uniões estaduais de
estudantes e executivas nacionais de cursos. A união destas organizações forma,
há mais de 70 anos, a UNE.
LUTAS E BANDEIRAS
A entidade funciona como um espaço e um veículo de
lutas sociais e bandeiras do movimento estudantil do Brasil. A UNE lutou,
por exemplo, pela aprovação do Plano Nacional de Educação no Congresso Nacional, uma batalha pelo
investimento de 10% do PIB em educação pública. Quer a regulamentação do ensino
superior privado e se posiciona contra a desnacionalização da educação.
A UNE batalha pelo reconhecimento da meia-entrada para
atividades culturais e esportivas como um direito de todos os estudantes.
Reivindica a desmilitarização da polícia, o respeito à diversidade e o fim do
genocídio da juventude negra nas periferias urbanas. Reforça a luta pelo passe
livre estudantil, pela reforma política com o fim do financiamento
empresarial de campanhas e pela democratização dos meios de comunicação.
HISTÓRIA
A história da UNE, entidade fundada em 1937,
confunde-se com a do Brasil moderno. Em um passado recente, participaram do
movimento estudantil brasileiros pessoas como a presidenta Dilma Rousseff, o
diplomata e poeta Vinicius de Moraes (1913-1980), o ex-governador de São
Paulo José Serra, o cineasta Cacá Diegues, o religioso Frei Betto e o poeta
Ferreira Gullar.
Da campanha “O Petróleo é Nosso” na década de 1940, do enfrentamento ao nazi-fascismo
e durante a resistência à última ditadura civil-militar, passando pelas “Diretas Já”, pelo movimento dos “caras pintadas” contra o governo
Collor, a luta contra os governos neoliberais nos anos 1990 e pelas
jornadas de junho de 2013 por um país melhor, a UNE fez parte dos principais
movimentos populares da história recente brasileira.
Nos últimos anos, a entidade alcançou importantes
conquistas para a educação brasileira, como a aprovação do Plano Nacional de
Educação com o investimento de 10% do PIB no setor até 2024; e a destinação de
75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para
a educação.
PARTICIPAÇÃO
A UNE organiza-se, basicamente, em três instâncias
deliberativas: o Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb), que reúne os
diretórios acadêmicos (DAs) e centros acadêmicos (CAs) do Brasil; o Conselho
Nacional de Entidades Gerais (Coneg), que agrega os diretórios centrais de
estudantes (DCEs) e executivas nacionais de cursos; e o Congresso da UNE
(Conune), formado por todas as entidades e também por todos os estudantes que
quiserem, de maneira livre, participar.
O Conune, que acontece a cada dois anos, é a maior
instância do movimento estudantil brasileiro. Durante o congresso,
elege-se a nova diretoria da UNE e são tomadas decisões sobre os
rumos da entidade.
Também é possível participar da UNE e do
movimento estudantil de outras formas. A principal é a própria colaboração em
cada DA, DCE ou qualquer outra entidade representativa dos estudantes,
debatendo os problemas locais e propondo soluções. Veja 10 passos para montar
uma entidade estudantil na sua faculdade. Você
também pode baixar a Cartilha da
UNE que explica mais
detalhadamente como montar o seu CA, com modelo de ato inclusivo.
A UNE também realiza encontros nacionais temáticos,
como o Encontro de Estudantes Negros e Cotistas e o Encontro de Mulheres. Outra
grande atividade é a Bienal da UNE, voltada principalmente para a área da
cultura, com mostras universitárias e convidadas de música, cinema, artes
visuais, literatura, artes plásticas e artes cênicas. Em muitas universidades,
a UNE atua também a partir do Circuito Universitário
de Cultura e Arte (CUCA).
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