sexta-feira, 15 de abril de 2016

Brasil/Impeachment tira o voto do povo e o coloca na periferia da história, diz Cardozo



15 abril 2016, Blog do Planalto http://blog.planalto.gov.br (Brasil)


Cardozo: “Se, eventualmente, o parlamento aprovar o impeachment nessas condições, o povo terá sido colocado na periferia da historia”. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O advogado-Geral da União, José Eduardo Cardozo, condenou nesta sexta-feira (15) a possibilidade da Câmara dos Deputados aprovar o processo de impeachment e retirar da população os votos que elegeram a presidenta Dilma Rousseff nas eleições de 2014. Ao fazer a defesa da presidenta no Plenário da Casa, Cardozo disse que a decisão dos parlamentares ignora a vontade popular e coloca a sociedade brasileira na “periferia da história”.

“É uma subtração do direito ao voto das pessoas e por isso eu lembrei a frase de Ulisses Guimarães, quando ele fala: quando se suprime o voto se perde a liberdade. O povo é colocado
na periferia da história. Se, eventualmente, o parlamento aprovar o impeachment nessas condições, o povo terá sido colocado na periferia da história”, afirmou.

Cardozo também disse que a o processo pode representar o “descompromisso profundo” com a derrubada do regime militar no País. “Estará revelando um descompromisso profundo com aquilo que outrora se decidiu e se festejou quando se derrotou a ditadura no Brasil e se permitiu que o povo livremente expressasse a sua posição. Qualquer governo que venha nascer de uma ruptura institucional não terá legitimidade para governar”, disse.

O advogado-Geral da União lembrou ainda que o processo só foi aberto por um ato de vingança e retaliação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, pelo fato de o governo não ter dado votos para barrar o processo contra ele no Conselho de Ética.

Além disso, explicou que inúmeras ‘pedaladas’ já foram cometidas por governadores e ex-presidentes. Cardozo citou como exemplo o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para defender que os atos cometidos não são crimes de responsabilidade. “O processo de impeachment contra a presidenta é ‘nulo’ e um ‘ato viciado'”, acrescentou.

Cardozo pediu ainda o direito de realizar nova defesa da presidenta na seção de domingo (17), quando o processo irá à votação. “A defesa tem que falar por último”, explicou.

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